Nesta semana, os anúncios sobre a perda de bebês de Tati Machado, apresentadora, e Micheli Machado, atriz, repercutiram nas redes sociais. As duas mulheres estavam com gravidez em um estágio avançado, e o ocorrido gerou muitas dúvidas nos sobre o assunto na internet.
Tati Machado comunicou em sua rede social que se encaminhou ao hospital ao perceber a falta de movimentos do bebê. A apresentadora estava com uma gestação de 33 semanas que acontecia sem problemas de saúde.
A atriz Micheli Machado e Robson Nunes, ator, apresentador e marido de Micheli, também comentaram em suas redes sociais sobre a perda de seu filho no final da gravidez.
Fatores causadores da perda gestacional avançada
Para os especialistas, de 10 a 20% das perdas ocorrem com fetos que possuam alguma doença genética. Um dos responsáveis para esta perda da gravidez seriam as enfermidades que acometem as mães, doenças como diabetes, hipertensão e outras complicações que podem aparecer durante a gestação.
Além destes itens, outros fatores contribuem quadro como a idade materna; antecedente de óbito fetal em outra gravidez; gestação de gêmeos; gestação com uma idade gestacional maior que 41 semanas; tabagismo, consumo de álcool e uso de drogas; resultados adversos em gestações anteriores, ou seja, pré-eclâmpsia, condição que foi muito comentada através do caso de Lexa, que também passou por uma perda gestacional; prematuridade e restrição de crescimento fetal.
O ginecologista e obstreta Nélio Veiga Júnior em entrevista à CNN diz que “Também, sempre precisamos checar se houve algum tipo de infecção, responsável por 50% dos óbitos fetais em países subdesenvolvidos. Elas podem ser desde toxoplasmose a rubéola. Herpes, sífilis, vírus como zika e covid, pneumonia, possuem algumas bactérias que podem colonizar esse bebê e levar ao óbito.”
Veiga ainda fala sobre o que pode ter acontecido com Micheli e Tati. No caso da primeira, a atriz com uma gestação de 40 semanas, a maior probabilidade é que tenha ocorrido uma insuficiência placentária. E com Tati, de gestação inferior a 37 semanas, o médico diz que existem muitas possibilidades que poderiam explicar a causa da perda.
O monitoramento do andamento da gravidez é importante para o diagnóstico de possíveis complicações (Foto: reprodução/ PonyWang/Getty Images Embed)
Como ocorre a retirada do bebê
Segundo a orientação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), em casos de perda gestacional, a primeira atitude é acolher as pacientes, escutá-las e orientá-las, para que as mulheres entendam o que aconteceu e o que fazer a seguir.
O ginecologista Nélio Veiga conta que a orientação para retirada do feto é o parto natural, mas se uma mulher possuir várias cesárias, houver deslocamento de placenta ou mal posicionamento do bebê, a cesárea pode ser a solução. Nélio também afirma que cada caso deve ser avaliado pelo médico que acompanhou a gestação.
Mais uma vez o entrevistado comenta sobre o luto e a importância do apoio às mulheres neste momento doloroso. “O processo de parto impacta diretamente na forma de processar o luto. É necessário, novamente, uma equipe que saiba comunicar e que efetivamente cuide dessa família. Precisa validar toda a emoção que está envolvida, porque é realmente uma tragédia.”.
Lembrando que a perda gestacional tardia não é comum. De acordo com pesquisas do profissional entrevistado, as mortes em gestações superiores à 20 semanas diminuíram de 33 para 23 mil. A maior parte dos casos acontece na África Subsaariana e no sul asiático.
A perda gestacional é um período difícil para as pacientes, que precisam de orientação e apoio (Foto: reprodução/Kinga Krzeminska/Getty Images Embed)
Foto destaque: Gestante com as ao redor de sua barriga (Foto: reprodução/KDP/Getty Images Embed)