Israel transfere 13 autoridades brasileiras para a Jordânia em meio à tensão com Irã
Após ataques do Irã, 13 autoridades brasileiras estão sendo escoltadas por Israel até a Jordânia, com negociações conduzidas pelo senador Carlos Viana

Com o aumento da tensão entre Israel e Irã, as Forças de Defesa de Israel estão transferindo um grupo de 13 autoridades brasileiras para a Jordânia na manhã desta segunda-feira (16), conforme informou o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel. As negociações para a transferência ocorrem com a embaixada israelense no Brasil.
A medida ocorre diante do agravamento do conflito na região, levando as autoridades brasileiras a buscar uma rota segura para deixar Israel. De acordo com Viana, as negociações estão sendo feitas diretamente com a representação diplomática israelense devido a entraves nas relações atuais entre os governos do Brasil e de Israel.
O grupo parlamentar também divulgou nota acusando o governo brasileiro de omissão diante da gravidade do cenário e afirma que a postura do Executivo estaria dificultando os esforços para retirar os brasileiros da área de confronto.
Tensão militar entre Irã e Israel coloca região em alerta
Nos últimos dias, o conflito entre Irã e Israel se intensificou, com ataques aéreos mútuos que resultaram em dezenas de vítimas e feridos. O Irã respondeu a ofensivas israelenses com mísseis lançados contra áreas civis, enquanto Israel mantém sua estratégia de bombardear instalações estratégicas iranianas.
Imagens do novo ataque a mísseis do Irã a Israel (Vídeo:reprodução/Youtube/CidadeAlertaRecord)
Permanência e incertezas
Embora a expectativa seja de que 13 pessoas integrem o primeiro grupo a deixar Israel por via terrestre, nem todos os brasileiros optaram por sair do país neste momento. Maryanne Mattos, vice-prefeita de Florianópolis e secretária de Segurança Pública, e Paulo Rogério Rigo, secretário de Proteção Civil de Joinville, decidiram permanecer no país. Ambos estão em Kfar Saba, a cerca de 26 quilômetros de Tel Aviv.
Segundo Maryanne, a escolha foi motivada por questões de segurança, já que, conforme orientações locais, deslocar-se por estradas pode representar risco maior do que permanecer abrigado na cidade. Paulo Rigo também optou por não seguir com a escolta até a Jordânia, pois não há garantias de proteção após cruzar a fronteira.
Ao todo, cerca de 41 representantes brasileiros, entre prefeitos, vice-prefeitos, secretários e outros gestores públicos, participavam de uma feira de tecnologia em Israel quando os ataques do Irã intensificaram a tensão na região. Eles deveriam retornar ao Brasil no dia 20 de junho, mas com o fechamento do espaço aéreo e a escalada do conflito, ainda não há previsão oficial de repatriação. A Comissão de Relações Exteriores do Senado encaminhou um pedido à Força Aérea Brasileira (FAB) para viabilizar a repatriação dos brasileiros.