Saúde

App de fotos AI pode gerar Transtorno Dismórfico Corporal

Saiba como o aplicativo de inteligência artificial pode gerar transtornos à saúde?

25 Jul 2023 - 09h55 | Atualizado em 25 Jul 2023 - 09h55
App de fotos AI pode gerar Transtorno Dismórfico Corporal Lorena Bueri

Recentemente bombou nas redes sociais um aplicativo que possibilita que as pessoas usem da inteligência artificial para fotos, muitos famosos usaram o App e exibiram nas redes sociais suas imagens usando IA totalmente tratadas e em alguns casos fotografias fazendo alusão de possíveis filhos bonitos e perfeitos semelhantes a eles.

Mas o que parece inocente pode gerar um problema grave de saúde: 

Transtorno Dismórfico Corporal. 

Segundo o cirurgião plástico Dr. Regis Milani, a doença é uma condição psicológica que se caracteriza pela preocupação, sem controle, com aparência. 

“Seus portadores dão importância exagerada a defeitos pequenos que, apesar de imperceptíveis para outras pessoas, assuem uma dimensão enorme aos olhos”, explica o médico. A origem do transtorno dismórfico corporal é basicamente genética e neuroquímica, porém, o fator ambiente também pode influenciar, principalmente na infância e adolescência. “Estudos demonstram, que pessoas com as seguintes características são mais suscetíveis a doença: Ansiosas; Perfeccionistas; Tristes; Inseguras; Com baixa autoestima; Tendência a solidão; Introspectiva e Obsessivas”, alerta Regis Milani. 

Para o cirurgião plástico Regis Milani, as redes sociais podem ser um gatilho para a doença. 

“Isto porque as pessoas têm acesso a imagens que reforçam padrões que, em muitos casos, não correspondem ao seu biótipo físico e se frustram por não seguirem determinados estereótipos.

Quem tem transtorno dismórfico corporal sente um incômodo físico em relação a aparência, o que leva a buscar auxílio e soluções na cirurgia plástica, dermatologia, odontologia, entre outros, para sentir-se melhor.Entretanto, essa necessidade de realizar um procedimento para alterar sua aparência pode se tornar uma obsessão. A tendência é que a pessoa fique cada vez mais preocupada e insatisfeita com suas “imperfeições”, queira realizar uma cirurgia após a outra e, devido a tristeza, acabe prejudicando o seu desempenho no trabalho ou estudos”, alerta o médico. 

Segundo o professor de cirurgia plástica Ricardo Cavalcanti membro da sociedade brasileira de cirurgia plástica e americana, a abordagem de um cirurgião plástico em relação à dismorfia corporal pode incluir:

 Avaliação cuidadosa

O cirurgião plástico deve realizar uma avaliação completa da pessoa, levando em consideração seus sintomas de dismorfia corporal, histórico médico e expectativas em relação à cirurgia. É essencial compreender a motivação por trás da busca pela cirurgia plástica.

Encaminhamento para avaliação psicológica

O cirurgião plástico pode encaminhar a pessoa para um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, para uma avaliação psicológica mais aprofundada. Isso ajudará a determinar se a cirurgia plástica é apropriada no caso específico e se há necessidade de tratamento adicional para a dismorfia corporal.​

Discussão dos riscos e benefícios

Caso a cirurgia plástica seja considerada apropriada, o cirurgião plástico deve fornecer informações completas sobre os riscos, benefícios, limitações e expectativas realistas do procedimento. É importante ter uma conversa aberta e honesta sobre os resultados possíveis, enfatizando que a cirurgia plástica não é uma solução definitiva para a dismorfia corporal.

Abordagem cautelosa

Em alguns casos, o cirurgião plástico pode optar por não realizar a cirurgia plástica se houver preocupações significativas em relação à dismorfia corporal da pessoa. Em vez disso, pode-se explorar outras opções de tratamento, como terapia cognitivo-comportamental, para abordar os aspectos psicológicos do transtorno.

Como prevenir o distúrbio:

O Dr. Régis explica que a aceitação pode ser a chave para prevenir a doença. “A melhor forma de prevenir o distúrbio é aceitar e respeitar o próprio corpo, assim como não se pressionar para se encaixar em padrões de aparência que não correspondam ao seu biótipo físico. É preciso ressaltar a beleza natural das pessoas e da diversidade, tendo em mente que a perfeição é uma ideia muito difícil de ser alcançada”, finaliza.

Foto Destaque: Reprodução

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