Como a acupuntura pode ajudar a lidar com a ansiedade?

A ansiedade tem se tornado bastante comum por todo o globo. Procurando uma forma de lidar com esse problema, o Centro Nacional para a Saúde Complementar e Integrativa (NCCIH), do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos publicou estudos que comprovam a eficácia da acupuntura no tratamento da ansiedade. Em 2012 foram feitos 32 experimentos, onde os cientistas encontraram resultados positivos, especialmente para esse transtorno.

Segundo Vítor Barbosa, professor e coordenador curso de pós-graduação de acupuntura na Newton Paiva, um dos principais benefícios dessa prática é combater inflamações diversas. “A ansiedade pode desencadear esses processos em regiões do cérebro. Como acupuntura tem a capacidade de controlar isso, também auxilia nesse sentido”, explica.

De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, trata-se de uma técnica que cria estímulos a partir de pontos específicos do corpo com o uso de agulhas de aço cirúrgico, através de eletroestimulação, e também da aplicação de estímulos com lasers. “A acupuntura age sobre os canais por onde circula o Qi, que em nossa língua tem significado aproximado a energia. Então, impacta em todos os processos que necessitam dela para acontecer, como as funções orgânicas de forma geral. Esse chi percorre por canais, relacionados a cada um dos órgãos, sendo acessados por meio de pontos, chamados de acupontos. Cada ponto desses tem funções específicas”, continua o coordenador do curso.

Após novos estudos e com o avanço da tecnologia, foi descoberto que existe uma diferença no tecido dos pontos, assim como na conexão entre as células e a microcirculação sanguínea. Hoje, entende-se que acupuntura tem importante atuação no sistema nervoso central e como o mesmo gera uma resposta para os tecidos. “Nesse sistema existem áreas e entre essas estão os córtex cerebrais. As pesquisas recentes mostram que os estímulos dos acupontos agem em áreas específicas do córtex, que levam uma reposta para o resto do corpo.”

Quando se fala de ansiedade, muitos dos acupontos estão ligados direto nas sensações desse transtorno. “A Medicina Tradicional Chinesa considera que eles estão associados às alterações do que chamam de Cinco Almas. Elas são características da personalidade, do comportamento e do caráter das pessoas. Assim, entendemos que a nossa mente reside em nosso Coração. Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, é nele que reside o Shen, que podemos traduzir como consciência.”

Existem vários tipos e causas de ansiedade. Dependendo da necessidade, são utilizadas combinações de pontos diferentes. “Uma vez estimulados vão gerar a centralização e acalmar o Shen. Ou seja, vai acalmar a mente e os pensamentos.” Isso ocorre porque a prática traz também a sensação de relaxamento muscular, diminuindo a tensão. “Também pode melhorar o sono, fazendo com que o paciente tenha a possibilidade de acordar com corpo e mente descansados.”

Por conta do progresso das pesquisas, hoje sabemos que pode ajudar na modulação da serotonina e dopamina, que são hormônios relacionados ao bem-estar. “Ela reduz a quantidade de cortisol, que traz o estresse e a adrenalina. E tem se mostrado eficaz na síntese de neurotrofinas, proteínas importantes para o crescimento dos neurônios e para a recuperação dos mesmos, que acabam entrando em degeneração quando há a presença de transtornos como a depressão e a ansiedade”, complementa.

Ansiolítico x Acupuntura

Muitas pessoas que sofrem desse mal fazem o uso de medicamentos. Mas quais as diferenças entre o tratamento com ansiolítico e a acupuntura? Quando se realiza o procedimento com agulhas, é importante salientar que nada é adicionado nelas. “Não colocamos nenhuma substância, mas fazemos com que o corpo produza as próprias substâncias que vão combater as alterações.” Sendo assim, não são efeitos colaterais graves por conta da prática. “Podemos ter, em alguns casos, pequenos sangramentos em um ponto ou o paciente pode ficar sonolenta após a sessão. Acontecem eventos raríssimos nos quais pode apresenta algum incômodo como tontura, náusea ou sensação de desmaio.”

