A greve dos caminhoneiros, marcada para segunda-feira (1), deve contar com o apoio de frentistas e empresários. De acordo com Wallace Landim, um dos líderes da paralisação de 2018, a organização para este ano é maior do que a feita na greve de 3 anos atrás.
A razão para o apoio dos frentistas é o surgimento de uma proposta legislativa que substitui o trabalho deles pelas bombas automáticas, o que, segundo o presidente do Fenepospetro, Eusébio Neto, custaria o emprego de meio milhão de trabalhadores.
Greve estava sendo prometida pelas principais associações de caminhoneiros desde o final de outubro. (Foto: Reprodução/Carla Carniel/Reuters)
Com isso, a pauta dos trabalhadores de postos de combustíveis une-se aos seguintes requerimentos dos caminhoneiros, de acordo com comunicado enviado nesta quinta-feira (28) aos motoristas autônomos: redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras (Preços de Paridade de Importação, que vincula o preço do petróleo ao mercado internacional), piso mínimo do frete, retorno da aposentadoria especial com 25 anos de contribuição, aprovação do Marco Regulatório de Transporte Rodoviário de Carga (PLC 75/2018) e criação e melhoria dos Pontos de Parada e Descanso. O comunicado foi assinado por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas e outras entidades.
Segundo a Gazeta do Povo, a greve também terá o apoio de empresários.
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Tentativas de frear a greve
O governo tentou, através do congelamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis por 90 dias, impedir o acontecimento da greve. O cálculo de tal imposto, que define o valor dos combustíveis e até então era feito de 15 em 15 dias, ficaria congelado até 31 de janeiro de 2022, numa tentativa de controlar os aumentos frequentes de preço.
De acordo com o Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escalq/USP, os combustíveis representam 39% das despesas do transporte rodoviário.
Paralisação de caminhoneiros em Duque de Caxias, no RJ. (Foto: Reprodução/Fábio Costa/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
Também houve uma outra tentativa de contornar a paralisação, feita por anúncio de Jair Bolsonaro na quinta-feira passada (21). O presidente prometeu beneficiar pelo menos 750 mil caminhoneiros com o auxílio diesel no valor de R$ 400,00.
Contudo, a greve segue marcada para segunda-feira.
Foto destaque: Homens segurando aviso sobre a greve. Reprodução/VEJA