A Semana de Alta-Costura se encerra nesta quinta-feira (27), em Paris, e deixa para o verão 2022 tendências que espelham os tempos incertos pelos quais estamos passando desde o início da pandemia. Nas passarelas, as coleções apresentaram paletas de cores, formas, ideias e silhuetas de estética controlada, buscando refúgio em tradições já consolidadas.
Desfile Chanel (Foto: Reprodução/ Chanel)
Montada em um cavalo, Charlotte Casiraghi, filha da princesa de Mônaco, abriu o desfile da Chanel vestindo uma jaqueta da grife. Em uma passagem que foi do trote elegante para um galope, ela reforçou a ideia de restrição ao exibir um look que se manteve intacto por toda a trajetória.
Em seguida, Virginie Viard, diretora criativa da Chanel, apresentou uma coleção que trouxe como foco a relação existente entre a leveza e o rigor. Jaquetas e casacos mais estruturados foram combinados com vestidos e calças, peças feitas de tecidos mais leves como organza e seda. Em algumas produções, modelos usaram tailleurs de tweed com saias entreabertas na frente, revelando camadas de renda.
Desfile Dior (Foto: Reprodução/ Dior)
A coleção de Maria Grazia Chiuri, diretora de criação da Dior, foi dedicada ao processo de criação humano, exibindo peças inteiramente confeccionadas à mão por uma minuciosa equipe de artesãos, costureiros e bordadeiros. Na cartela de cores de Chiuri, a restrição mais uma vez deu as caras. Cores como preto, azul-marinho, cinza e branco serviram de base para o trabalho dos bordadeiros.
Na coleção da Dior, o bordado, que a propósito é um dos destaques da semana de moda, assumiu o papel de costura, unindo as partes de conjuntos de alfaiataria, vestidos e blazers. Apesar da rigidez, as peças de Chiuri também conversaram com a fluidez, assim como as da Chanel. Mais uma vez, estrutura e leveza se encontraram em conjuntos de seda e cashmere.
Desfile Schiaparelli (Foto: Reprodução/ Schiaparelli)
Na coleção da Schiaparelli de Daniel Roseberry, também foi possível observar pontos como a restrição, uma cartela de cores mais contida e um olhar para a construção. Porém, o diretor criativo foi além ao apresentar uma atmosfera fantástica, com novas versões de clássicos da grife, que contaram com referências à biologia, ciência, arqueologia e a antropologia.
Entre as referências, esteve o sol, que foi considerado por muitas civilizações uma entidade de poder. A presença do astro pôde ser notada em diversos acessórios, como um chapéu cuja parte de cima tinha o formato de um cérebro dourado, bustos decorados com anéis metálicos ou uma bolsa dourada em formato de cabeça, com gavetas nos olhos e na boca.
Foto destaque: Chanel apresenta coleção de alta-costura. Reprodução/ Chanel