FMI aponta risco de desaceleração maior no Brasil
O possível aumento de tarifas no Brasil pode ocasionar a desaceleração das atividades do FMI em território nacional

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta semana que a imposição de novas tarifas comerciais sobre produtos brasileiros pode resultar em uma desaceleração mais acentuada da economia nacional. A sinalização ocorreu durante coletiva de imprensa após a atualização do relatório de perspectivas econômicas globais da instituição.
Estimativas de crescimento mantidas, mas com ressalvas
Apesar da preocupação com o cenário tarifário, o FMI manteve sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025 em 2,3%. A instituição destacou, no entanto, que essa estimativa já considera parte das tarifas atualmente em vigor, como aquelas aplicadas sobre aço e alumínio exportados para os Estados Unidos.
De acordo com o órgão, a possibilidade de novas tarifas, ainda em discussão, representa um fator de risco relevante. Se implementadas, essas medidas podem provocar impactos adicionais sobre o desempenho da economia brasileira nos próximos trimestres.
Impacto estimado no PIB
A vice-diretora do Departamento de Pesquisa do FMI, Petya Koeva Brooks, afirmou que o efeito potencial das novas tarifas pode atingir uma faixa entre 1,1 e 1,4 ponto percentual do PIB brasileiro. Essa estimativa considera os setores que podem ser diretamente afetados por barreiras comerciais adicionais, incluindo segmentos da indústria de transformação e do agronegócio.
Segundo o FMI, os produtos possivelmente atingidos por medidas tarifárias adicionais incluem café, carne bovina, suco de laranja e itens da indústria metalúrgica.
Foto de Lula quando falou sobre o PIB brasileiro para o The New York Times (Foto: reprodução/x/@lazarorosa25)
Avaliação estrutural
A instituição também destacou que o ambiente macroeconômico brasileiro em 2025 é caracterizado por menor impulso fiscal, política monetária ainda restritiva e uma desaceleração gradual da atividade. O aumento de barreiras comerciais, nesse contexto, pode agravar pressões existentes sobre o investimento, o consumo e a geração de empregos.
Perspectiva para 2026
Para 2026, a projeção do FMI é de crescimento de 2,1% do PIB, levemente abaixo do ritmo previsto para 2025. Essa desaceleração acompanha o cenário global de crescimento moderado, além de refletir o esgotamento de alguns estímulos econômicos aplicados em anos anteriores.
Considerações finais
O FMI continua monitorando os desdobramentos relacionados ao comércio internacional e às políticas adotadas pelos principais parceiros comerciais do Brasil. A instituição reforçou que o ambiente externo permanece incerto e que o país pode enfrentar desafios adicionais caso novas tarifas sejam efetivamente implementadas.