Polônia aumenta proteções após ataque da Rússia em fronteira

Nesta quarta-feira (9), a Polônia acionou aeronaves no horário local para manter o seu espaço aéreo em segurança após a Rússia ter lançado ataques aéreos direcionados ao oeste da Ucrânia, próximo à fronteira do país. A informação foi divulgada pelo Comando Operacional das Forças Armadas da Polônia.

Aumento dos ataques

Durante a madrugada, às 02h15 GMT, boa parte do oeste da Ucrânia se manteve sob estado de alerta de possíveis ataques aéreos por cerca de três horas, logo após alerta da Força Aérea Ucraniana referente aos ataques de mísseis e drones russos.


Ataque da Rússia em Kostiantynivka, Ucrânia (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Rússia aumentou as ofensivas direcionados à Kiev, recentemente, sendo considerado um dos maiores ataques desde o início da guerra em fevereiro de 2022, “Este é um ataque revelador, e acontece justamente em um momento em que tantos trabalhos foram feitos para conseguir a paz, para firmar um cessar-fogo, no entanto, somente a Rússia continua a rejeitar todos eles”, disse Zelensky.


presidente Vladimir Putin (Foto: reprodução/Contributor/Getty Images Embed)

Em Lutsk, edifícios foram destruídos, mas não houve pessoas feridas ou mortas no momento do maior ataque aéreo da guerra direcionado à cidade de 200 mil moradores.

Moscou

Nas últimas semanas. Moscou capital da Rússia reuniu forças e, mesmo após perdas consideradas grandes, obterão sucesso em conseguir avançar em regiões rurais de ambos os lados de Pokrovsk e Kostiantynivka, as duas cidades estão localizadas em cruzamentos que conduzem à linha de frente a partir de cidades maiores em territórios na qual a Ucrânia controla.


 Ataque Russo em Kostiantynivka, Ucrânia (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Os progressos da Rússia na frente de batalha são auxiliados por um crescimento dos ataques com drones e mísseis contra a capital da Ucrânia e outras cidades do país, após indícios de que o auxílio dos Estados Unidos que enviava reforços para Ucrânia estaria diminuindo, o presidente ucraniano defendeu ser necessário impor sanções severas contra a Rússia, para poderem dar um fim à guerra entre os países.

Ataques israelenses deixam 20 mortos na Faixa de Gaza

A defesa civil de Gaza informou sobre novos bombardeios de Israel na região durante a noite desta terça-feira (8). Segundo, Mahmud Bassal, porta-voz da defesa civil, em contato com a agência de notícias AFP, um dos bombardeios aéreos atingiu a parte Sul de Gaza, em Khan Yunis, onde acertou uma tenda de pessoas desabrigadas devido ao conflito. Horas depois, um segundo ataque alcançou outro acampamento, mas na região norte de Gaza. Ainda segundo a declaração do informante, vinte pessoas morreram, sendo seis delas crianças.

Tentativa de cessar-fogo

Após duas reuniões com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na última semana, o presidente americano Donald Trump, afirma que trégua entre Hamas e Israel tem chance de acontecer em breve.


Encontro entre Donald Trump e Benjamin Netanyahu, em Washington (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Nos últimos dias, Hamas respondeu de maneira positiva à possível cessar-fogo e segundo fontes do governo israelense, o grupo está envolvido em negociações para realização do acordo.

Esta é a terceira tentativa de cessar-fogo na região desde o início do conflito em outubro de 2023. As recentes conversas entre Hamas e Israel já duram 4 dias e acontecem de forma indireta em Doha, no Catar, sendo as negociações mediadas por representantes do governo catariano.

Conflito na Faixa de Gaza

Em outubro deste ano, a guerra em Gaza completará dois anos. Desde o início do conflito, mais de 50 mil pessoas morreram, de acordo com dados do Ministério de Saúde da Região. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.

