Cleo, de 39 anos, está lançando nesta quarta(01) o clipe 'Tormento' com Karol Conká e AZZY. O sinlge é o primeiro lançamento do novo álbum da cantora, que é previsto para o primeiro semestre de 2022. O novo projeto de Cleo reúne referências musicais das cantoras com o pop, o funk e o trap. A música mostra o poder feminino e o empoderamento, na quebra do tabu de que as mulheres nunca chegariam ao topo.
A direção do clipe ficou nas mãos de Fernando Moraes, o mesmo que dirigiu 'Galopa' (Pedro Sampanho), 'Atenção', também de Pedro Sampaio com Luísa Sonsa, entre outros. A obra têm referências também da época medieval, quando as mulheres viviam aprisionadas em leis e ordens dos homens. Cleo foi quem fez o roteiro da produção e pretende repetir o sucesso que foi 'Queima', com a cantora Pocah.
Cleo, Karol Conká e AZZY em clipe de 'Tormento' (Foto: Reprodução/Mix me)
"É um tema recorrente para mim. Desta vez, pensei em feiticeiras mais lúdicas do que bruxas mesmo. Estou trabalhando nesse álbum há uns dois anos. Ele estava quase pronto antes da pandemia, mas nesse período vieram outros processos de autoconhecimento. A gente queria falar sobre as várias facetas dentro da gente como ser humano, mas que como mulher é sempre difícil porque por qualquer coisa querem botar a gente numa caixa. Quis falar sobre renascimento de uma forma divertida e sombria também. Pensei na Karol e na AZZY porque têm representatividade e falam sobre poder feminino e sobre esse apoio que precisamos dar uma a outra", esclareceu Cleo.
Karol Conká disse que o convite foi uma grande oportunidade e ela quis fazer tudo certo. "Foi como um presente para mim. Quando vi o tema, fiquei bem animada. Botei para fora algumas coisas que ainda não tinha colocado por meio dessa letra. A música é libertadora e traz elevação para a consciência, como trasformar algo cinza em algo dourado. Estou ficando expert nisso, se é que vocês me entendem. Estou nesse processo", disse a cantora, que foi "Cancelada", por conta do BBB.
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AZZY fala sobre o impacto que a música teve em sua vida: "É muito importante para mim, como mulher, mãe e filha. É sobre vozes que foram caladas. Nesse som, a gente fez uma união de problemas que tem que lidar. Isso é real. Vai além de música", contou a cantora, a mais nova entre elas. Para Cleo, a importância de juntar três mulheres em um clipe desta categoria, foi muito forte. "Fazer isso com mulheres fortes e vulneráveis ao mesmo tempo é muito importante. Entender que não estou sozinha é revitalizante, ainda mais com mulheres de áreas e sons diferentes", acredita ela.
Mais uma vez, AZZY transformou sua dor em arte, como ela mesmo afirmou. "Toda vez que me deparo com uma mulher na música, é sempre o mesmo discurso de que produtores dão em cima da gente ou que veem nosso trabalho como algo menor. Por isso que a gente escreve com tanta raiva e verdade. Acaba sendo nossa válvula de escape. É nossa única forma de ser ouvida, como se fosse um grito. Até quem tem uma visibilidade muito grande fica atrás de homens que fazem o mesmo ou um trabalho até de menor qualidade. Os contratantes, por exemplo, estão dispostos a pagar tal valor por um homem só por ser homem. Na primeira vez que cheguei para batalhar, alguns rapazes se juntaram numa rodinha e gritaram 'mostra o peito'. Eu tinha 14 anos, mas nunca vou esquecer disso. Quando a gente chega lá, sempre perguntam pra quem a gente 'deu'. No meu caso, nunca é pelo esforço, por ficar 20 dias longe das minhas filhas e por noites mal dormidas. Apareci na Times Square e perguntaram se eu paguei", disse a cantora, emocionada.
Foto Destaque: Cleo, Karol Conká e AZZY. Reprodução/UOL