Saúde

Aumento de tamanho do cérebro reduz risco de demência, diz pesquisa

Estudo científico iniciado em 1948 analisou milhares de voluntários, mostra que o cérebro humano continua em evolução e doenças mentais podem ser reduzidas futuramente

04 Abr 2024 - 20h45 | Atualizado em 04 Abr 2024 - 20h45
Aumento de tamanho do cérebro reduz risco de demência, diz pesquisa  Lorena Bueri

Uma pesquisa recém-divulgada pela Universidade da Califórnia - Davis Health revelou que o tamanho dos cérebros humanos vem aumentando década a década. Os estudos, que tiveram começaram em 1948, contou com pessoas nascidas na década de 1930, mas foi estendido e também analisou voluntários que nasceram na década de 1970. Os resultados são promissores no campo da análise de doenças cardiovasculares. O estudo foi publicado na Jama Neurology, revista científica especializada, no mês de março. 


ressonancia

Pesquisadores americanos avançam em pesquisas sobre a saúde cerebral (Foto: Reprodução/toubibe por Pixabay)


Pesquisadores constataram que a superfície cerebral aumentou cerca de 15%, assim como o volume cerebral é 6,6% maior em pessoas nascidas na década de 1970, se comparadas aos nascidos 40 anos antes. Com uma maior reserva cerebral, levanta-se a possibilidade de que doenças como a demência e o Alzheimer, possam ter um índice menor em algumas pessoas, contudo, a genética também é levada em conta."As nossas descobertas indicam que influências externas – como fatores de saúde, sociais, culturais e educacionais – também podem desempenhar um papel", disse Charles DeCarli, professor e pesquisador do Centro de Pesquisa da Doença de Alzheimer, da UC Davis Health.


Pesquisa analisou voluntários por meio de ressonância magnética


Os pesquisadores da UC Davis Health iniciaram os estudos do Framingham Heart Study (FHS) com o propósito de investigar como doenças cardiovasculares se desenvolviam, e seus impactos na saúde humana. Iniciada na década de 40, a pesquisa contou com 5209 pessoas com idade entre 30 e 62 anos, de ambos os sexos. O embasamento científico foram ressonâncias magnéticas feitas em nascidos na década de 30.

O estudo teve continuidade por mais de 70 anos e as pesquisas mostraram as evoluções que aconteceram com os sucessores do primeiro grupo. Entre os anos de 1999 e 2019, outras ressonâncias magnéticas foram feitas com o primeiro grupo (dos nascidos na década de 30), e incluídas pessoas nascidas na década de 1970. O número de análises entre homens e mulheres foi de 3.226, e a idade média, de 57 anos.

Comparação mostrou dados inéditos no campo da saúde

Com os exames médicos em mãos, os pesquisadores descobriram que havia alterações laboratoriais nos dois grupos. A principal delas foi o volume intracraniano, que teve um aumento contínuo do início da pesquisa até a última análise.

O estudo concluiu que a superfície cerebral no primeiro grupo era de 2.056 cm², enquanto no segundo, 2.104 cm², 15% a mais que os nascidos em 1930. Outra alteração notada foi o volume médio cerebral, que de 1.234 mililitros no primeiro grupo, aumentou aproximadamente 6,6%, chegando a 1.321 mililitros, nos nascidos na década de 1970. “Uma estrutura cerebral maior pode amortecer os efeitos tardios da vida de doenças cerebrais relacionadas à idade, como Alzheimer e demências relacionadas”, disse Charles DeCarli.

Os cientistas concluíram o estudo afirmando que o hipocampo e as substâncias branca e cinzenta (são regiões cerebrais importantes e ligadas ao aprendizado e a memória humana), cresceram com o passar das décadas estudadas. Essas descobertas podem explicar como o desenvolvimento e saúde cerebral estão evoluindo de geração para geração.

 

Foto destaque: Imagem de uma ressonância magnética (Reprodução/Dmitriy Gutarev por Pixabay)

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