O estado do Pernambuco identificou em três pessoas o super fungo Candida auris. Em um pequeno intervalo de duas semanas, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) intensificou o protocolo de vigilância hospitalar.
O primeiro paciente com o diagnóstico de Candida auris foi um homem de 48 anos. O caso teve confirmação no dia 11 de maio e, desde essa data, o paciente permanece internado no Hospital Miguel Arraes, na cidade de Paulista, em Pernambuco. Já em 14 de maio, um homem de 77 anos também foi diagnosticado com o super fungo. Ele permanece hospitalizado no Hospital Tricentenário, em Olinda.
Nesta segunda-feira (22), a SES-PE começou um protocolo de suspensão de novos atendimentos no Hospital Miguel Arraes, onde o primeiro paciente foi identificado e internado, para evitar a proliferação do fungo. Já em 23 de maio, o terceiro caso foi confirmado. O paciente é homem, de 66 anos. O caso foi confirmado no Hospital Português, no bairro do Paissandu, zona central de Recife.
Além do Brasil, o fungo tem causado alertas nas autoridades de saúde nos EUA. O fungo Candida auris é resistente às medicações antifúngicas comuns, e apresenta uma alta taxa de mortalidade. Especialistas apontam que 30% a 65% dos contaminados morrem em decorrência da doença. Apesar disso, especialistas destacam que o fungo não é uma ameaça direta ao público geral. Os riscos são maiores para pacientes que já tenham comorbidades ou que realizaram algum procedimento invasivo.
Fungo candida auris (Foto: Reprodução/REUTERS)
Foi em Pernambuco que o Brasil registrou o maior surto do super fungo Candida auris, segundo uma pesquisa recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ao todo, 48 casos da doença foram notificados entre novembro de 2021 e março de 2022 em Recife, o mais alto número desde o primeiro caso confirmado em dezembro de 2020, em Salvador, Bahia.
Em 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destacou que o fungo “representa uma grave ameaça à saúde global”. Isso porque algumas cepas do fungo “São resistentes a todas as principais classes de medicações antifúngicas. E a identificação requer métodos laboratoriais mais específicos, uma vez que Candida auris pode ser facilmente confundida com outros tipos de fungos”, finaliza a nota.
Foto destaque: Fungo candida auris. Reprodução/Science Photo Library/BBC