Secretaria de Saúde do DF descarta 3,5 mil doses de CoronaVac

3,5 mil doses da vacina CoronaVac foram descartadas pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Segundo a pasta, o imunizante teve a sua data de vencimento expirada na última quarta-feira (31). A aplicação da vacina já havia sido suspendida no mês passado por estoque limitado.

Liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em crianças de 3 a 5 anos em julho, a CoronaVac teve baixa procura pelos responsáveis dessas crianças, o que causou a suspensão da vacinação de quem estava nessa faixa etária em agosto.


Baixa procura por vacinação fez doses serem descartadas no DF. (Foto/Reprodução/ADF)


A CoronaVac é uma vacina contra a COVID-19 produzida pela Sinovac Biotech, uma empresa farmacêutica com sede em Pequim, na China. A empresa se concentra especificamente no desenvolvimento e fabricação de vacinas para doenças infecciosas humanas.

A vacina foi validada para a lista do uso da emergência pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1 de junho do ano passado. O procedimento da OMS para a CoronaVac incluiu uma revisão da segurança e da eficácia da vacina, assim como inspeções no local da produção.

O Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE), principal conselho consultivo da OMS sobre vacinas, também revisou a vacina como parte da validação. A partir de janeiro de 2022, a vacina foi aprovada para uso em 52 países.

A CoronaVac é uma vacina inativada que usa uma versão morta do vírus SARS-CoV-2 para que ele não possa se replicar, mas mantém a proteína pico de superfície intacta para desencadear o sistema imunológico do corpo a fim de criar anticorpos para proteção contra o vírus vivo.

Confira, na íntegra, a nota da Secretaria de Saúde do Distrito Federal:

“Desde o início do processo de imunização contra a Covid-19, a Secretaria de Saúde tem atuado com responsabilidade para garantir primeira e segunda dose para todos os cidadãos. Por isso, cerca de 3,5 mil doses de CoronaVac foram armazenadas e esperaram o público que tomou a primeira dose do imunizante, em especial as crianças e pessoas imunossuprimidas. Infelizmente, a população não aderiu ao apelo da SES para completar o ciclo vacinal.”

Foto destaque: Embalagem da vacina CoronaVac. Reprodução/Butantan

Linfoma não Hodgkin: entenda as causas, os sintomas e os riscos da doença

O linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que começa no sistema linfático, que faz parte do sistema imunológico de combate a germes do corpo. Nele, os glóbulos brancos chamados linfócitos crescem anormalmente e podem formar crescimentos (tumores) em todo o corpo.

A doença é uma categoria geral de linfoma e há muitos subtipos que se enquadram nessa categoria. O linfoma difuso de células B grandes e o linfoma folicular estão entre os subtipos mais comuns. A outra categoria geral de linfoma é o linfoma de Hodgkin.

Os avanços no diagnóstico e tratamento do linfoma não Hodgkin ajudaram a melhorar o prognóstico para as pessoas com essa doença. A condição pode causar muitos sinais e sintomas diferentes, dependendo do tipo de linfoma e onde está no corpo. Às vezes, pode não causar sintomas até que cresça bastante.

Ter um ou mais sintomas não significa que uma pessoa definitivamente possui o linfoma. Na verdade, muitos dos sintomas listados são mais propensos a serem causados por outras condições, como uma infecção. Ainda assim, caso se tenha qualquer um desses sintomas, o ideal é procurar um médico para que a causa possa ser encontrada e tratada, se necessário.

Alguns sinais e sintomas comuns incluem: gânglios linfáticos aumentados; arrepios; perda de peso; fadiga (sensação de muito cansaço); abdômen inchado (barriga); sentir-se cheio depois de apenas uma pequena quantidade de comida; dor ou pressão no peito; falta de ar ou tosse; infecções graves ou frequentes; fácil contusão ou sangramento.

A respeito das causas, os pesquisadores descobriram que o linfoma não Hodgkin está ligado a vários fatores de risco, mas a causa da maioria dos linfomas não é conhecida. Isso é complicado pelo fato de que os linfomas são realmente um grupo diversificado de cânceres.

Normalmente, os linfócitos passam por um ciclo de vida previsível. Os linfócitos antigos morrem e o corpo cria novos para substituí-los. No linfoma não Hodgkin, os linfócitos não morrem, e o sistema continua criando novos. Esse excesso se aglomera nos gânglios linfáticos, fazendo com que eles inchem.


Exames de imagem podem identificar o linfoma. (Foto/Reprodução/CDLS)


O linfoma não Hodgkin inicia-se mais frequentemente nos seguintes casos:

  • Células B: as células B são um tipo de linfócito que combate a infecção produzindo anticorpos para neutralizar invasores estrangeiros. A maioria dos linfomas não Hodgkin surge de células B. Subtipos desse linfoma que envolvem células B incluem linfoma difuso de células B grandes, linfoma folicular, linfoma de células mantélicas e linfoma de Burkitt.
  • Células T: as células T são um tipo de linfócito que está envolvido em matar invasores estrangeiros diretamente. O linfoma não Hodgkin ocorre muito menos frequentemente em células T e seus subtipos que envolvem essas células incluem linfoma periférico de células T e linfoma cutâneo de células T.

A maioria das pessoas diagnosticadas com linfoma não Hodgkin não tem nenhum fator de risco óbvio. Além disso, muitas pessoas que têm fatores de risco para a doença nunca a desenvolvem.

