Países europeus acolhem boicote às Olimpíadas de Inverno de Pequim

Holanda e Dinamarca entram para a lista de países participantes do boicote diplomático às Olimpíadas de Inverno de Pequim. Oriunda dos Estados Unidos, iniciativa surge da preocupação com os direitos humanos na China

15 jan, 2022

Holanda e Dinamarca anunciaram que também farão parte do boicote diplomático às Olimpíadas de Inverno de Pequim. Nesta sexta-feira (14), o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, informou que o país se associou ao boicote diplomático devido à “preocupação com a situação dos direitos humanos na China”. Por parte da Holanda, um porta-voz do ministério das Relações Exteriores do país afirmou que a decisão dos holandeses é baseada nas restrições contra a Covid-19.

Precursores da iniciativa, os Estados Unidos comunicaram a deliberação no dia 06 de dezembro de 2021. O boicote consiste em não enviar representação diplomática ou oficial para os Jogos Olímpicos e a Paralimpíada de Inverno de Pequim. Contudo, os atletas ainda podem participar da competição. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, expôs o motivo que levou à postura:

“O genocídio e os crimes contra a humanidade em curso em Xinjiang e outros abusos de direitos humanos”, cita Psaki.


Jogos Olímpicos de Inverno começam no dia 4 de fevereiro de 2022. (Foto: Reprodução/Behrouz MEHRI/AFP)


Segundo investigações da BBC, a China detém membros da etnia muçulmana uigur em campos de tortura, trabalho forçado e abuso sexual. Uma das entrevistadas testemunhou que mulheres eram retiradas das suas celas “todas as noites” e estupradas por homens chineses mascarados.

Em fevereiro de 2021, o canal publicou, em primeira mão, relatos de estupro sistemático, abuso sexual e tortura de detidas. No ano anterior, a BBC também mostrou que a China estava obrigando centenas de milhares de uigures e membros de outras minorias étnicas a realizar trabalhos manuais extenuantes nos campos de algodão da região, reportagem intitulada “Algodão “/manchado”/ da China: novas evidências de trabalho forçado no centro da indústria da moda global”.

Em março de 2021, União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá determinaram sanções à China pela situação dos uigures. Entre as medidas, estão proibições de viagens e congelamento de bens. Apesar das denúncias, Pequim nega as acusações e afirma que são apenas instalações de “reeducação” no combate ao terrorismo.

Foto Destaque: Anéis olímpicos. Reprodução/Pixabay

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