Saúde

Cores, aspecto e cheiro da urina podem sinalizar desidratação a problemas renais

A urina saudável tem uma cor amarelo-claro, quase transparente, e praticamente sem cheiro. Alimentos, suplementos e bebidas podem mudar a cor e o cheiro do xixi, mas é importante ficar atento quando não for um caso isolado.

13 Jul 2023 - 11h10 | Atualizado em 13 Jul 2023 - 11h10
Cores, aspecto e cheiro da urina podem sinalizar desidratação a problemas renais Lorena Bueri

 A questão de os vasos sanitários serem predominantemente brancos tem uma explicação: não só o “número dois”, mas também o xixi pode dizer muito sobre nossa saúde. Ficar atento às cores é um passo importante, afinal pode ser um simples sinal de que você está bebendo pouca água – ou um grave indicativo de um problema mais sério de saúde. “A urina saudável tem uma cor amarelo-claro, quase transparente, e praticamente sem cheiro. A primeira variação que temos é da cor amarela escura. Nesse caso, indica desidratação, ou seja, a ingestão de líquidos foi menor do que a necessária para manter o corpo saudável e hidratado”, explica a Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Mas há casos em que a urina pode sair avermelhada ou rosada, o que é um motivo de preocupação caso você não tenha ingerido alimentos como beterraba. “A urina rosada e avermelhada pode indicar presença de sangue, que geralmente está associada à infecção urinária, pedra nos rins, problemas na bexiga ou na próstata e até doenças renais como a nefropatia por IgA. Além disso, pode ser sinal de câncer de bexiga ou nos rins”, diz a médica. “Da mesma forma, a urina amarronzada indica desidratação severa, mas pode acontecer em graus de insuficiência renal avançada ou significar problemas do fígado também”, diz a nefrologista.

A médica explica que a urina esverdeada pode ocorrer em infecções urinárias e durante o uso de medicações como amitriptilina, propofol, azul de metileno ou quando ingerimos corantes. “O excesso de cálcio no organismo pode deixar a urina azul-esverdeada”, conta a médica.

Sobre o aspecto do xixi, a nefrologista explica que não é normal observar espuma na urina. “Isto ocorre quando há perda de proteína na urina, o que significa que há uma doença renal instalada. Deve-se procurar o nefrologista o quanto antes”, argumenta a médica.

No entanto, a Dra. Caroline Reigada ressalta que antes de se desesperar, é importante tentar lembrar alimentos e bebidas ingeridos em refeições anteriores. “Alimentos como cenoura, beterraba, amora e remédios, ricos em vitamina B, podem modificar a cor da urina. Suplementos com doses elevadas de vitaminas também podem ter relação. O aspargo pode deixar a urina mais fétida, pois ocorre a liberação de enxofre em sua decomposição. A vitamina B também deixa o odor da urina mais forte, assim como o alho, o álcool e o café”, explica a nefrologista. “Se sentir cheiro adocicado, ou perceber um número alto de formigas, isso pode indicar diabetes, pois a glicose confere este odor à urina quando o diabetes está descontrolado.

No entanto, o mais correto a se fazer é buscar um médico para confirmar o diagnóstico com exame de sangue para iniciar o tratamento o mais rápido possível. Devemos lembrar que o diabetes é lesivo aos rins”, explica a médica. “O diabetes é uma doença extremamente inflamatória, em que a quantidade exagerada de glicose no sangue é capaz de provocar a hiperfiltração do sangue nos rins (a chamada hiperfiltração glomerular). Além disso, ele eleva a concentração de produtos de glicosilação (processo no qual açúcares são adicionados em proteínas e lipídios, transformando-os em glicoproteínas e glicolipídeos) avançada, os maiores responsáveis pelas complicações do diabetes.

Quando estes produtos ficam ativados pelo sistema único imunológico, aparecem as doenças dos vasos sanguíneos e dos nervos, assim como os prejuízos renais. São as denominadas complicações micro e macrovasculares do diabetes. Ou seja: microvascular – alteração de vasos menores, como dos rins e da retina; e macrovasculares – do coração e dos grandes vasos”, explica a médica.  “O controle do diabetes, que apresenta fácil diagnóstico (um simples exame de sangue) deve objetivar, na maioria dos casos, uma hemoglobina glicada menor que 7%”, finaliza a médica.

Foto Destaque: Reproduçã

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