Os ataques que serviram como estopim para a guerra foram uma ação do Hamas contra o território israelense e deixaram mais de mil mortos. Entretanto, o conflito entre palestinos e israelenses não é novidade, a guerra que evidencia a relação complicada entre as nações é consequência de divergências que perduram desde o Século passado.


Comércios e residências destruídos após ataque em Gaza (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Os danos causados pela guerra são imensuráveis. Os constantes ataques mútuos fazem da região um local inabitável e deixam centenas de pessoas desalojadas, sem auxílio humanitário, sem acesso a alimentos e sem atendimento médico.

TI recebeu R$ 15 mil para facilitar fraude de R$ 541 mi no Pix, segundo a polícia

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na quinta-feira (3), João Nazareno Roque, operador de TI na empresa C&M Software, apontado como peça-chave no maior ataque ao sistema Pix da história. Ele teria recebido R$ 15 mil para entregar suas credenciais e facilitar o acesso dos hackers, que desviaram R$ 541 milhões de contas reservadas gerenciadas pela BMP Instituição de Pagamentos.

Credenciais vendidas por R$ 15 mil

Segundo a investigação, Roque foi abordado por um intermediário em março. Em um primeiro pagamento via motoboy, recebeu R$ 5 mil por suas credenciais corporativas. Duas semanas depois, criou uma conta no Notion e continuou executando comandos em seu computador para os hackers — pelo que recebeu mais R$10 mil. Ao todo, somam R$ 15 mil em dinheiro vivo, pagos em cédulas de R$ 100.

A C&M Software integra sistemas de instituições financeiras ao Banco Central e é responsável pela conexão ao Pix. O acesso indevido permitiu que os hackers usassem a infraestrutura da empresa para gerar transferências automatizadas por meio do sistema, enquanto os criminosos sacaram os valores desviados.

Desvios e reação policial

As transferências fraudulentas somaram R$ 541 milhões, segundo a Polícia Civil . Após o incidente, o Banco Central determinou a suspensão do acesso da C&M aos sistemas Pix, que só foi autorizado novamente após reforço de segurança e auditoria na sexta-feira (4).

Durante as investigações, policiais cumpriram mandados de busca e prisão no bairro City Jaraguá, zona norte de São Paulo, e apreenderam equipamentos usados no ataque. Também bloquearam R$ 270 milhões em contas suspeitas, intermediadas pela quadrilha.


Hacker é preso em São Paulo (Foto: Reprodução/Istagram/@portalg1)

O ataque causou grande turbulência no mercado financeiro e chamou atenção do Banco Central, que discutiu ajustes emergenciais nos protocolos de autorização e monitoramento do Pix. A confiança nas empresas de TI que operam o sistema ficou abalada, intensificando críticas à C&M Software, que, por sua vez, afirmou que não foi a origem do problema .

A Polícia Federal investiga os demais integrantes da quadrilha e busca recuperar os recursos desviados. O caso destaca vulnerabilidades no sistema PIX e reforça a necessidade de implementação acelerada de autenticação mais robusta e redundâncias de segurança em plataformas financeiras.

Ataque da Rússia em hospital da Ucrânia deixa nove feridos

Nesta última terça-feira (1), ocorreu um ataque, durante a madrugada, da Rússia contra um hospital localizado na cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, onde nove pessoas acabaram ficando feridas. As informações foram confirmadas pelas autoridades locais.

Feridos

Foi comunicado que, entre os feridos, cinco eram pacientes, um médico e três enfermeiros. Eles foram atingidos durante um ataque de artilharia, que causou danos graves ao prédio do hospital, conforme informações do governador regional, Oleksandr Prokudin.


Oleksandr Prokudin (Foto: reprodução/Global Images Ukraine/Getty Images Embed)

Nesta quarta-feira (2), foram divulgadas imagens tiradas após o ataque onde mostra o hospital bombardeado. As fotografias foram compartilhadas pela administração militar de Kherson.

