O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, levou o Globoplay a alcançar o maior consumo diário de vídeo sob demanda de sua história, segundo a coluna Play, do jornal O Globo. Desde sua estreia na plataforma, o longa se tornou um fenômeno mundial, acumulando 35 prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme Internacional e o Globo de Ouro de melhor Atriz de Drama para Fernanda Torres.
Impacto Global
A produção brasileira, baseada nas memórias de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva, conquistou o público e a crítica ao retratar com sensibilidade e força o drama vivido por uma mulher em meio à repressão da ditadura militar no Brasil dos anos 1970. Na trama, Eunice, mãe de cinco filhos, se transforma em ativista após o desaparecimento do marido, sequestrado pela Polícia Militar.
O impacto do filme foi global: já foi visto por mais de 5,8 milhões de pessoas em 42 países. Na corrida pelo Oscar, Ainda Estou Aqui figurou ao lado de títulos como Emília Pérez, O Brutalista, Anora e Conclave. Além da vitória inédita do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional, o longa ainda garantiu indicações para Melhor Filme e Melhor Atriz, marcando presença histórica na premiação.
Fernanda Torres tirando fotos com o seu prêmio do Globo de Ouro (Foto: reprodução/GettyImages/Embed/ROBYN BECK/AFP)
Grande momento para o cinema nacional
A vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar representa um divisor de águas para o cinema nacional, que há décadas busca reconhecimento nas principais premiações internacionais. O feito reacende o debate sobre o potencial criativo do Brasil e a importância de investir em narrativas autorais que resgatam episódios marcantes da nossa história. A aclamação crítica e o sucesso de público demonstram que o cinema brasileiro pode sim ocupar um lugar de destaque no cenário Global.
O impacto cultural do longa também tem se refletido nas redes sociais e no engajamento de novas gerações com a memória política do país. O resgate da trajetória de Eunice Paiva, interpretada com intensidade por Fernanda Torres, despertou o interesse de muitos espectadores por outros relatos da ditadura e reforçou a relevância da arte como ferramenta de conscientização. Ao dar voz à dor e á luta de tantas famílias que viveram sob o autoritarismo, o filme reafirma o papel do cinema como instrumentos de resistência e transformação social.
Foto destaque: O diretor Walter Salles, a atriz Fernanda Torres e o ator Selton Mello no Festival de Cinema de Veneza (Reprodução/GettyImages/Embed/Corbis)