EUA rejeitam saída lenta de Maduro e ampliam pressão militar no Caribe

A Casa Branca rejeitou, nesta quarta-feira (19), uma proposta feita por Nicolás Maduro para deixar a presidência da Venezuela após um período de transição de dois a três anos. A oferta, apresentada em conversas informais autorizadas previamente pelo governo de Donald Trump, previa garantias políticas e econômicas, incluindo o acesso de empresas americanas às reservas petrolíferas venezuelanas. Para Washington, porém, qualquer adiamento da saída do líder chavista é considerado inaceitável, reforçando o impasse diplomático em meio à escalada militar que marca o momento atual.

Negociações paralelas e desconfiança mútua

Mesmo com a recusa, a movimentação indica que os dois governos continuam testando caminhos de diálogo. Maduro tem demonstrado publicamente disposição para conversas diretas e chegou a pedir uma reunião “cara a cara” com Trump, repetindo apelos por paz enquanto critica a intensificação das ações militares americanas no Caribe. Segundo o governo venezuelano, a presença militar dos EUA na região busca fragilizar seu governo. Já Washington afirma que a operação é parte de um esforço ampliado para combater o chamado “narcoterrorismo”.


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: reproduzir/Instagram/@realdonaldtrump)


Os Estados Unidos já realizaram mais de 20 ataques contra embarcações consideradas suspeitas de transportar drogas na costa venezuelana e no Pacífico, resultando em dezenas de mortes. Autoridades americanas defendem que as ações miram grupos criminosos, mas familiares das vítimas alegam que muitos mortos eram apenas pescadores. Paralelamente, especialistas independentes criticam a designação do Cartel de los Soles como organização terrorista, afirmando que faltam provas de uma estrutura organizada nos moldes de um cartel tradicional.

Escalada militar e incerteza política

O Pentágono enviou para o Caribe o porta-aviões Gerald R. Ford, o maior navio de guerra do mundo, acompanhado de submarinos, destróieres e aeronaves. A movimentação reforça a estratégia de manter pressão constante sobre Caracas enquanto Trump avalia caminhos possíveis: buscar um acordo diplomático, negociar uma saída voluntária de Maduro ou considerar ações mais duras.
Ainda assim, Trump declara que está disposto a ouvir Maduro. A combinação de tensão militar e abertura para diálogo cria um cenário imprevisível para o futuro da crise venezuelana.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

8 + quinze =