As tropas da Rússia estão controlando a borda oposta do rio Dnipro, em Kherson, é considerada a maior cidade da Ucrânia que está no alcance das forças armadas russas e também de drones de combate, e por isso lhe foi concedido o título de cidade mais perigosa da Ucrânia devido à sua localização.

Ataques intensificados

Recentemente, Moscou, a capital da Rússia, aumentou os ataques aéreos direcionados a cidades da Ucrânia, disparando centenas de drones e mísseis ao mesmo tempo, em várias noites, ocasionando diversos danos generalizados e causando um aumento de cidadãos feridos.

Na última terça-feira, a Rússia divulgou que assumiu o controle total da região de Luhansk, localizada no leste da Ucrânia. O local foi anexado pelo presidente Vladimir Putin em 2022, em conjunto com Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia. É a primeira área ucraniana a ficar totalmente sob controle russo desde 2014, quando Moscou dominou a Crimeia.


Presidente  da Ucrânia Volodymyr Zelensky (Foto: reprodução/Frederick Florin/Getty Images Embed)

Os dois países estão vivendo em conflito desde fevereiro de 2022, quando a Rússia iniciou uma invasão em grande escala contra a Ucrânia. Não há previsão para o fim da guerra, que segue tendo diversas mortes e civis feridos de ambos os países. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitou que os países direcionassem mais sanções contra Moscou, visando pressionar por um cessar-fogo.

Israel afirma que forças armadas elaboram “plano de execução” contra o Irã

Integrantes das Forças Armadas de Israel estão preparando “plano de execução” contra Irã, segundo Israel Katz, Ministro da Defesa do país, mesmo após acordo de cessar-fogo entre os países.

Depois de mais de 10 dias de ataques que degradaram instalações militares e nucleares iranianas, para as autoridades israelenses ainda seria preciso um planejamento para assegurar a superioridade armada de Israel.

Comunicado de Israel Katz

Em suas redes sociais, o Ministro Israel Katz informou sobre o plano contra Irã que está sendo produzido pelos militares israelenses. Segundo ele, a nova estratégia visa “impedir o desenvolvimento de mísseis e armas e responder ao apoio iraniano às atividades terroristas.”


 Reunião do Ministro Israel Katz com militares israelenses (Foto: reprodução/Instagram/@israelkatz)

Israel Katz ainda intitulou os ataques de Israel ao Irã de “12 dias de ação brilhante”, pois enfraqueceram o sistema de defesa aéreo do país rival e prejudicaram a fabricação de munições, além de matar profissionais relevantes para o desenvolvimento nuclear do Irã. “Eliminamos altos funcionários de segurança e cientistas renomados que promoviam o programa nuclear“, completou o Ministro.

No final de seu comunicado, o Ministro fez uma ameaça ao Irã e ao seu líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, ao dizer que todo o conflito foi uma amostra do novo modelo de ação de Israel.

“Um aviso à cabeça da serpente sem dentes em Teerã: a Operação “Leão em Ascensão” foi apenas a prévia de uma nova política israelense — depois de 7 de outubro, a imunidade acabou.”

Comandos aos militares nos ataques

Além do depoimento de Israel Katz nas redes socias, as Forças de Defesa israelenses publicaram nesta sexta-feira (27), as instruções que direcionaram aos comandantes das Forças Armadas no primeiro dia de ataques contra o Irã.


Forças de Defesa de Israel (Foto: reprodução/AlexiJ.Rosenfeld/GettyImgesEmbed)

“Se você me perguntar: ‘Comandante, qual é o elemento decisivo para a vitória? É Natanz? São 80 lançadores de mísseis terra-terra? Aeronaves sobrevoando Teerã sempre que quisermos esse é um componente decisivo significativo. Portanto, precisamos chegar lá e criar o impacto que os fará se sentir expostos e acabados.”