Alguns fatores que podem aumentar o risco de linfoma não Hodgkin incluem:

  • Medicamentos que suprimem o sistema imunológico: caso a pessoa tenha feito um transplante de órgãos e toma medicamentos que controlam seu sistema imunológico, ela pode ter um risco aumentado de desenvolver a doença;
  • Infecção por certos vírus e bactérias: certas infecções virais e bacterianas parecem aumentar o risco de linfoma não Hodgkin. Vírus ligados a esse tipo de câncer incluem HIV e infecção por Epstein-Barr. As bactérias ligadas a esse linfoma incluem a bactéria causadora de úlceras;
  • Produtos químicos: certos produtos químicos, como os usados para matar insetos, podem aumentar o risco de desenvolver o linfoma. Mais pesquisas são necessárias para entender a possível ligação entre os pesticidas e o desenvolvimento do linfoma não Hodgkin;
  • Idade mais avançada: o linfoma não Hodgkin pode ocorrer em qualquer idade, mas o risco aumenta com o envelhecimento. É mais comum em pessoas com 60 anos ou mais.

O médico provavelmente perguntará ao paciente sobre seu histórico médico pessoal e familiar. Pode, então, submeter-se a testes e procedimentos utilizados para diagnosticar o linfoma não Hodgkin, incluindo:

  • Exame físico: o médico verifica se há gânglios linfáticos inchados, inclusive no pescoço, nas axilas e na virilha, bem como se há um baço ou fígado inchado;
  • Exames de sangue e urina: testes podem ajudar a descartar uma infecção ou outra doença;
  • Exames de imagem: o médico pode recomendar exames de imagem para procurar sinais de células de linfoma em outras partes do corpo. Os testes podem incluir tomografia computadorizada, ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons;
  • Teste de linfonodo: pode ser recomendado um procedimento de biopsia de linfonodo para remover todo ou parte de um linfonodo para exames laboratoriais. Analisar o tecido linfonodal em um laboratório pode revelar se a pessoa tem linfoma não Hodgkin e, em caso afirmativo, qual tipo;
  • Teste de medula óssea: uma biopsia de medula óssea e o procedimento de aspiração envolvem a inserção de uma agulha no osso para remover uma amostra de medula óssea. A amostra é analisada para procurar células desse linfoma;
  • Punção lombar: se houver uma preocupação de que o linfoma possa afetar o líquido ao redor da medula espinhal, o médico pode recomendar um procedimento para remover parte do líquido para teste. Durante uma punção lombar, o médico insere uma pequena agulha no canal espinhal na parte inferior das costas.

Outros testes e procedimentos podem ser usados dependendo da situação. Um profissional de saúde usa as informações desses testes e procedimentos para determinar o subtipo do linfoma não Hodgkin e quais tratamentos podem ser mais eficazes. Existem muitos tipos de linfoma, incluindo formas raras que alguns médicos podem nunca ter visto. A pesquisa mostra que ter suas amostras de tecido revisadas por um profissional experiente pode resultar em um diagnóstico mais preciso.

Foto destaque: Linfoma não Hodgkin se manifesta de diferentes formas. Reprodução/Oncos

Hobbies e saúde mental

Hobbies são feitos para momentos de descontração, de relaxamento, que sejam fora da rotina, aliviando um pouco do estresse com alguma atividade que seja prazerosa. Conseguir fazer uma atividade que goste é importante para manter a mente saudável, além de fazer bem ao nosso corpo. No entanto, a verdade é que, mesmo gostando muito de uma atividade, nem sempre é fácil mantê-la.  

Mônica Machado, psicóloga pela USP, fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, afirma que ter essas atividades causam benefícios a mente, diminuindo a irritação e a ansiedade e, consequentemente, estimulando a criatividade e a produtividade.

Os benefícios de ter um hobby 

Mônica afirmou que ter hobby para uma pessoa que está com a mente saudável, serve para manter a qualidade de vida, tornando assim, uma pessoa feliz e bem. “O hobby é utilizado para sair da rotina, que pode estar sobrecarregada com muito trabalho e pede algo que saia daquela mesmice.” 

“O hobby te dá a chance de escapar de algo que está lhe fazendo mal, já que quando uma rotina é muito monótona, ela não é saudável. Rotina é sempre a mesma coisa e, muitas vezes,  a pessoa passa a repetir comportamentos tóxicos e destrutivos no dia a dia”, explica Mônica. 

 

Mas isso possui um lado ruim? “Muitas pessoas utilizam o hobby para tentar se distrair de algum problema, de algum trauma ou angústia, no momento em que ela está frustrada e triste.  Às vezes, a pessoa confunde o hobby com uma fuga para tirar a tristeza, achando que daquela forma ela vai estar liberando esse sentimento. Isso pode ocorrer até momentaneamente, mas a causa continua ali”, explica. 

Como manter um hobby?

Quando não se está com a saúde mental em dia, ter um hobby e mantê-lo se torna uma tarefa muito complexa. A psicóloga aponta que o primeiro passo para conseguir seguir com uma atividade é encontrar o que te traz prazer. “Nem tudo me traz prazer, então não tem como querer fazer tudo e sim encontrar um hobby que me faça bem”. 

“Quando a pessoa está com a mente equilibrada com as questões psicológicas, ela consegue lidar bem com o hobby e não ficar trocando a todo momento. A troca vem porque o hobby deixa de trazer prazer, então ela muda porque não vê mais sentido naquilo. E é exatamente isso que o hobby faz, ele dá sentido para a vida da pessoa, fazendo com que ela encontre motivos para viver feliz”, aponta a especialista. 

Existem várias atividades que podem virar hobbies, como por exemplo tocar instrumentos, escrever, cantar, praticar esportes, pintura, jogos, costura, etc. O importante é escolher alguma atividade que o faça feliz e que relaxe.

 

Foto destaque: Hobbie ao ar livre. Reprodução pexels.

A importância da saúde dos psicólogos

O cuidado com a saúde mental cresceu durante a pandemia de Covid-19, pois ficar em casa sem sair e com tantas mortes acontecendo, afeta a cabeça de todos. Um relatório global divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) neste ano, afirma que casos de depressão e ansiedade aumentaram 25% no primeiro ano após o surgimento do novo coronavírus.

