Saúde

Técnica revive órgãos para transplante; entenda a polêmica

Tecnica de perfusão regional normotérmica (PRN), discutida por “ressuscitar pacientes”, é utilizada desde 2020 para a doação de órgãos na Europa e nos EUA.

10 Jul 2023 - 22h00 | Atualizado em 10 Jul 2023 - 22h00
Técnica revive órgãos para transplante; entenda a polêmica  Lorena Bueri

A perfusão regional normotérmica (PRN) é uma técnica revolucionária que, apesar de gerar diferentes posicionamentos dos especialistas, promove cada dia mais a doação de órgãos, além de salvar vidas, como a Anthony Donatelli, de 41 anos.

Com a rara doença de amiloidose, Donatelli teria a estimava de somente três meses de vida.  A única chance de alterar seu destino seria com o transparente de três órgãos compatíveis.

Ele estava hospitalizado, somente à espera de um doador que pudesse prolongar o tempo com seus dois filhos, quando se tornou a primeira pessoa no mundo a receber um triplo transplante de coração, fígado e rim, a partir da técnica PRN.

Esta técnica faz com que o sangue oxigenado da pessoa já morta volte a circular e, por conseguinte, faça os órgãos voltarem a funcionar para a doação.

A partir da permissão de familiares, o processo consiste em, inicialmente, desligar os aparelhos que mantem as vítimas de danos cerebrais irreversíveis vivas. Após a declaração de falência, os médicos utilizam uma máquina para bobear o sangue e reanimar os órgãos do doador, até mesmo coração.


Técnica de perfusão regional normotérmica (PRN). (Foto: Reprodução/GettyImages BBC).


Apesar de ter propiciado “uma vida incrível” à Anthony Donatelli e ser utilizada em diversos países europeus e nos Estados Unidos, a PRN é amplamente discutida por estar associada a ideia de trazer mortos de volta a vida.

A técnica tem sido tão questionada, ao ponto da American College of Physicians solicitar a paralização dela em prol da necessidade de entender as "profundas questões éticas em relação à determinação da morte". Segundo o documento emitido em 2021, "A PRN ressuscita o paciente”.

Nesta mesma perspectiva, A presidente e diretora-executiva da New England Donor Services, Alexandra Glazier, ainda afirmou à BBC que a PRN deveria ser adotada somente para o transplante de órgãos abdominais. Desta forma, ela sugeriu evitar a reativação do coração, a fim de não ocasionar a ressuscitação dos pacientes.

Em contraposição ao pensamento de que a PRN aflige questões éticas e traz mortos a vida, os médicos Brendan Parent, Nader Moazami, Arthur Caplan e Robert Montgomery publicaram em 2022 na revista científica American Journal of Transplantation declarações nas quais afirmam que o bombeamento de sangue presente nesta técnica, não altera o fato de que o coração não iria reanimar de forma autônoma.

Para estes médicos, esta recuperação de órgãos é "honesta, transparente e respeitosa", pois a morte teria sido declarada seguindo os padrões da ética.

O diretor cirúrgico de Transplante do Coração e Suporte Circulatório Mecânico do NYU Langone Health, Moazami, ainda afirma que “não é ressuscitar o doador, porque a ressuscitação, por definição, significa que você vai restaurar a longevidade ou a qualidade de vida”.

Apesar dos debates, a perfusão regional normotérmica (PRN) segue em constante evolução nos EUA e, até o momento, não foi utilizada na América Latina.

Foto destaque: Transplante de orgãos. Reprodução/Medicinasa.

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