O cessar-fogo entre Israel e Irã foi iniciado na madrugada da última terça-feira (24). O acordo frágil foi anunciado por Trump depois de uma ligação com Benjamin Netanyahu e concordado pelo governo iraniano, que desde o início da trégua afirmou revidar qualquer novo ataque israelense.

EUA: Trump diz que Irã e Israel concordaram com cessar-fogo

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou na tarde desta segunda-feira (23/6) que foi feito um acordo de cessar-fogo entre Israel e Irã. Embora Trump tenha se manifestado, os países envolvidos ainda não se pronunciaram sobre sua fala.

Trump publicou essa informação em sua rede social, denominada Truth Social. Em nota, ele escreveu que o cessar-fogo terá início daqui a 6 horas, a partir das 19h15, horário do anúncio realizado pelo presidente norte-americano.

O Irã será o primeiro que encerrará os ataques, em seguida Israel deverá parar os ataques. O presidente dos EUA também parabenizou Irã e Israel por terem “resistência, coragem e inteligência” para encerrar o que ele definiu como a guerra de 12 dias.

Agradecimento de Trump

O Irã atacou hoje (23) com mísseis a maior base militar dos Estados Unidos no Oriente Médio, localizada no Qatar. A ação é uma retaliação aos bombardeios americanos contra instalações nucleares iranianas no sábado (21).

Trump agradeceu ao Irã por avisar os Estados Unidos sobre o ataque de mísseis à base americana de Al Udeid, no Catar. O aviso, segundo escreveu nas redes sociais, possibilitou que nenhuma vida fosse perdida e ninguém ficasse ferido.


Protesto contra Donald Trump (Foto:Reprodução/site/AHMAD AL-RUBAYE /GettingImageEmbaled)

O conflito

O conflito iniciou no dia 13, quando Israel fez uma operação de prevenção para barrar o avanço do programa nuclear iraniano. Nos últimos dez dias, dezenas de pessoas morreram e milhares ficaram feridas, a maioria civis, segundo as autoridades dos dois países.

Desde o início do conflito, forças israelenses bombardearam alvos militares e nucleares em território iraniano. Em resposta, o Irã prometeu vingança e lançou mísseis contra as cidades de Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.

Israel diz que Teerã está quase finalizando a fabricação de uma bomba atômica. Por isso, o governo de Benjamin Netanyahu atacou, como uma tentativa de parar o que considera uma ameaça à existência do país.

A Rússia afirmou na manhã desta segunda-feira(23) que está ao lado do Irã no confronto com Israel. O apoio ao Irã por parte da Rússia é claro, diz porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Ele disse que a Rússia mostrou a Teerã a importância de está ao seu lado da Guerra e que também pode ajudar para mediar a guerra.

Irã confirma ataques a bases americanas no Iraque e Catar em retaliação

O Irã confirmou, nesta segunda-feira (23), que realizou ataques, denominados como “Anunciação da Vitória”, a bases militares dos Estados Unidos localizadas no Iraque e no Catar. Essa ação iraniana surge como uma resposta à operação Martelo da Meia-Noite, conduzida pela força aérea norte-americana no último sábado (21), em que os EUA bombardearam instalações nucleares iranianas, justificando que a medida foi para frear o desenvolvimento de armas atômicas no Irã.

Entre os alvos do ataque de hoje (23) está a base de Al Udeid, no Catar, que se destaca por ser a maior base dos Estados Unidos na região, abrigando mais de 10 mil soldados. Segundo um oficial israelense, seis mísseis foram lançados neste ataque específico. Além do ataque direto à base aérea americana, relatos indicam diversas explosões em Doha, a capital do Catar. No caso do Iraque, o sistema de defesa da base aérea de Ain al-Assad foi ativado em antecipação a um possível ataque iraniano, pois um dos mísseis foi direcionado para lá.

Ataque foi prometido

O Irã já vinha prometendo uma “forte resposta” aos ataques americanos e israelenses. Autoridades dos EUA já se antecipavam, com o Catar inclusive tendo fechado seu espaço aéreo. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, havia declarado que “o inimigo sionista cometeu um grande erro, um grande crime, deve ser punido” e que “está sendo punido neste exato momento”, sinalizando a iminência dos ataques.