Outra diferença é que, no caso dos ansiolíticos, é comum as pessoas reclamarem que sofrem com sonolência, fadiga ou diminuição da libido. Além disso, os remédios fazem com que elas não sintam o mal-estar, nem tampouco outras emoções, resultando em um estado de apatia. “Com a acupuntura, isso não vai acontecer. O paciente deixa de sentir raiva, tristeza ou ansiedade? Não. Esses são sentimentos comuns do ser humano. No entanto, o que o tratamento faz é ajudá-lo a lidar com esses sentimentos”, esclarece o coordenador.

Contudo, uma pessoa que está enfrenando o transtorno não deve deixar outros tratamentos. “Deve continuar o acompanhamento psiquiátrico, a terapia e o uso de medicamentos. A acupuntura vem para complementar.” Dessa forma, o resultado será ainda mais duradouro. Depende muito da disciplina e de como o corpo irá reagir.

Logo, pode variar de acordo com a idade, com os hábitos e com a dedicação do paciente em manter o efeito. “Tudo isso influencia. Alguns fazem um ciclo de seis sessões e não vão mais apresentar os sintomas durante um ou dois anos. Por outro lado, alguns passam mais de cinco anos sem apresentar os sintomas”, exemplifica Vítor.

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Perfeccionistas são mais suscetíveis a ter burnout, revela estudo

Mesmo sendo popularizado como uma questão dos ambientes de trabalho, um novo estudo descobriu que o burnout não se limita à vida profissional e atinge cada personalidade com intensidades diferentes. Segundo Gordon Parker, psiquiatra e professor da Universidade de New South Wales, a doença é mais do que um cansaço extremo e, por isso, possui sintomas vastos. 

Com base no analisado por Parker, Gabriella Tavella e Kerrie Eyers, exaustão constante, dormência emocional e confusão no trabalho ou em casa são todos indícios de um possível quadro de burnout. “Pessoas que têm burnout também sofrem de disfunção cognitiva, às vezes chamada de “/névoa cerebral”/, e de desconexão de seus amigos e famílias, bem como uma performance reduzida no trabalho e nas tarefas de casa”, pontuou ele.

O especialista em saúde mental e transtornos do humor também afirmou que o estresse anormal causado pela pandemia e algumas questões econômicas, como a inflação, têm contribuído para um maior esgotamento das pessoas – tanto mental quanto fisicamente. Através do efeito acumulativo, esses fatores conseguem facilmente desencadear um burnout


A maioria das pessoas pensa que o burnout é um problema de trabalho. Na verdade, descobrimos que o estresse vivenciado no trabalho ou em casa pode desencadear esse esgotamento“, declara Parker (Foto: Reprodução/Zenklub)


A avaliação dos pesquisadores é de que a síndrome ainda pode se desenvolver devido a características pré-existentes, como o perfeccionismo. “Pessoas com traços perfeccionistas geralmente são excelentes trabalhadores, já que são extremamente confiáveis e conscientes. No entanto, eles também são propensos ao esgotamento, pois estabelecem padrões irrealistas e implacáveis ​​para seu próprio desempenho, que são impossíveis de cumprir”, diz Parker. 

Após anos dedicados à pesquisa do tema, o psiquiatra, ao lado de Tavella e Eyers, está lançando o livro “Burnout: A Guide to Identifying Burnout and Pathways to Recovery”. O objetivo da obra, que é o primeiro guia completo de autoajuda para o burnout, é destacar sinais de alerta para a condição e mostrar estratégias de enfrentamento, buscando reduzir o impacto do estresse. 

 

Foto destaque: Perfeccionistas são mais suscetíveis a ter burnout, revela estudo. Reprodução/Hospital Anchieta.

5 Dicas de alimentação pós-festividades para voltar com foco total

As festividades de fim de ano vem inevitavelmente acompanhada dos excessos, e é importante pensar na alimentação pós-festas. Afinal, depois de um dia inteiro comendo e bebendo em excesso, o corpo precisa se recuperar para voltar a rotina. 

Para isso, é importante ingerir alimentos ricos em nutrientes e fibras, que ajudam a desintoxicar o organismo. Frutas e verduras são ótimas opções, assim como sucos detox e sopas light. Outra dica é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, que podem causar desidratação e alterações no sono. Beber muita água também é fundamental para manter o corpo hidratado e funcionando adequadamente.

