No último dia da São Paulo Fashion Week, a marca Handred apresentou um desfile intimista que emocionou o público e reforçou a valorização do feito à mão. Com apenas 11 modelos, com alguns amigos próximos do diretor criativo André Namitala, a apresentação ganhou um tom pessoal a afetivo, fugindo dos moldes tradicionais da passarela.
Artesanato é o destaque do desfile
Um dos destaques do desfile desta manhã ficou por conta da trilha sonora nada convencional: em vez de música, foi o próprio Namitala quem narrou o desfile. Sua voz guiou a plateia por uma espécie de conversa caseira, revelando detalhes técnicos das peças e aprestando homenagens aos profissionais que trabalharam nos bastidores da coleção "Ponto Brasileiro". Costureiras, stylists, bordadeiras, maquiadoras e ilustradores foram lembrados como parte essencial do processo criativo.
A coleção se inspira na tapeçaria artesanal e transforma suas fases de construção em elementos visuais presentes nas roupas. Entre franjas que lembram a tela crua do início de um tapete e bordados detalhados que remetem ao trabalho manual, as peças evocam texturas aveludadas e estampas que transmitem o aconchego de estar em casa.
Desfile da Handred no último dia de São Paulo Fashion Week (Foto: reprodução/Instagram/@spfw)
Moda com memória
Além da estética sensível e acolhedora, o desfile propôs uma reflexão sobre tempo, memória e afeto. A maquiagem tridimensional e os tecidos com acabamento artesanal reforçaram a proposta de valorizar o processo e não apenas o produto final.
Com "Ponto Brasileiro", a Handred começou o último dia do SPFW com um manifesto silencioso pela moda afetiva e consciente. Mais do que roupas, o que se viu foi uma homenagem à cultura e à arte popular brasileira, traduzida em cada ponto, textura e história costurada ao longo do desfile.
Foto destaque: Alguns momentos do desfile da Handred no SPFW (Reprodução/Instagram/@SPFW)