Irã ataca bases dos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/O Povo)

Reações e consequências imediatas

Os Emirados Árabes Unidos anunciaram que estão acompanhando de perto os desdobramentos dos ataques.

Os Estados Unidos defendem que os ataques ao Irã visavam apenas instalações e não tropas, e afirmam buscar a paz. No entanto, o cenário atual é de extrema volatilidade.

O chanceler iraniano classificou o ataque dos EUA como uma “violação imperdoável da lei internacional” e pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

A Rússia, através do presidente Vladimir Putin, condenou o que chamou de “agressão não provocada” dos EUA e não descartou fornecer ajuda militar ao Irã.

No Brasil, o governo também se manifestou, condenando os ataques de Israel e dos EUA.

Protestos pró-Irã e anti-EUA já se espalham por diversas cidades, enquanto manifestações pró-Israel também ocorrem, evidenciando a polarização global em torno do conflito.

Irã intensifica pedido de apoio à Rússia após ofensiva americana

Nesta segunda-feira (23), o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, designou o ministro das Relações Exteriores para viajar a Moscou com o propósito de solicitar mais apoio ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Essa ação aconteceu após o ataque militar dos Estados Unidos ao Irã, o mais intenso desde a revolução de 1979.

Khamenei busca apoio russo diante das tensões

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e autoridades israelenses levantaram publicamente hipóteses sobre o assassinato do líder iraniano Khamenei e a possibilidade de uma mudança de regime. A Rússia avalia que tais especulações podem agravar a instabilidade na região do Oriente Médio.

Segundo uma fonte sênior para a agência Reuters, o ministro das Relações Exteriores do Irã tinha como objetivo entregar ao presidente Putin uma carta do líder iraniano, na qual solicita maior apoio. O Irã está insatisfeito com o auxílio recebido da Rússia e busca que Putin intensifique sua ajuda depois das ações de Israel e dos Estados Unidos.

O Kremlin confirmou que o presidente russo deverá se reunir com Araqchi, sem detalhar o que será abordado durante o encontro.

Moscou, tradicional aliado de Teerã e membro com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, participa das negociações nucleares do Irã. No entanto, Putin, envolvido no conflito na Ucrânia, tem mostrado pouca vontade para enfrentar os EUA nesse conflito.


Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: reprodução/Gavriil Grigorov/Getty Images Embed)

Rússia busca mediação e pede cessar-fogo no Oriente Médio

Putin se ofereceu para mediar entre EUA e Irã, defendendo o acesso iraniano à energia nuclear civil. Apesar da parceria estratégica e da compra de armas iranianas para a guerra na Ucrânia, a relação entre Rússia e Irã passa por momentos de tensão. O acordo entre os países não inclui defesa mútua.

No domingo (22), Rússia, China e Paquistão sugeriram no Conselho de Segurança da ONU um cessar-fogo imediato no Oriente Médio após o ataque dos Estados Unidos.

O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, recordou que, em 2003, o então secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, afirmou no Conselho que o presidente iraquiano Saddam Hussein representava uma ameaça iminente devido ao arsenal químico e biológico do país.

Após ataques dos EUA Irã lança mísseis contra Israel deixando dezenas de feridos

O Irã lançou na madrugada de sábado para domingo (22) uma série de mísseis contra Israel. O ataque, que feriu ao menos 23 pessoas e causou grandes danos em diversas cidades israelenses, é uma retaliação direta ao ataque coordenado dos EUA a três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan. Segundo autoridades americanas e israelenses, o objetivo da ofensiva era impedir que o Irã desenvolvesse uma bomba nuclear.