O médico nutrólogo Dr. Ronan Araujo, separou algumas dicas para te ajudar a voltar das férias com foco total, confira:

1. Voltar à rotina
A primeira e mais importante. Se você já tem um acompanhamento e um planejamento alimentar, volte a segui-lo. Costumamos nos permitir ficar fora da nossa rotina com o pensamento de “um dia a mais não vai fazer diferença”. No entanto, o ideal é manter o máximo da semelhança possível entre os dias de festa e a rotina de casa, seja na alimentação, suplementação ou treinos. Se você se desviou, é importante retomar suas atividades quanto antes. 

2. Beber muita água
O Dr. Ronan Araujo alerta sobre a ingestão de água durante e depois das festividades. Beber muita água é um dos passos mais importantes para ajudar a recuperar o organismo. Geralmente durante esses dias, se consome mais bebidas com teor alcoólico, e isso desidrata o corpo e nosso cérebro, é importante que a ingestão de água seja constante.

3. Dê preferência a alimentos naturais
Se você exagerou, opte por escolher alimentos mais naturais e frescos. Isso se deve ao fato de que eles são mais saudáveis e nutricionais, além de serem menos processados e, consequentemente, mais sustentáveis. “Para se recuperar e manter uma dieta mais saudável e equilibrada, aposte nos alimentos naturais! Como legumes, verduras e tubérculos/raízes e frutas. Evite industrializados e alimentos processados. Essa é uma dica para seguir sempre, mas agora é especialmente importante.” indica o médico Ronan Araujo.

4. Destoxificar o organismo
Chás, Kombucha e temperos naturais são ótimos para a saúde, pois possuem diversas propriedades medicinais. A cavalinha, por exemplo, é diurética e ajuda a reduzir a inflamação; já a carqueja é digestiva e o gengibre é conhecido pelo seu poder de acelerar o metabolismo. Os temperos também são uma ótima opção para quem busca um boost na saúde. A cúrcuma, aliada às outras especiarias, é uma potente arma contra o câncer; o alecrim tem propriedades antibacterianas e antifúngicas; já o orégano é um ótimo antioxidante.

5. Reeducar a fome
O Dr. Ronan Araujo explica que quando passamos alguns dias comendo de forma inadequada e irregular a fome pode aumentar. Para controlar a fome, aumentar o consumo de fibras, proteínas e gorduras de qualidade é interessante. Alimentos como abacate, coco e castanhas, por exemplo, possuem gorduras de qualidade. Proteínas como peixes, frango e leguminosas para vegetarianos pode ser uma boa pedida também. As fibras podem ser encontradas em vegetais, verduras e frutas.

“Pense que quando ativamos o nosso paladar com alimentos muito doces, artificiais e com gorduras super processadas (os chamados alimentos mais palatáveis) é mais difícil no dia seguinte ter prazer em comer alimentos frescos e naturais, que não tem todos esses temperos e estimulantes artificiais para nossas papilas gustativas. Volte a rotina e adapte seu paladar a sentir o gosto real dos alimentos.” finaliza o médico nutrólogo Ronan Araujo.

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Saiba o que é e como acontece o processo de detoxificação

Finalizadas as festas de final de ano, é hora de refletir sobre os momentos que passaram e estabelecer novas metas para o ano que se inicia. Dentre os muitos sonhos e as expectativas que as pessoas estão empenhadas em realizar, a de uma saúde melhor é uma das primeiras opções. Nesse contexto, incluem-se as famosas dietas.

As opções são variadas, mas aquelas baseadas em sucos, também chamadas de detox, são as que mais chamam atenção, principalmente, pelo fácil preparo. Deste termo, que virou moda entre artistas e famosos, surgiu a expressão “Detoxificação”. O conceito representa a limpeza das toxinas do organismo, livrando-o das impurezas e melhorando seu metabolismo. De acordo com o Dr. José Ribas, da clínica REVIV, a ingestão de alimentos, em geral, passa por órgãos como o fígado e os rins, mas também envolve o funcionamento corporal como um todo. “A maior parte do processo de detoxificação, em torno de 60% a 65% é dado pelo fígado. Apenas 20% é dado pelo intestino. As demais porcentagens estão distribuídas em órgãos do nosso corpo, como pulmão, rins, e em células do nosso sistema imunológico, como pele e placenta”, fala o profissional.

