Moda e arte sempre andaram lado a lado, e as últimas tendências tem se inspirado no surrealismo, que é um movimento artístico que surgiu no início do século XX, liderado por figuras como André Breton e Salvador Dalí. Este movimento buscava explorar o subconsciente e as profundezas da mente humana, rompendo com a lógica e a realidade convencional.
No surrealismo, a liberdade criativa era valorizada acima de tudo, e os artistas frequentemente usavam técnicas como o automatismo para liberar seus pensamentos mais profundos sem qualquer filtro. O resultado eram obras de arte muitas vezes estranhas, oníricas e cheias de simbolismo.
O sonho desempenhou um papel central no surrealismo, com os artistas buscando capturar o mundo dos sonhos em suas pinturas, escritos e esculturas. Os elementos do absurdo, do irracional e do fantástico eram comuns nas obras surrealistas, Salvador Dalí em sua pintura "A Persistência da Memória", derrete relógios em um cenário surrealista. Outros artistas notáveis incluem René Magritte, com suas imagens misteriosas, e Max Ernst, que explorou o mundo dos sonhos em suas colagens.
Obra A persistência da Memória, de Salvador Dali
Agora a moda vem se reinventando ao incluir o surrealismo em um novo cenário, e essa influência parece que irá perdurar por alguns anos, inspirada no niilismo e pela ausência de atenção. Observe Schiaparelli e Balenciaga e veja seus produtos.
O niilismo é uma filosofia que, em sua essência, nega ou rejeita a existência de valores, significado e propósito na vida. Essa perspectiva filosófica sugere que tudo é desprovido de sentido intrínseco, e os niilistas frequentemente argumentam que as crenças tradicionais, morais e religiosas são ilusórias ou sem fundamento.
A moda, inspirada nesses conceitos tem incorporado alguns elementos que remetem a eles, como roupas, sapatos, acessórios e até mesmo com imagens de inteligência artificial da Collina Strada no desfile mais recente da NYFW.
Look alta-costura de Balenciaga (Foto: Reprodução/Instagram)
A geração Z é o alvo dessa tendência, que tem um estilo caótico, incorporando em sua estética elementos que demonstram desordem, rebeldia e ousadia, e as marcas pretendem conquistar esse público promovendo em seus produtos a autenticidade e a individualidade. Essas expressões buscam chamar atenção pelos excessos em formas e tamanhos, elementos bem diferentes e chamativos, que são um apelo para o consumidor.
Foto destaque: Marca brasileira Otti utiliza da IA para divulgar uma bolsa (Foto: Reprodução/Instagram/@otti.com.br)