O cenário em Israel

O exército israelense informou que os ataques do Irã ocorreram em “duas ondas” e que, desde o início do conflito entre os países em 13 de junho, os sistemas de defesa aérea de Israel já interceptaram mais de 450 mísseis e cerca de 1.000 drones. 

Os serviços de resgate israelenses confirmaram que 23 pessoas foram atendidas, sendo duas em estado moderado e as demais com ferimentos leves. Os mísseis atingiram principalmente áreas residenciais e comerciais, deixando buracos em fachadas de edifícios em Ramat Aviv, Tel Aviv, e causando estragos em Haifa e Ness Ziona.

O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, informou à imprensa local que as pessoas nos abrigos estavam “bem e em segurança”. Ele destacou a extensão dos danos materiais, mas ressaltou o alívio de que “em termos de vidas humanas, estamos bem”.

A escalada de violência entre Teerã e Washington, com Israel no centro do conflito, eleva a preocupação internacional sobre as “consequências catastróficas para o mundo”, conforme alertou o Secretário-Geral da ONU.


Bandeiras dos EUA e do Irã (Foto: reprodução/ Manuel Augusto Moreno/Getty Images Embed)

As implicações da retaliação e a preocupação global

O Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, foi enfático ao declarar que os EUA e Israel “decidiram explodir” a diplomacia com suas ações. Segundo ele, os ataques às instalações nucleares do Irã inviabilizaram qualquer diálogo, forçando Teerã a se defender “por todos os meios necessários”.

A Rússia, por sua vez, atribuiu a responsabilidade pela situação ao Ocidente, enquanto os mercados globais reagiram com a alta do preço do petróleo e a queda nas bolsas asiáticas e europeias, demonstrando a apreensão com os impactos econômicos de uma crise prolongada.

Líder do Irã diz que “a batalha começa”

Em uma publicação feita no X (antigo Twitter), o líder do Irã, Ali Khamenei, disse que “Em nome de Nami, a batalha começa. Ali retorna com seu Zulfiqar.” Junto ao texto, ele também publicou uma ilustração em que há fogo no céu, em alusão aos mísseis, e homens sendo guiados por um líder que empunha uma espada e está acompanhado de leões. 

“Zulfiqar” no Islã, é uma espada sagrada pertencente ao imã Ali, sucessor do legado de Maomé.  Ali Khamenei é o aiatolá do país, sendo a principal figura religiosa e política no Irã.

Os ataques

Tudo começou quando Israel realizou um bombardeio no centro do programa nuclear do Irã. Segundo o país e veículos internacionais de notícias, oficiais e cientistas iranianos morreram no ataque.

A ofensiva foi uma forma de impedir os avanços dos estudos nucleares do Irã, que, conforme dito por Israel, seria uma forma de aniquilar o estado israelense.

Teerã, capital iraniana, respondeu com o envio de drones a Tel Aviv e considerou o ataque como uma “declaração de guerra“. As investidas entre ambos os países continuam.

Já os Estados Unidos, apoiadores de Israel, não fizeram nenhuma ação oficial, porém nesta quarta-feira (18), o presidente Donald Trump disse que é “tarde demais” para uma negociação com o Irã.


Declaraçaõ do aiatolá no X (Foto: Reprodução/X/@Khamenei_fa)

Conflitos

O Irã não é o único país do Oriente Médio que está em conflito com Israel. A Palestina sofre intensos bombardeios do país, que também disputa a Faixa de Gaza com o grupo Hamas, porém, os ataques contínuos desde 2023 deixam civis e inocentes mortos e feridos.

Nesta segunda-feira (16), dezenas de palestinos que aguardavam ajuda humanitária morreram após disparos de tanques israelenses. Também, na semana passada, o estado de Israel interceptou um barco que enviava suporte humano para a Faixa de Gaza, contendo alimentos e remédios.

A embarcação, conhecida como “Madeleine”, tinha como tripulação o ativista brasileiro Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg. Ávila foi levado a uma prisão solitária, mas foi liberto e voltou ao Brasil na sexta-feira (13).