Mas quem cuida da mente das pessoas também precisa de ajuda? Estudantes de psicologia e especialistas já formados recebem a instrução de fazer terapia. O conversou com psicólogas de Juiz de Fora para entender a importância da terapia e cuidado com a saúde mental.

Saúde mental em dia

A terapia permite um conhecimento melhor das próprias emoções e é indicada para todos, até mesmo na infância. Sabendo mais sobre si próprio, é possível ressignificar culpas, medos, eventos traumáticos, dores do passado ou presente. E também investir nas potencialidades para melhorar o futuro.

Ingrid Pinheiro, psicóloga educacional, diz que a terapia é muito procurada ainda na infância para tratar demandas relacionadas a comportamentos mal adaptativos, como dificuldades na escola ou desafios na expressão das emoções.

“Se preocupar com a saúde mental na infância permite focarmos na prevenção de transtornos e promoção de bem-estar, evitando assim, grandes sofrimentos psíquicos. Dessa forma ela conseguirá construir um arsenal de estratégias saudáveis e funcionais para enfrentar de forma positiva os desafios da vida”, comentou.

Ingrid ainda apoiou a procura mais cedo possível para reconhecer a importância do cuidado à mente, com certeza serão adultos mais conscientes e preparados para lidarem com os desafios pessoais e sociais no que concerne ao bem-estar psicológico, com repertório de habilidades mais robusto e consistente”.


Consulta com terapeuta. (Foto: Reprodução/Pexels)


Terapia é qualidade de vida

A psicóloga e coordenadora do curso de psicologia do Centro Universitário Estácio em Juiz de Fora, Adriana Woichinevski, relata que terapia vai possibilitar um reconhecimento melhor, que vai permitir uma conduta técnica, teórica e científica apropriada para a melhoria da qualidade de vida e da saúde mental do paciente.

“O autocuidado, a preocupação com si mesmo, também está presente na psicoterapia. Hoje já se sabe que cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física, porque estão interligadas”, disse.

Anna Gomes, especialista em psicologia e professora explicou que a saúde mental é um desenvolvimento entre estar bem e não estar. De acordo com ela, a forma de lidar e enfrentar os momentos ruins são os momentos que sabemos se estamos bem ou não.

“O cuidado com a vida é continuo. A saúde mental é a flexibilidade, aquilo que nos ajuda a encontrar recursos internos para lidar com as situações cotidianas, seja ela pequenas ações, como levantar da cama, ou por situações mais graves, como perda e luto”, explicou.

Cuidar de quem cuida

O psicólogo é um especialista que trabalha com um carregamento de emoções muito forte, próprio das relações de cuidado, mas que neste caso se intensifica, já que a relação é muito profunda.

Conforme a professora, quanto mais o psicólogo tem um conhecimento sobre si próprio, como observar as próprias atitudes e o próprio comportamento, mais ele tem condição de poder ouvir, escutar como as pessoas agem, como se comportam, se adaptam e como elas atravessam os seus próprios processos.

“A psicologia é uma das profissões complexas, pois o profissional lida com o sofrimento humano, que nem sempre é fácil de ser dito, expressado e observado. Portanto, quanto mais intimidade ele tem consigo mesmo no seu processo de autoconhecimento ele se instrumentaliza, junto com as leituras e apoio técnico para poder estar inteiramente à disposição e escuta das outras pessoas”, ressaltou.

Dicas de como se cuidar 

As profissionais informam que é importante que o profissional construa uma rotina de autocuidado:

  • Não se isolar;
  • Compartilhar experiências com outros;
  • Realizar trocas afetivas e interações sociais, reforçando a rede de apoio. A supervisão de outro profissional também é indicada neste caso;
  • Gerenciar o tempo dedicado ao trabalho e preservar hábitos saudáveis de vida, para além do trabalho – boa alimentação, rotina de sono, família, amor, amigos, cultura;
  • Compreender os próprios limites e necessidades, e ficar atento às próprias mudanças do estado de saúde físico e psicológico, mentais e emocionais, ocasionadas por estresse;
  • Não se automedicar, buscar cuidado de um especialista.

 

Foto destaque: Consulta psicologia. Reprodução pexels.

Endometriose, a doença silenciosa

De acordo com o Ministério da saúde, uma de dez mulheres têm endometriose, mas por ser uma doença silenciosa e com diagnóstico tardio, acredita-se que pode ser mais frequente do que é analisado.

A endometriose é uma doença na qual a parede interna do útero que é revistada por um tecido chamado de endométrio, cresce fora da cavidade uterina. Essa formação de tecido ocorre normalmente na região pélvica, nos ovários, no intestino, no reto, na bexiga e na pélvis. 

“É um problema muito desacreditado, visto que muitas pacientes possuem medo de falar o que estão sentindo. É muito difícil as pessoas em volta dessa mulher entenderem essa dor, por isso, acaba sendo subestimado por ela mesma”, expõe o ginecologista e obstetra Dr. Marcos Tcherniakovsky.

Isso acontece também pelos os sintomas, muitas vezes, serem ignorados por os confundirem com as cólicas normais da menstruação.

Apesar de ser conhecida por provocar fortes cólicas, a endometriose também pode ser assintomática. Por isso, é tão importante fazer consultas à ginecologista, pois, além de ter um diagnóstico cedo sobre a doença, pode se prevenir sobre outras.