Existem, ainda, alguns alimentos que contribuem para a eliminação das toxinas do corpo, mantendo o metabolismo regular de uma forma geral, principalmente, quando “inseridos por via natural”, ou seja, consumidos nas refeições diárias. Estes aplicam-se diretamente ao processo de detoxificação, já que têm propriedades que os enquadram como fonte de medicamentos. “Temos, como exemplos clássicos, a cúrcuma, vinda através do açafrão, o extrato de alho envelhecido, o resveratrol, encontrado em sementes de uvas, e as brasílicas, encontradas em alimentos como brócolis, couve e espinafre”, pontua Ribas.

“Compostos como as oleaginosas e, até mesmo, a pimenta auxiliam no processo de detoxificação hepática por aumentarem os níveis de um antioxidante universal chamado Glutationa. Por isso, dizemos que esses alimentos não devem ser consumidos somente no período de final de ano, mas ao longo da vida”, afirma. Além disso, substâncias como os polifenóis, muito presentes em frutas e vegetais, também são mecanismos importantes em processos fisiológicos, como a prevenção de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e câncer, a partir da sua influência nos genes. Portanto, adquirem papel importante na longevidade, e seus efeitos se devem, principalmente, pela alta capacidade antioxidante e anti-inflamatória, influenciando, ainda, na sensação de bem-estar. 

Ribas também chama a atenção para o fato de que, diferentemente do que a maioria das pessoas pensam, os sucos detox são apenas uma das formas de detoxificação, somadas às muitas outras existentes entre os alimentos funcionais. Por isso, devem ser usados como complemento alimentar. “Os sucos detox servem, em sua maioria, como repositores para a hidratação corporal. Um facilitador, já que o consumo de alimentos funcionais, como couve e abacaxi, acaba exercendo este papel de terapia complementar, que é acrescida pelo consumo de alimentos e alguns nutracêuticos, gerando um equilíbrio do sistema fisiológico e metabólico”, afirma o especialista.

Consumo exagerado

Outra grande preocupação, segundo Ribas, está no período de festas de final de ano, o que leva muitas pessoas a consumirem alimentos de forma exagerada, liberando diversas toxinas no corpo e podendo, consequentemente, acelerar o processo de envelhecimento. Entre os exemplos, estão os corantes, presentes em refrigerantes, e as toxinas liberadas por bebidas alcóolicas, o que dificulta o processo de detoxificação e aumenta o processo inflamatório. Alimentos baseados em açúcar, carne vermelha e cereais refinados também integram a lista.

Aliado a isso, há o surgimento de doenças relacionadas à má alimentação. De acordo com o especialista, existe, ainda, o fato de que o consumo de agrotóxicos, de uma maneira indireta, também favorece os quadros graves de toxinas no organismo. “Os inseticidas, fungicidas e herbicidas que se encontram presentes nestes alimentos, muitas vezes, a gente acaba consumindo-os ou, até mesmo, preparando sucos detox “/ricos”/ em agrotóxicos quando, ao invés de nos auxiliarem, acabam atrapalhando o nosso corpo”, pondera Ribas, chamando a atenção também para o glifosato, composto encontrado em alimentos não-orgânicos e o herbicida mais utilizado pela agricultura brasileira, com potencial para o desenvolvimento de células cancerígenas.

Regulação do sono

Já em relação ao sono, o especialista diz que, períodos festivos como os proporcionados pelo final do ano, acabam por influenciar no ciclo circadiano das pessoas, e isso pode abrir precedentes para a mudança do funcionamento hormonal do corpo, principalmente, da melatonina e do cortisol, responsáveis por regular o processo. “O fato dos indivíduos dormirem muito tarde acaba mexendo com este ciclo e, como consequência, deixa, muitas vezes, as pessoas mais compulsivas no dia seguinte. Corrobora também a alimentação composta por alimentos mais gordurosos, comprometendo não só os processos de detoxificação, como também os processos bioquímicos no dia seguinte”, afirma.

