Entenda como reação ao contraste em exame levou jovem à morte no RS
Leticia Paul, de 22 anos, sofreu choque anafilático, reação alérgica grave que pode ocorrer em situações raras após o uso da substância

O caso da jovem Leticia Paul, de 22 anos, que morreu na última quarta-feira (20) em um hospital de Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, levanta um alerta sobre os riscos do contraste usado em exames de imagem. A paciente sofreu um choque anafilático, reação alérgica grave desencadeada pelo contato com a substância química administrada antes da realização de uma tomografia.
Por que o contraste é utilizado
O contraste é um recurso essencial em exames de imagem porque ajuda a tornar estruturas internas do corpo humano mais visíveis e nítidas para os médicos. A substância, que pode ser composta por elementos como iodo, bário ou gadolínio, funciona como uma espécie de marcador: ela “realça” órgãos, vasos sanguíneos e tecidos, permitindo que alterações pequenas, que poderiam passar despercebidas em imagens comuns, sejam identificadas com maior precisão.
Dependendo do exame, o contraste pode ser administrado de diferentes formas, por via oral, por meio de injeção na corrente sanguínea ou até inserido diretamente em cavidades e articulações. A escolha da via de aplicação varia conforme a região do corpo que será investigada.
O tempo de ação costuma ser relativamente curto, em torno de uma a duas horas, e depois o organismo elimina a substância naturalmente, principalmente pela urina. Por isso, é comum que os médicos recomendem ao paciente a ingestão de bastante líquido após o procedimento, a fim de acelerar esse processo.
Veja como funciona o exame de imagem (Vídeo: reprodução/youtube/Minha vida)
Quando surgem os riscos
Embora na maioria dos pacientes o contraste seja seguro, em alguns casos ele pode causar efeitos adversos. A reação mais grave é o choque anafilático, uma resposta exagerada do sistema imunológico que provoca queda brusca da pressão arterial, dificuldade para respirar e risco de morte.
Além disso, há chances de o contraste afetar temporariamente a função dos rins. Por isso, antes do exame, é indicado informar ao médico sobre alergias conhecidas, problemas de saúde e medicamentos em uso. Os sinais de reação costumam aparecer nas primeiras horas após a administração da substância, mas podem se manifestar até 48 horas depois.
Riscos existem, mas casos graves são raros
Apesar de situações como a que vitimou Leticia Paul chamarem a atenção, especialistas reforçam que reações graves ao contraste são incomuns. A grande maioria dos pacientes realiza exames de imagem com segurança e sem complicações. Ainda assim, cuidados prévios como informar ao médico sobre histórico de alergias, doenças crônicas ou medicamentos em uso são fundamentais para reduzir os riscos.
O caso serve de alerta sobre a importância da preparação adequada antes de procedimentos médicos e do acompanhamento imediato em caso de qualquer sinal de reação adversa