Sintomas:

O sintoma mais comum da endometriose são as cólicas menstruais intensas e incapacitantes. No entanto, existem outros sintomas, não tão populares assim Abaixo há uma lista sobre eles: 

  • Dor profunda na relação sexual;
  • Dor pélvica fora do período menstrual;
  • Fadiga crônica;
  • Dificuldade para engravidar;
  • Diarreia;
  • Constipação intestinal;
  • Modificação da consistência das fezes no período pré-menstrual e na menstruação;
  • Dor ou sangramento ao evacuar, ou urinar durante a menstruação.

 

Este último item, se deve à secreção de prostaglandinas pelos implantes da doença. A prostaglandina estimula a contração do intestino, fazendo com que a mulher vá ao banheiro um número maior de vezes durante o fluxo menstrual. Mas quando a doença é avançada, o intestino grosso pode ser acometido e os sintomas se tornam mais exuberantes. Sangramento ao evacuar, sensação de querer ir ao banheiro toda hora e dificuldade para evacuar são sinais de que a doença já avançou, afirmou Eduardo Schor, presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose.

Quem tem endometriose pode engravidar?

A endometriose é, normalmente, associada à ocorrência de infertilidade. Embora a doença, em menor ou maior grau, tenha relação com a dificuldade de engravidar, mas aproximadamente metade dos casos de infertilidade feminina podem ter a endometriose como uma das principais causas.

A principal dificuldade para engravidar causada pela endometriose é o tubário. As tubas uterinas são lesionadas pelo processo inflamatório crônico da doença que leva à formação de aderências do peritônio com outros órgãos pélvicos. Isso pode resultar na obstrução das tubas uterinas e na redução da sua mobilidade.

Com isso, o transporte do óvulo e espermatozoides pode ser dificultado ou mesmo impedido, o que impossibilita a fecundação.

A presença de cistos de endometriose (endometriomas) nos ovários também há chance de afetar a fertilidade. Outra hipótese ainda sendo estudada é que a endometriose cause alterações inflamatórias e imunológicas no útero e endométrio que atrapalham a implantação do embrião.

Como é o tratamento de endometriose?

A endometriose não tem cura. 

Apenas costuma amenizar seus sintomas depois da menopausa, quando há uma diminuição nos hormônios dos ovários. E quando as mulheres entram na menopausa, há uma queda natural na produção desses hormônios.

Do mesmo jeito, não é normal que se sintam fortes cólicas, quando isso acontecer deve se procurar um especialista para que ele possa oferecer um diagnóstico de acordo com os sintomas, podendo ou não ser endometriose.

Conforme o nível dos sintomas, mulheres em idade fértil devem considerar o uso do anticoncepcional como forma de parar a menstruação e assim conseguir escapar das fortes dores da endometriose. No entanto, é preciso avaliar com cuidado todos os efeitos colaterais causados pelo uso desse tipo de medicação.

Nos casos de endometriose profunda, é recomendado que se passe por procedimentos cirúrgicos que realizam uma raspagem do endométrio que foi parar em outros órgãos, em especial se os sintomas estejam impedindo a mulher de seguir com sua vida por dores fortes e sintomas extremos, além de estar afetando o órgão atingido pela endometriose profunda.

Em casos específicos de endometriose, a histerectomia pode ser a solução, sendo a  remoção por completo do útero e de seus acessórios, recomendada para mulheres que já tiveram filhos.

 

Foto destaque: Feminilidade. Reprodução pexels.

Pausas de 10 min ajudam durante o trabalho

 Andar um pouco, comer um lanche, ou acessar as redes sociais, não importa como você os gaste, as micro pausas de 10 minutos ou menos durante o trabalho podem aumentar o ânimo e diminuir o cansaço, de acordo com uma meta-análise publicada na quarta-feira (31) no jornal PLOs One.

Especialistas pesquisaram 22 estudos mais atuais (30 anos) e analisaram que intervalos curtos fazem bem ao trabalhador, eles definem como ter energia para concluir tarefas sem ficar exausto até o final do dia de trabalho, disse a autora do estudo Irina Macsinga, professora associada do departamento de psicologia na West University of Timişoara, na Romênia.

Os intervalos durante o trabalho são vistos como preguiçosos ou improdutivos, o que pode fazer com que as pessoas se sintam culpadas por tomá-las, o objetivo de seu relatório era provar que pausas curtas são valiosas para funcionários e organizações.

“Não parecia ter sentido ter uma semana inteira e esperar o fim de semana apenas para se sentir melhor, ou ter um dia difícil no escritório e contar as horas até a noite”, disse ela.

 

Dependendo do trabalho

A pesquisa identificou como os intervalos de 10 minutos ou menos afetam os alunos em um ambiente de laboratório ou os funcionários em um ambiente de trabalho e se originaram dos Estados Unidos, Holanda, China, Áustria, Alemanha, Austrália, Brasil e Japão.

Os intervalos foram apenas positivos para os funcionários que exercem certos tipos de tarefas, por exemplo os envolvidos em tarefas rotineiras ou criativas. Tarefas de rotina são atividades feitas com alto nível de repetição, que não exigem que uma pessoa use toda a sua capacidade cerebral. Isso pode fazer com que a mente vagueie para outro trabalho ou tarefas não relacionadas ao trabalho, aumentando as chances de erro, observou a análise.

Atividades criativas que exigem que a pessoa procure informações relevantes em sua mente para o que está fazendo enquanto evita ideias que não são importantes para o momento.

Os intervalos curtos podem fazer o trabalhador pensar em uma tarefa diferente daquela em que está trabalhando, o que pode aumentar as ideias e melhorar o desempenho criativo, descobriram os autores do estudo.

Por outro lado, atividades que necessitam de um grande nível e quantidade de poder cognitivo, e não mostraram melhora no desempenho com micropausas, informa a pesquisa.

Os estudos revelaram que, para funcionários nessas situações, uma pausa poderia melhorar o ânimo, mas não equipar totalmente os recursos mentais necessários para concluir a tarefa.