O profissional ressalta que o processo de planejamento alimentar adequado deve ser anual, e não apenas durante um determinado período. “O problema maior não é o que acontece do Natal ao Ano Novo, mas do Ano Novo até o próximo Natal, e todas as técnicas relacionadas à medicina preventiva ou à medicina do estilo de vida vão auxiliar no processo de envelhecimento das pessoas, podendo, algumas vezes, cair em tentação ou, até mesmo, dormir por períodos mais longos, sem afetar o ciclo hormonal e metabólico.

Por fim, Ribas alerta que o estilo de vida é o que vai garantir ao indivíduo um envelhecimento saudável. Hidratar-se bem, alimentar-se de maneira saudável, não fazer apenas estratégia de suco detox. Este é o estilo de vida que visa garantir o envelhecimento saudável e pode favorecer, às vezes, a prática de algumas exceções para que a gente possa gozar da vida de maneira necessária, mas com bom senso e pensando, principalmente, nas consequências do que a gente faz do nosso processo de velhice.

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Fogos de artifício podem prejudicar a audição

Durante as festas de réveillon, é comum o uso de fogos de artifício para celebrar a chegada de mais um ano. Apesar de ser uma data de extrema comemoração, existem riscos que devem ser levados em consideração para que a saúde auditiva não seja prejudicada.

Segundo Felippe Felix, médico especialista em otologia e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), os fogos podem causar danos à audição e, em muitas situações, eles são permanentes – nos casos mais graves.

“A exposição a sons acima de 85 decibéis já pode causar problemas auditivos, e os fogos de artifício chegam a 140 decibéis. E quanto mais próxima a pessoa estiver dos fogos, maior a chance de provocar danos à audição ”, explica o especialista.

O som entra pelo conduto auditivo até chegar à cóclea, onde ficam as células ciliadas, que são os receptores sensoriais do sistema auditivo. Em situações de som alto e forte, como a explosão dos fogos de artifício, as células da parte interna do ouvido podem ser danificadas, levando a um trauma acústico, que resultará na queda súbita de audição.

A proximidade da explosão de rojões e a exposição aos fogos podem desencadear sintomas temporários ou permanentes, que vão variar de acordo com o nível da lesão. E os primeiros indícios são sensação de ouvido tapado, dificuldade para ouvir, tontura em alguns casos e zumbidos.

“Caso qualquer um dos sintomas permaneça por mais de um dia, é necessário que o indivíduo procure um especialista”/”/, alerta Felix.

As lesões podem ocorrer em qualquer pessoa exposta ao som, mas quem possui alguma predisposição genética ou já convive com ruídos contínuos em seus ambientes de trabalho, por exemplo, apresentam maior probabilidade de dano permanente na audição.

“O ideal é se manter longe da fonte sonora ou usar protetores de ouvido que funcionam como atenuadores sonoros, diminuindo o grau de exposição ao barulho”, acrescenta o otologista.

É importante também respeitar a distância recomendada na embalagem do produto. Assim, o estouro não será tão prejudicial ao sistema auditivo.

Ainda que em épocas festivas o estrondo do show de luzes no céu seja comum, já existem fogos de artifício sem estampido, que proporcionam os efeitos luminosos com menor risco. Na visão do especialista, esse recurso é o mais apropriado e poupa possíveis danos. “Isso com certeza beneficia todos que estão participando do evento e evita a lesão auditiva”, finaliza Félix.

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Saúde mental na menopausa: sintomas e como amenizá-los

Os sintomas da menopausa estão atrelados, em sua maioria, a questões físicas que acometem as mulheres durante o período que marca o último ciclo menstrual de suas vidas. No entanto, pouco se fala sobre como o climatério pode afetar a saúde mental, já que um dos principais sintomas apresentados neste período é a depressão, de acordo com o Dr. Sérgio Rocha, médico psiquiatra e diretor da Clínica Revitalis, referência em tratamento psicológico.

O bem-estar mental das mulheres está, desde a primeira menstruação, relacionado ao ciclo menstrual devido às variações hormonais provocadas por ele. Por vezes, acabam sofrendo de transtornos mentais específicos, como a disforia pré-menstrual e a depressão perinatal, entre outros. Por isso, não é diferente na menopausa, a qual é marcada por manifestações como a diminuição da libido, depressão e a “névoa mental”, podendo ser caracterizada por mudanças cognitivas e confusão mental e é causada pela baixa nos níveis de estrogênio no corpo.

