Em ação movida pelo ex-zagueiro do Vasco, o advogado do clube Cruz-Maltino, Marcelo Ideses, alega que a cobrança de indenização por parte de Breno é descabida. O pedido é no valor de R$ 13 milhões de reais, com salários em atraso e outros direitos incluso. A defesa do clube ainda contestou o advogado do Breno, Felipe Rino, o qual disse que só o fato da perícia ter relatado que as atividades as quais foram feitas no período em que Breno estava em São Januário agravaram as lesões do ex-jogador, já seria motivo suficiente para a indenização.
"A ação judicial é totalmente descabida. O acidente de trabalho para o Direito é um fato imprevisível. É algo que não é esperado. Exemplo: um trabalhador caminha na fábrica e, de repente, cai um objeto na sua cabeça. É um acidente que causa lesão. Esse é um acidente de trabalho típico. Não era esperado sofrer uma pancada na cabeça quando a atividade desse funcionário do exemplo era apertar parafuso. As lesões de jogador de futebol, ao meu ver, tirando situações de entrada violenta, que se até pode achar inesperadas, não são assim. No caso do Breno, ele mesmo confirma que a lesão que ele sofreu foi sozinho. Ele deu um salto para cabecear a bola e, ao tocar no chão, sentiu dor no joelho. O desgaste do corpo dele era esperado. É algo que vai acontecer com qualquer atleta. São raros os casos de atletas que chagam ao final da carreira com o corpo em condições perfeitas, sem sequelas", disse o advogado do Vasco.
Breno jogando pelo Vasco. (Foto: Reprodução/Rafael Ribeiro/Vasco.com.br)
Breno chegou ao Vasco em 2017, emprestado pelo São Paulo. O contrato inicialmente terminaria em dezembro daquele ano. Depois, em 2018, o acordo foi estendido até 2020. A passagem do jogador no clube Cruz-Maltino foi marcada por muitas lesões. Nesse período, ele passou por 4 procedimentos cirúrigico nos joelhos (três no direito e um no esquerdo). Agora, em 2021, o jogador entrou com um processo contra o clube carioca.
"A defesa do Breno alega que ele era um atleta em perfeitas condições e, após esse acidente, teria ficado incapacitado para jogar futebol. Isso não procede. Ele chegou ao Vasco com 11 anos de carreira, sem contar o período da base. Dificilmente se chega a uma situação de tanto tempo sem lesão, o que é algo normal. É fácil querer colocar a culpa no Vasco sendo que o número de partidas dele no Vasco é, proporcionalmente na carreira, irrisório. Aliás, o perito também não concluiu que houve acidente de trabalho. A conclusão é de que a prática do futebol ocasionou as lesões. O que aconteceu com o Breno foi por causa de um corpo magoado ao longo da vida. Ele já tinha histórico de lesões" afirmou Marcelo Ideses.
Felipe Rino, ao ser questionado sobre o laudo da perícia ter falado que as lesões de Breno se agravou no Vasco, respondeu: "Eu não vou afirmar que agravou. As lesões pelas quais ele passou... isso está mais do que demostrado que tem a ver com a prática de futebol na carreira. O fato é que ele não tem a confirmação de que foi vitima de acidente de trabalho".
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A audiência foi marcada para o dia 12 de julho de 2022, pela a Juíza do caso Kiria Simões Garcia, da 71ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. Até então, o caso ainda não tem nenhuma sentença. O Vasco, agora, aguarda a resposta de algumas perguntas feitas ao perito médico. "Questionei se o perito poderia mensurar a responsabilidade dos outros clubes como ele afirma que o Vasco contribuiu para as lesões. Qual a porcentagem? Qual o tamanho da minha contribuição? Na audiência, se pode apresentar provais orais. As nossas testemunhas já estão informadas", concluiu o advogado.
O último jogo pelo Vasco foi em 9 de agosto de 2018, na partida contra a LDU pela Sul-Americana. Na ocasião, o time cruz-maltino ganhou por 1 a 0. O jogador não jogou nas duas últimas temporadas em que esteve no clube. No total, Breno soma 33 jogos pelo Vasco, com um gol marcado.
Foto Destaque: Breno em treino no Vasco. Reprodução/Carlos Gregório Jr/Vasco.