Nem todas as pausas são iguais

Atividades que não estavam conectadas ao trabalho mostraram níveis mais altos de melhora emocional em comparação com pausas relacionadas ao trabalho, de acordo com a análise.

As atividades não relacionadas podem ser exercícios físicos, a caminhada, que os pesquisadores descobriram estar associada à diminuição do cansaço e ao aumento das emoções positivas. Ouvir uma música foi associada a uma melhor recuperação e desempenho, de acordo com a análise.

Os intervalos relacionados ao trabalho, como verificar e-mails ou ajudar um colega, foram associados a uma menor qualidade de sono e do bem-estar, bem como ao aumento do mau humor.

O que os funcionários querem fazer no intervalo, deve ser algo que eles gostem, disse Emily Hunter, professora e chefe de departamento da Hankamer School of Business da Baylor University em Waco, Texas. Emily não estava envolvida no estudo.

Com que frequência você deve fazer a pausa?

A pesquisa não determina a frequência das pausas, mas Macsinga recomendou que os trabalhadores as façam com a frequência necessária. “Vemos que novas ideias começam a surgir quando se faz uma pequena pausa”, disse ela.

O número de pausas dependerá do tipo de função que uma pessoa exerce, o trabalho que necessita do físico terá necessidades diferentes de um trabalho cognitivo. Tarefas criativas também podem exigir pausas mais longas do que atividades repetitivas, acrescentou.

Em sua pesquisa, Emily descobriu que muitos intervalos curtos durante o dia geralmente eram benéficos.

“Assim como precisamos beber água para nos mantermos hidratados, também precisamos fazer pausas curtas e frequentes para manter o foco”, disse ela.

Então as pausas devem ser feitas com base na necessidade cada um, tendo em mente que trabalhos diferentes afetam a mente de maneira diferente e com isso apenas o trabalhador ira saber quando é necessário. 

 

Foto destaque: Pausa no trabalho. Reprodução pexels.

 

Pole dance desfaz estereótipos e estimula a autoestima e a qualidade de vida através da dança

Pole dance é muito mais do que apenas uma performance. A dança se tornou uma atividade física que desenvolve força, habilidade, flexibilidade e coordenação motora, além de trabalhar a estética corporal. Através de uma barra de aço, as coreografias possuem manobras aéreas que demonstram como o corpo humano é capaz de realizar movimentos fascinantes fazendo uso da técnica e da criatividade.

“Além de todos esses benefícios, o pole dance estimula o emagrecimento, trabalha o tônus muscular e promove saúde e bem-estar. Consequentemente, auxilia também em outros fatores como a autoestima”, explica a empresária e professora de pole dance, Juliana Muniz.


Foto.Juiana em aula Pipa Andreoli


Juliana é proprietária do Studio Downtown, situado na região do Grande ABC em São Paulo. O estúdio de dança oferece aulas de pole dance nas mais diversas modalidades como: sensual, exotic pole, pole sport, strong pole sport e pole root, além de aulas de tecido acrobático, flexibilidade e alongamento, todos essenciais e complementares para as modalidades citadas.

“A modalidade Sensual  é utilizada como dança, mas mais importante que isso, nós também estimulamos a autoaceitação. As aulas são formadas por coreografias simples nas quais qualquer pessoa pode realizá-las”, explica a empresária.

O Exotic Pole é uma vertente com origem russa e mais complexa, tendo como obrigatoriedade o salto acima de 15cm. É uma dança que requer mais resistência e força. Já o Pole Sport é a base de todas as outras e ensina todas as manobras desde as mais simples até as mais difíceis.

O Strong Pole Sport é uma modalidade que, além das manobras acrobáticas, trabalha o condicionamento físico e o fortalecimento dos músculos. O nome é de autoria do Studio Downtown. Outros estúdios de dança podem oferecer a mesma aula, mas com uma nomenclatura diferente.


Juiana Muniz foto de Thais Quintilhiano


E o Pole Root, também de nome autoral do Studio Downtown, é a junção de todas as modalidades, ele é, na verdade, o pole dance original de como ele começou, quando ainda não era dividido em outras categorias.

Por ter se originado em espaços “marginalizados”, como danceterias e boates noturnas, o pole dance hoje enfrenta uma quebra de tabus e preconceitos sociais, não só pelo estereótipo de ser apenas uma dança sensual, como pelo julgamento de que apenas um público específico pode praticar a dança.


Foto.Juiana Pipa Andreoli


“Qualquer pessoa pode fazer pole dance. No Studio, por exemplo, no nosso quadro de alunos temos desde crianças de 8 anos de idade até mulheres com mais de 60 anos. Elas são advogadas, médicas, donas de casa…”, conta Juliana.

Juliana Muniz promoveu o primeiro no início deste ano o primeiro campeonato de pole dance do Grande ABC, o Inter Pole ABCD. A competição teve como tema “Valentes: Mulheres Que Mudam O Mundo”, que objetivou em homenagear mulheres inspiradoras ou alguma causa representativa da luta feminina através da arte da dança no pole dance e no mês de novembro a nova edição do campeonato será estadual.

Foto destaque.Pipa Andreoli

Pediatras advertem contra dieta vegana em bebês de até dois anos

O acontecimento com a norte-americana Sheila O”/ Leary, se encaminhou para à prisão perpétua nos Estados Unidos. Sheila foi acusada de homicídio do próprio bebe por desnutrição e desidratação dos nutrientes, após submetê-lo a uma alimentação apenas com frutas, vegetais crus e leite materno.
 
Pesquisadores enfatizam sobre a recomendação é evitar uma alimentação sem fontes de origem animal até os dois anos de vida, pois é importante garantir um aporte adequado de nutrientes, vitaminas e minerais.


