O porta-voz do movimento islâmico Talibã, Zabihullah Mujahid, declarou nesta última quinta (19) através de um post nas redes sociais, a mudança no nome do país Afeganistão para Emirado Islâmico do Afeganistão, visando retomar as ideias e convicções políticas adotadas em 1996 quando o movimento se apossou do território pela primeira vez.
Promovendo a abolição da democracia, Waheedullah Hashimi, um dos comandantes do grupo, afirmou que “Não haverá nada como um sistema democrático porque isso não tem nenhuma base em nosso país. Nós não vamos discutir qual será o tipo de sistema político que vamos aplicar no Afeganistão porque isso é claro: a lei é sharia, e é isso”, esclarecendo que o governo será baseado nas crenças religiosas do grupo, associando os princípios sociais, políticos e econômicos do país, à lei de sharia.
Integrantes do Talibã nas ruas de Cabul, Afeganistão, na última segunda (16). (Foto: Reprodução/Haroon Sabawoon)
Os protestos realizados pelos afegãos que tentam resistir ao sistema opressor, estão sendo correspondidos com assassinatos e violência. Ainda na quinta (19) uma testemunha relatou à Reuters que os talibãs abriram fogo contra manifestantes que agitavam as bandeiras do Afeganistão em Asadabad; e na quarta (18) 3 pessoas morreram e 12 ficaram feridas em Jalalabad.
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Os Estados Unidos, Alemanha, Espanha e França, entre outros países, estão adiantando a retirada de seus funcionários e cidadãos do Afeganistão para se prevenir de uma futura guerra civil. 6 mil militares norte americanos foram convocados para ajudar na segurança dos cidadãos no aeroporto de Cabul, onde também viajarão 30 mil americanos que trabalharam para Washington; enquanto a Alemanha analisa os meios para retirar e repatriar até 10 mil pessoas do país.
O prazo para o encerramento das atividades dos soldados estrangeiros no Afeganistão está marcado para o próximo dia 31, entretanto o porta-voz do Talibã, Suhail Shaheen, afirmou pelo Twitter que caso os Estados Unidos ou o Reino Unido tentem conseguir mais tempo, haverá problemas.
Foto destaque: Integrantes do Talibã nas ruas de Cabul, Afeganistão. Reprodução/Rahmat Gul.