Uma pesquisa realizada pela Newson Health Research and Education, mostrou que 99% das mulheres considera que o declínio na saúde mental a prejudica profissionalmente. Portanto, é importante entender que sintomas são esses e se há maneiras de aliviá-los.

Como a menopausa impacta a saúde mental das mulheres?

Além dos sintomas da depressão, a redução da libido e a névoa mental, a menopausa também pode ser marcada pela irritabilidade, principalmente causada pelos sintomas físicos típicos do climatério, como é chamada a transição fisiológica do período reprodutivo para o não reprodutivo na mulher. “A mulher pode acabar se sentindo irritada mais frequentemente conforme os sintomas do climatério aparecem, entre eles as ondas de calor, tonturas, suores noturnos que prejudicam inclusive a qualidade do sono”, explica o psiquiatra.

Aliviando os sintomas

Felizmente, há formas de aliviar esses sintomas. Uma delas é manter uma alimentação regrada e nutritiva. Nesse caso, é importante o acompanhamento nutricional.

A saúde mental pode ser muito beneficiada por uma alimentação rica em nutrientes como os antioxidantes, apontou um estudo realizado na Universidade de Caxias do Sul. Segundo a pesquisa, mulheres com menor consumo de polifenóis e de vitaminas como a A, a B6 e a C apresentaram maior predominância de depressão. A explicação para isso é que os antioxidantes combatem o processo oxidativo do organismo, o qual está ligado ao estresse e à depressão.

Além da dieta, é recomendável fazer acompanhamento psicológico, garante o Dr. Sérgio. “Por se tratar de uma transição importante na vida da mulher e por estar comumente conjugada com outros transtornos mentais”, afirma o psiquiatra.

Não só, manter uma rotina regular de exercícios físicos pode ajudar no alívio do estresse e, por provocar a liberação de dopamina e serotonina, combate a depressão. “Movimentar o corpo pode ser o maior aliado da mulher no que diz respeito ao combate dos sentimentos indesejados que podem surgir durante a menopausa”, reitera o psiquiatra.

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Calor aumenta incômodo com varizes: saiba como amenizar sintomas

Com mais de 2 milhões de casos diagnosticados no Brasil, as varizes provocam veias dilatadas, geralmente nas pernas e nos pés. Além de uma preocupação estética apenas, as varizes podem ocasionar dor, desconforto ou ainda indicar um problema circulatório mais sério. A condição tende a se agravar com o calor excessivo. O professor do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras Eunápolis, cirurgião vascular, Denes Marques De Figueiredo, dá mais detalhes sobre o problema de saúde.

O que são? Mais frequente nos membros inferiores, aquelas veias tortuosas, irregulares e que ficam mais aparentes na pele, com cor azulada ou esverdeada, podendo até serem avermelhadas, são conhecidas como varizes. “É dessa forma que elas deixam de realizar suas funções no sistema circulatório com a mesma eficiência de antes, por conta da alteração na parede da veia e alteração no funcionamento das valvas, as quais tendem a direcionar o fluxo do sangue em um único sentido, que é dos pés pasta o coração, não permitindo que ele retorne, fenômeno este quile se chama refluxo ”, esclarece o médico.

As varizes possuem calibres variados, mas isso só pode ser analisado pelo médico, após avaliação do paciente. Dentre os sintomas mais comuns estão dormência, dor, inchaço, cansaço e sensação de peso nas pernas. “A consulta pode evitar complicações graves por meio de um diagnóstico apontadoainda no início. No calor, a atenção deve ser redobrada, evitando banhos muito quentes e apostar na aplicação de cremes, gel e loções para aliviar o desconforto com os sintomas”.

Estudos indicam que varizes são mais frequentes em mulheres com idade entre20 e 50 anos, mas podem surgir e agravar em qualquer idade; no entanto o problema também atinge os homens.