 

Criança conhecendo os alimentos (Foto: Reprodução/ Instagram)


O processo envolve estudo das escolhas dos ingredientes que irão nas refeições do bebê. Todo esse procedimento deve ser acompanhado por profissionais de saúde, como pediatras e nutricionistas, para evitar problemas de desenvolvimento no corpo e mente.
 
“Os dois primeiros anos de vida são um período crítico, em que o cérebro e o corpo da criança se desenvolvem bastante e precisam de uma grande variedade de nutrientes”, comenta a profissional de saúde Fabíola Suano e  presidente do Departamento Científico de Nutróloga da SBP.“Ou seja, uma carência nutricional nessa fase pode representar um risco para toda a vida”, complementa.
 
A ausência dos ingredientes que aparecem exclusivamente ou em abundância nos alimentos de origem animal, como as vitaminas B12, ferro e o cálcio está relacionado aos déficits do desenvolvimento dos ossos na fase de formação das estruturas cerebrais também. Como aprendizado, memória e raciocínio.
 
Para evitar problemas na alimentação do bebê, que é preciso considerar que nem sempre uma dieta menos calórica ou com pouca gordura. As crianças necessitam desses nutrientes na medida certa para o desenvolvimento bem.
 
Uma revisão de estudos realizados pelos hospital das clínicas da cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo explicou que as crianças que são propícias a uma dieta vegana tendem a ser mais baixas e magras, embora os valores de altura e peso ainda estejam sendo considerados normais.
 

Foto destaque: Alimentos. Reprodução/ Instagram 

Vacina da covid para bebês está próxima de ser autorizada

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta terça-feira (30) que aguardará os documentos atualizados da Pfizer para concluir uma análise que visa ampliar o público-alvo da vacinação infantil contra a Covid-19. Com os novos pareceres, a vacina pode vir a ser aplicada em bebês a partir dos seis meses de idade.

Na semana passada, a Anvisa realizou uma reunião com especialistas externos e representantes da Pfizer para discutir dados de eficácia e segurança de uma versão da vacina, a Comirnaty, para ser utilizada em bebês. A vacina infantil é administrada em três doses, utilizando dosagens menores que a vacina para adultos, e foi aprovada em países como Estados Unidos e Canadá.

A Anvisa também informou em nota que um grupo externo de especialistas formado por representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) Infectologia, Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Infectologia Saúde (SBI) ) A Saúde Pública Brasil (Abrasco) encaminhou comentários sobre a autorização com base nas informações apresentadas na reunião.

Os requisitos técnicos para concluir o processo foram divulgados na semana passada, segundo a Agência. Hoje, no Brasil, as imunizações laboratoriais são autorizadas para todos os maiores de 5 anos, mas as crianças com mais de 3 anos já estão protegidas pelo CoronaVac, desenvolvido pela SinoVac em colaboração com o Instituto Butantan.


Em breve, bebês de 6 meses poderão ser imunizados contra a covid-19. (Foto: Reprodução/Freepik)


Vacina de mRNA Covid é segura durante a gravidez

Pesquisadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, mostraram que agentes imunizantes como Pfizer e Moderna não aumentam o risco de parto prematuro ou morte antes do nascimento.

O estudo é importante para reafirmar a segurança de uma vacina de RNA mensageiro contra a Covid-19 em mulheres grávidas. Muitas gestantes têm medo de se vacinar, apesar dos estudos que mostram que a vacinação não interfere no processo gravídico e no desenvolvimento fetal.

A nova pesquisa afirma que a imunização não foi associada a maior risco de parto prematuro, pequena idade gestacional ao nascimento ou óbito pré-natal. O público participante do estudo foi vacinado principalmente com os imunizadores de RNA mensageiro da Pfizer e da Moderna.

 

Foto destaque: Vacina da Covid-19. Reprodução/Freepik.

Saiba como solucionar a crise de dor nas costas

Dor nas costas é um problema que 8 em cada 10 pessoas enfrentam durante a vida. Podendo ser um pequeno incômodo até uma das maiores causas de afastamento no ambiente de trabalho. No período da pandemia, houve um aumento dos casos e foram mais de 55 mil trabalhadores no Brasil afastados por causa de problemas na coluna no primeiro semestre de 2021.

E por causa disso, visivelmente uma das perguntas sobre saúde mais pesquisada na internet é: como diminuir as dores nas costas? A depender do diagnóstico feito por especialistas, os tratamentos para resolver esse problema podem ser de remédios, até exercícios físicos como por exemplo fisioterapia e pilates com orientações sobre dor e postura.

As mais eficientes prática dessas, segundo profissionais e estudiosos  tendo em base exercícios físicos, são a caminhada, a natação e o ciclismo. Porém, apenas com a prescrição feita por um médico ou especialista o paciente irá saber o encaminhamento ideal para o seu quadro. Aliás, ficar parado é outro fator que pode agravar a dor.

Bem, e o que é a dor? Como podemos defini-la? A definição feita pela Associação Internacional de Estudos da Dor (IASP, na sigla em inglês) é uma “experiência sensorial e emocional desagradável, associada a danos teciduais reais ou potenciais” e que é “sempre uma experiência pessoal influenciada em diferentes graus por fatores biológicos, psicológicos e sociais”.

“Se sua duração for de até um mês, ela é classificada como uma dor aguda. Se for de um a três meses, seria uma dor subaguda. E com mais de de três meses seria uma dor crônica”, explica o médico reumatologista Martin Fabio Jennings Simões, da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

Segundo Martin, 80% das ocorrências de dor aguda vão se resolver sem tratamento nenhum. Os 20% restantes, para resolver a questão da dor, devem passar por uma análise do nível da dor junto com o complicado processo para descobrir as causas prováveis.

