Censo mostra que Brasil tem 34 mil menores vivendo uniões conjugais

IBGE mostra dados do Censo 2022 que mostram número elevado de crianças e adolescentes em união conjugal; 77% das pessoas presentes nesse grupo são mulheres

05 nov, 2025
Censo mostra dados de crianças e adolescentes que vivem em união | Reprodução/James Andanson/Getty Images Embed
Censo mostra dados de crianças e adolescentes que vivem em união | Reprodução/James Andanson/Getty Images Embed

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta (5) dados que retratam que mais de 34 mil pessoas entre 10 e 14 anos vivem em união conjugal no país. Esses dados são do questionário da amostra do Censo 2022, na parte de nupcialidade e estrutura familiar. Oito em cada dez (77%) das pessoas presentes nesse grupo são mulheres.

Segundo o IBGE, os números das pesquisas são baseados nas informações fornecidas pelos próprios moradores e não há uma comprovação legal das uniões, podendo ocorrer interpretações equivocadas, erros de preenchimento e refletir percepções pessoais.

Crianças e adolescentes em união conjugal

Apesar da legislação brasileira proíbe o casamento civil entre menores de 16 anos, exceto em situações autorizadas pela Justiça, o Censo mostra que entre as pessoas de 10 a 14 anos que afirmaram que viviam em algum tipo de união, 7% estão casadas no civil e no religioso, 4,9% casadas apenas no civil e 1,5% somente no religioso. E ainda completa que 87% vivem em algum outro tipo de união consensual.

O IBGE afirma que não é sua função verificar a legalidade ou não dessas relações e que quando o Censo é feito, não se pede certidão ou documentos que possam provar algo e que a coleta é somente baseada na declaração de quem está sendo entrevistado.

Segundo Luciene Aparecida Longo, técnica do IBGE: “A resposta depende de quem declara. Uma pessoa pode se considerar em união, enquanto a outra se vê como namorada, por exemplo”. Ela ainda reforça que embora seja proibido, as uniões a partir de dez anos fazem parte da realidade brasileira.

Luciene ainda completou que: “O IBGE quer o retrato do país e não somente o que é legal ou não, justamente para identificar onde há questões onde as políticas públicas podem atuar para mitigar ou eliminar o que não está na conformidade”.

O levantamento também detalhou como esse grupo é representado conforme a cor, raça e estado. A maioria são pessoas pardas (20.414 crianças e adolescentes), e sendo seguida por pessoas brancas (10.009), pretas (3.246), indígenas (483) e a minoria sendo amarelas (51).

O estado com maior número absoluto de crianças e adolescentes em união conjugal é São Paulo com 4722 pessoas, que seria 0,02% das pessoas em união conjugal do estado. Já o Amazonas é o estado onde a porcentagem de crianças e adolescentes é a maior comparada aos outros, com 0,11%.


Funcionário do IBGE fazendo a pesquisa do Censo (Foto: reprodução/Michel Dantas/Getty Images Embed)


Outros dados

O IBGE também divulgou outros dados sobre a estrutura familiar. Ainda falando sobre união conjugal, a pesquisa afirmou que houve um aumento das pessoas com 10 anos ou mais que vivem em união de 51,3%. Em 2010 a porcentagem era de 50,1% e em 2000 era de 49,5%.

Santa Catarina (58,4%), Rondônia (55,4%) e o Paraná (55,3%) são os estados que registraram os maiores percentuais de pessoas que vivem em união.  Já o Amapá (47,1%), Distrito Federal (47,7%) e o Amazonas (48,1%) são os estados que apresentaram os menores percentuais.  Aqueles que nunca viveram em união caiu de 38,6% em 2000 para 30,1% atualmente. E houve um amento naqueles que não vivem, mas já viveram em união para 18,6%, antes era de 11,9%

O número de pessoas morando sozinhas aumentou o triplo, a pesquisa de 2022 diz que atualmente são 13,6 milhões morando sozinhas, contra 4,1 milhões que a pesquisa anterior (2000) relatava.

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