Grupo terrorista encontra financiamento em minério de coltan
Grupo Terrorista M23 se apoderou da mina localizada na cidade de Rubaya e cobra taxa de 15% sobre o valor do mineral para comerciantes

O grupo terrorista do Congo, denominado M23, está encontrando na mineração sua principal fonte de renda. Utilizando-se de mão de obra pobre (incluindo crianças), que realiza o trabalho manualmente, o grupo também recebe apoio do governo de Ruanda. A informação é da Organização das Nações Unidas (ONU).
O coltan é um minério indispensável para a fabricação de produtos de alta tecnologia, como smartphones e laptops, e até satélites. Conforme informações da ONU, o grupo terrorista chega a faturar o equivalente a US$ 800 mil mensais com a mineração.
O que é coltan
Coltan é a sigla de columbita-tantalita, um minério metálico preto opaco, muito cobiçado por seu teor de tântalo. Após ser refinado, o tântalo se torna metal resistente ao calor, à corrosão e altamente condutor. Isso o torna absolutamente indispensável na fabricação de capacitores miniaturizados vitais encontrados em smartphones, laptops, dispositivos médicos, componentes aeroespaciais e até mesmo turbinas a gás.
Devido a sua alta capacidade de armazenar e liberar carga elétrica com eficiência, o tândalo não é comercializado por menos de US$ 300 o quilo. E o que faz o tândalo ser um produto tão cobiçado é o fato de ser um dos poucos materiais com estas características.
Minério saqueado
Uma das maiores minas de coltan fica localizada na cidade de Rubaya, no Congo, e detém cerca de 15% da produção mundial do minério. O local foi tomado pelo grupo terrorista M23, em confronto com outro grupo, denominado PARECO-FF, que controlava o local. A ocupação ocorreu em abril de 2024.
Para camuflar a sua atuação, o M23 criou rotas de contrabando em áreas de fronteira com outras localidades que possuem minas de coltan. No trajeto, o minério se mistura ao da produção local, o que diminui as chances de localização de membros do grupo. O M23 está sob sanção do governo dos Estados Unidos desde 2013.
Membros do grupo terrorista M23 (Foto: reprodução/Hugh Kinsella Cunningham/Getty Images Embed)
PARECO-FF
O grupo é uma milícia pró-governo, que ocupava a mina de Rubaya antes da invasão do M23. Porém, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos emitiu sanção contra a PARECO-FF na última terça-feira 12), alegando que este grupo também participa do tráfico de coltan.
John Hurley, subsecretário do tesouro, declarou que “não hesitará em agir contra grupos que negam aos Estados Unidos e seus aliados o acesso a minerais críticos vitais para nossa defesa nacional”.
Avanço do M23
Além do tráfico de coltan, o M23 também realiza operações paralelas, oprimindo a população local. Segundo relatos de repórteres da Agência Reuters que estiveram no local em março deste ano, os terroristas impuseram uma taxa de 15% sobre o valor do minério comprado por comerciantes de mineiros informais. Além disso, o grupo controla o comércio e o transporte local.