Que causas seriam? O Sistema de Saúde do Reino Unido (NHS) afirma que um dos motivos mais comuns que causam dores nas costas é a lesão muscular. Com menos frequência temos a hérnia de disco e a ciática, que são ferimentos ligados ao disco (pequena estrutura cartilaginosa da coluna vertebral) entre as vértebras da coluna. A espondilite anquilosante também pode ser uma das causas (inflamação crônica nas articulações). E por fim, em raros casos com outras possibilidades, temos câncer, fratura ou infecção.

Confira as alternativas de tratamento

Uma dúvida bastante feita pelas pessoas é sobre o que se deve fazer quando a dor nas costas aparece: ficar parado/relexado ou se exercitar?


Pessoa com crise nas costas. (Foto: Reprodução/Pexels)


Martin, da Sociedade Brasileira de Reumatologia, fala que na maioria dos casos a melhor coisa a se fazer é se exercitar, principalmente com a ajuda de atividades físicas. Pois as costas, ou falando de forma mais especifica, a coluna, tem a habilidade de fazer o corpo das pessoas se movimentar, seja girando, curvando e por aí vai. E tal função faz com que a coluna fique forte e flexível. E uma rotina de atividades físicas que trabalham a coluna ajudam com a força, resistência e flexibilidade.

O relaxamento, no outro caso, só é aconselhado para quadros bem específicos, como quando a dor ligada à hérnia de disco.

Mas ainda mesmo neste caso, seria mais um repouso por tempo curto, e não completo, absoluto. Ou seja, a pessoa iria conseguir fazer atividades normais, como cuidar da casa e não ficar completamente parada na cama, afirma Simões.

Isso porque o repouso completo pode resultar em inconvêniencias, como enfraquecimento dos músculos, rigidez das articulações e perda do preparo físico. Além do risco maior de virar um caso crônico.

Segundo Martin Simões, é como riscar um fósforo perto de um galão de gasolina. Mas por qual motivo? Uma das respostas é a chamada catastrofização, uma distorção de pensamento que acaba, grosso modo, transformando obstáculos em coisas maiores do que eles de fato são. De certa maneira, cada coisa vira uma “catástrofe”. Ou seja, muitas vezes a dor sentida não é proporcional à causa dela.

Os fatores psicológicos têm bastante influência no diagnóstico e, por extensão, na busca da cura da dor. Assim como questões ligadas ao trabalho, à genética, à biofísica, à situação socioeconômica, a outros problemas de saúde (os sinais vermelhos e amarelos) e a fatores como tabagismo e sedentarismo.

Essas ações são consideradas apenas quando o tratamento já é definido, mas tudo começa pelo diagnóstico feito por um especialista.

“Você só vai começar a se tratar quando diagnosticado de forma correta, e não apenas se autodiagnosticar, procurando no Google. E o diagnóstico correto passa também por excluir as causas, porque existe um cardápio enorme de possibilidades quando o paciente chega com dor nas costas”, explica Simões.

A dor nas costas crônica (com mais de três meses), pode ser dividida em alguns grupos.

Uma das separações é a dor nociceptiva ou inflamatória (ou seja, há causa individual ligada aos neurônios sensoriais, como artrite, isquemia, infecção, dor pós-operatória, lesão, dor ligada ao envelhecimento).

Outra seria a dor neuropática, sendo mais conectada com lesões ou doenças que afetam o sistema nervoso, como o aperto da raiz espinhal e a hidrocefalia de pressão normal.


Pessoas praticando natação. (Foto: Reprodução/Pexels)


O mais familiar de todos é a dor inespecífica, que seria a dor que não se descobre exatamente o motivo específico que causa o incômodo. Estima-se que isso aconteça com até 90% dos pacientes. Por essa e outras razões, um ponto muito relevante nesse momento do diagnóstico é que o profissional explique ao paciente o que é a dor, em um processo chamado de educação em neurociência da dor, abordagem que tem sido adotada também por algumas “escolas de coluna”.

“Quando a pessoa tem uma dor, ela fica assustada. Será que é câncer? Será que vou ficar paraplégico? Por isso, é importante que a pessoa entenda o que é o motivo dela estar ali, como que conseguimos tratá-la, e como ela enfrenta essa dor. Daí o paciente não tem expectativas irreais, crenças, erros cognitivos, ele consegue enfrentar melhor essa situação. Quando ele recebe educação em neurociência da dor, costuma perceber a dor com uma intensidade menor do que quando ele não recebe essas informações”, afirma o médico ortopedista Jonas Lenzi de Araujo, da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor (Sbed).

Essa nova maneira de conduta tende a auxiliar no tratamento, seja qual for. Pois questões psicológicas como depressão, ansiedade, estresse e catastrofização, podem contribuir para a cronificação. Ou seja, a duração da dor pode passar de menos de um mês para mais de três meses. No geral, a dor na coluna prejudica a qualidade de vida do paciente, e o sentimento de impotência é bastante comum entre quem sofre desse problema. E este ambiente pode prejudicar ainda mais a saúde mental dessas pessoas, numa espécie de escalada psicológica.

“Existem vários tipos de terapia, técnicas, tratamentos. No fundo elas querem abordar esses aspectos de dor crônica, de catastrofização, enfrentamento ou aspectos psicológicos que afetam de uma forma negativa a sensação de dor, a experimentação da dor”, afirma Simões, da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

A frente disso, nas questões no diagnóstico, o tratamento definido deve ser baseado no mais efetivo e o menos agressivo para cada caso. E quais são eles? Entre os tratamentos possíveis, há os que possuem medicamentos e os que não têm medicamentos, como exercícios, terapias, cirurgias (em casos raros), entre outros aspectos.

