Esportes

Em enquete, apenas 14% da população japonesa estaria disposta a ver as olimpíadas acontecerem em seu país

Segundo enquete, 43% dos japoneses pedem o cancelamento e outros 40% o adiamento das Olimpíadas. A população estaria insatisfeita com a posição do governo em manter os jogos mesmo com a crise da pandemia assolando o país e o mundo.

02 Ago 2021 - 16h00 | Atualizado em 02 Ago 2021 - 16h00
Em enquete, apenas 14% da população japonesa estaria disposta a ver as olimpíadas acontecerem em seu país Lorena Bueri

A partir de enquete publicada pelo veículo Asahi Shimbun, em 17 de maio, 1.527 pessoas adultas com direito a voto no Japão escolhidos aleatoriamente, entre os dias 15 e 16, constatou que 83% delas não se mostraram favoráveis a realização do maior evento esportivo do mundo em seu país. Ficou evidente que a grande maioria dos japoneses não crê que a realização dos jogos olímpicos – assim como os paraolímpicos – seria sensata no atual momento vivido no país mediante a pandemia da Covid-19.  

Hiroshi Mikitani, CEO da principal empresa de comércio eletrônico do país, Rakuten, contrariou a decisão do governo japonês em prosseguir com a realização dos jogos acreditando que seria uma “missão suicida”, dando uma nota “dois em dez” à atitude dos governantes do Japão. Em entrevista concedida à CNN, Mikitani disse que tentou convencer – sem êxito – a decisão política, pois temia pela segurança da população. “É perigoso sediar um grande evento internacional de todo o mundo. Portanto, o risco é muito grande”, afirmou o diretor executivo.

Questionado sobre a sua a respeito da possibilidade de cancelamento dos jogos, o CEO revelou achar que “tudo é possível”, mas que acreditar ser “difícil” assegurar que as medidas anti-Covid supririam as necessidades que evento demanda. Além disso, salientou a demora na campanha de vacinação dos japoneses, declarando que “a única maneira de sair dessa bagunça é a vacinação e temos que ser mais rápidos”, contudo, reconheceu os esforços feitos pelo governo para agilizar o processo.


Tocha Olímpica dos jogos de Tóquio 2020. Reprodução/COB


 

Plano de ação anti-Covid19 para os jogos:

Caso algum atleta teste positivo para a doença, ele terá que cumprir as normas de isolamento e não terá permissão para competir e submetido a mais teste que será realizado a partir da mesma amostra em caso do primeiro resultar em positivo ou inconclusivo.

Os participantes também devem baixar dois aplicativos para postar relatórios de saúde e rastreamento de contato enquanto estiverem no Japão. E receberão um smartphone da Samsung na chegada à vila olímpica e paraolímpica para ajudar a registrar detalhes de saúde. 

Torcedores estrangeiros já foram proibidos de participar das Olimpíadas e Paraolimpíadas.

O uso de máscaras a todo o momento foi orientado aos atletas e membros das delegações – exceto ao comer, beber, dormir, treinar ou competir, de acordo com o manual – assim como a manutenção do distanciamento social.

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Os atletas também foram instruídos a usar veículos dedicados aos Jogos, em vez de transporte público, para viagens e não visitar áreas turísticas, lojas, restaurantes, bares ou academias. Todas as suas refeições devem ser feitas em áreas dedicadas a isto. 

Os atletas também receberam instruções para deixar o Japão até 48 horas após o término da competição.

Em junho, foi publicada uma versão final do manual de protocolos. 

Custos em caso de cancelamento:

Tendo como comparativo dos jogos olímpicos do Rio, em 2016, e os de verão, em Soshi, no qual o COI (Comitê Olímpico Internacional) gerou cerca de US$ 5,7 bilhões, percebe-se a necessidade financeira proveniente do retorno lucrativo das olimpíadas para com o órgão gestor.

Cerca de 75% do financiamento do COI é a partir de direitos de transmissão, independente da presença dos fãs. Com isso, um cancelamento causaria uma catástrofe financeira para a organização.

Os jogos olímpicos só foram cancelados em três ocasiões: 1916, 1940 e 1944 – todas derivadas das guerras mundiais.

 

Foto destaque: Reprodução/O Globo

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