4° caso de cura do HIV é anunciado nos Estados Unidos

Um Paciente de 66 anos foi curado do HIV após receber um transplante de medula óssea para o tratamento de leucemia nos EUA. O homem está em remissão do HIV e da leucemia há mais de um ano.

28 jul, 2022

Nesta quarta-feira (27), pesquisadores anunciaram a cura do quarto paciente no mundo infectado pelo HIV após receber um transplante de medula para tratar de uma leucemia. O doador era naturalmente resistente ao vírus.

O paciente de 66 anos, conhecido como “Cidade da Esperança”/”/, em homenagem ao hospital em qual foi tratado em Duarte, na Califórnia, possuía um quadro de leucemia no qual os médicos buscaram por mecanismo onde o doador fosse auto-imune. O mesmo tratamento foi utilizado pela primeira vez para curar o “paciente de Berlim”, Timothy Ray Brown, em 2007. “Cidade da Esperança”, é o quarto a ser curado dessa forma e o mais velho registrado. 

Além da idade, o paciente possui o diagnóstico a mais tempo que os outros em tratamento. O mesmo testou positivo desde de 1998, e descreveu como uma “sentença de morte” que o vírus matou muitos de seus amigos. Ele parou de tomar medicamentos para o HIV e disse estar “mais que grato” pelo vírus não poder mais ser encontrado em seu corpo. 


(Foto Destaque: Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde)


Santo Graal

O homem que foi monitorado de perto após o transplante, teve seus níveis de HIV indetectáveis em seu corpo, e assim permanece há mais de 17 meses. 

“Ficamos entusiasmados em informá-lo que seu HIV está em remissão e que ele não precisa mais tomar a terapia antirretroviral que estava usando há mais de 30 anos”, relata Jana Dickter, infectologista do hospital City of Hope.

Segundo Sharon Lewin, presidente eleita da IAS, o caso fornece “esperança contínua… e inspiração” para pessoas com HIV e a comunidade científica em geral, embora seja improvável que seja uma opção para a maioria das pessoas com HIV devido aos riscos do procedimento.

Diante os estudos, os cientistas acreditam que o processo funciona porque as células-tronco do indivíduo doador possui uma mutação genética específica e rara, o que explica não possuir receptores do HIV para infectar as células.

Depois de três anos e meio, o paciente seguiu à quimioterapia e parou de tomar ART em março de 2021. Em relatos da equipe médica, o homem está em remissão do HIV e da leucemia há mais de um ano.

Outros casos

Na Espanha, pesquisadores apresentam detalhes de uma mulher de 59 anos que faz parte de um grupo raro “controladores pós-tatamento”. Cada indivíduo é capaz de manter cargas virais indetectáveis após a interrupção da ART, traçando um caminho para uma possível cura, relata Lewin.

(Foto Destaque: iStock)

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