Tratamentos sem medicamentos

Tendo em base pesquisas científicas atuais, se observa que o melhor tratamento para os casos de dor crônica, que são as que duram mais de três meses, é a prática de esportes. Alguns esportes que podem ajudar são natação, caminhada, ciclismo, e pilates.

Outra prática relacionada pode ser chamada de “escola de coluna”. Os pacientes aprendem e praticam exercícios para fortalecer as costas e de ensinamentos mais corretos ao andar, sentar, trabalhar e dormir. Contudo não é apenas para ensinar os pacientes a usar a coluna da forma mais correta possível. Mas também de ensiná-los sobre questões como o que é a dor, como os fatores psicológicos influenciam a sensação e a recuperação (como frustração e temor de nunca melhorar) e como o tratamento vai ocorrer dali em diante (inclusive para evitar lesões e saber lidar com recaídas).Lá, eles são ensinados de que não é preciso estar 100% recuperado para voltar às atividades e de como a respiração e uma boa noite de sono podem fazer muita diferença para a recuperação, por exemplo.


Mulheres com roupa de ginastica. (Foto: Reprodução/Pexels)


“Tem um melhor efeito quando as escolas de colunas também abordam o aspecto psicológico. Ou seja, a catastrofização, o enfrentamento… Então, você tem uma abordagem com técnicas de terapia cognitivo comportamental, a TCC (abordagem comum para casos de depressão na qual, por meio da conversa, o terapeuta ensina o paciente a identificar e lidar com pensamentos, crenças e sentimentos negativos, quebrando o ciclo em torno dele)”, afirma Simões. “Então, a pessoa reprocessa a dor, trabalha como a encara. A forma como ela encara e processa esse tipo de dor também está muito relacionada com outros obstáculos que a pessoa tem.”

Médicos falam sobre outras práticas que são bastante favoráveis contra as dores nas costas, que seriam a fisioterapia, meditação e o pilates. Que é uma forma de exercício que permite fortalecer o corpo, aumentar a flexibilidade, melhorar a postura do corpo além de fazer benefícios mentais.

“No exemplo da meditação, a ajuda está no controle da dor ao diminuir a atividade do sistema nervoso simpático, que é aquele que nos deixa preparados para lutar ou fugir. Quando faço meditação, mindfulness, consigo diminuir a atividade desse sistema nervoso simpático, e diminuo a vinculação de estresse, tensão, ansiedade e medo àquela dor. Há então uma melhor evolução clínica, tende a ter uma diminuição da percepção de dor”, explica Araújo, da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor.

E por último, há um grande questionamento e dúvida sobre algumas respostas milagrosas que surgem na internet, como por exemplo cintas, órteses, suportes lombares, palmilhas e corretores de postura. “Normalmente, quando se usa isso é em um pós-operatório, pós-fratura, mas não como forma de tratamento. O objetivo é ganhar força e elasticidade, ganhar mobilidade e função. Quando nós usamos esses equipamentos, a gente perde função, perde mobilidade”, afirma Araújo.

Tratamentos a base de medicamentos

Muitos pacientes para o alívio da dor procuram remédios como analgésicos, anti-inflamatórios, corticoides, opioides, antidepressivos e relaxantes que podem ser sim recomendados em fase  um aguda — há expectativas em torno do possível efeito positivo do canabidiol (um dos principais componentes da maconha) para a dor, que ainda não há consenso científico nem evidências robustas sobre eventuais benefícios.

Mas, em grande parte, esses medicamentos só servem para aliviar ou controlar os sintomas, mas eles não resolvem os problemas que causam esses sintomas e nem aceleram a recuperação do paciente.

“Os analgésicos opióides são mais fortes para o controle da dor. Podem ser indicados quando o paciente tem uma dor muito mais intensa. Porém, eles não são medicações de primeira linha nem de segunda linha (os primeiros a serem indicados). Eles são mais para diminuir a percepção de dor, enquanto o paciente faz uma reabilitação de outra forma”, explica Araújo, da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor.

Além disso, Araújo lembra que muitas pessoas com dor ainda não podem usar alguns medicamentos por causa de restrições de saúde, como doenças hepáticas e renais, alergia e idade avançada. Sem falar nos possíveis efeitos colaterais dos medicamentos para esses e outros pacientes.

Mas também, pode haver pontos positivos com os remédios associados ao efeito placebo, que são medicamentos que não fazem qualquer alteração no organismo, que são usados mais pela de como uma pessoa se sente em relação a determinadas doenças e até para ajudar a melhorar certos sintomas.

A Universidade de Oxford e a BBC, em 2018, fizeram uma pesquisa com cem voluntários no Reino Unido que sofriam com dor nas costas há anos. Foi afirmado que metade dos presentes iria receber um poderoso medicamento contra dores e a outra metade receberia uma pílula com placebo, mas ninguém saberia quem recebeu o quê. Só que todos os 100 voluntários tomaram comprimidos de arroz moído, mais de duas semanas depois, um pouco menos da metade dos presentes na pesquisa informaram terem sentido uma melhora significativa na dor, um resultado bom tendo em base que muitos deles tinham o histórico de tomar analgésicos fortes.

Cientistas que estavam presentes durante com a pesquisa puderam afirmar que ciência mostra que o efeito placebo tem um papel concreto na psicologia e na neuroquímica, inclusive com a liberação de endorfina, um analgésico natural que tem estrutura similar à morfina (um opioide poderoso contra a dor). Pesquisas científicas apontam que placebos podem funcionar mesmo quando os pacientes têm consciência do que estão tomando é apenas um placebo.

Vale comentar que outro ponto favorável para ver uma  melhora dos voluntários do experimento em 2018 foi a duração da consulta com os médicos envolvidos. A metade que passou mais tempo com os profissionais relatou melhora do que a outra metade.

 

 

Foto destaque: Mulher com dor nas costas/Reprodução: Pexels