Dentre os fatores que contribuem para o surgimento das varizes estão obesidade, longas horas em pé ou sentado, falta de atividade física, envelhecimento, alterações hormonais (que acontecem também durante a gravidez), uso de anticoncepcionais, número de gravidezes, além da herança genética. As complicações mais graves da doença incluem tromboflebites, dermatite ocre (manchas de cor marrom que surgem nas pernas), sangramento (por ruptura do vaso) e feridas venosas(úlcera varicosa).

A condição não tem cura, mas tem controle e tratamento. Possui caráter hereditário, por isso não existem medidas muito eficazes na prevenção, mas recomenda-se evitar passar longas horas em pé, repousar, manter as pernas elevadas e água fria para aliviar os sintomas das varizes. A consulta ao médico especialista é essencial para início imediato de tratamento, que pode ser medicamentoso e até cirúrgico. Também são analisadas a adoção de meias de compressão e outras medidas para alívio do desconforto.

Cirurgia — Quando não há eficácia nos tratamentos não invasivos, a cirurgia pode ser indicada pelo médico especialista. São vários os tipos de procedimentos que vão desde a
aplicação de injeções, cirurgia a laser, radiofrequência, microcirurgia de varizes e até a remoção da veia safena nos casos mais graves.

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Será que o açúcar é mesmo o vilão das festas de fim de ano?

Para além das confraternizações entre familiares, colegas e amigos, as festas de fim de ano são famosas e muito aguardadas pelas comidas típicas desse período, sobretudo na ceia de Natal. Contudo, para quem se preocupa com as calorias, festejar nesta época pode ser um verdadeiro dilema, principalmente quando se trata das sobremesas e bebidas açucaradas, como os refrigerantes. Mas, afinal, o açúcar é, realmente, um vilão quando o assunto são as festas de fim de ano? Na avaliação de profissionais, o verdadeiro perigo está no exagero.

“Alimento nenhum é vilão. Em termos nutricionais, o açúcar é um alimento pobre, sem fontes inteligentes de nutrientes, mas é fonte de energia. No entanto, conseguimos essa oferta de energia por meio de carboidratos mais saudáveis, como frutas e vegetais”, exemplifica a nutricionista Debora Sena, da plataforma Science Play. “Devemos evitar o consumo do açúcar, pois ele altera respostas hormonais que desencadeiam problemas de saúde graves, como a obesidade.”

A ingestão diária de açúcar recomendada pela Organização Mundial da Saúde é de 25g, que equivale a cerca de seis colheres de chá. Porém, como se sabe, muitas das guloseimas natalinas podem levar bem mais que isso em uma única porção. “O perigo desse alimento está no excesso, que pode prejudicar a pressão arterial, triglicerídeos elevados e maior retenção de líquido, que vai promover sintomas como indisposição, cansaço, dor de cabeça”, explica a nutricionista Natyelle Bonina. “O açúcar em excesso foi associado ao déficit de nutrientes, que pode promover o aumento da gordura visceral, o que por si só contribui para o aumento dos marcadores inflamatórios, sendo prejudicial à saúde.”

Quem quer aproveitar os quitutes da ceia sem prejuízos à saúde deve garantir a atividade física do dia e manter as refeições saudáveis, evitando alimentos gordurosos e embutidos, além de beber a quantidade correta de água ao longo do dia. “Não é porque vai sair da dieta por uma noite que já deve começar o dia comendo besteiras”, adverte a profissional, que também integra o time da Science Play. “Ter uma boa relação com o alimento é fundamental para manutenção de um estilo de vida saudável, aproveitando os momentos sociais.”

“As pessoas parecem acreditar que só têm aquele dia para comer alguns pratos típicos favoritos. Dessa forma, exageram nas quantidades”, complementa Debora Sena. Na avaliação dela, devido a toda a memória afetiva que os pratos típicos de fim de ano envolvem, especialmente os natalinos, o ideal não é substituir, mas consumir com moderação, inclusive as preparações mais saudáveis, já que as calorias a mais ingeridas são transformadas em gordura.

Dia seguinte

A médica Mariana Arraes explica que para uma pessoa que fez dieta e atividade física durante todo o ano, a ceia de natal não levará tudo por água abaixo. Segundo a especialista em emagrecimento e longevidade saudável, é possível que esse dia fora da dieta seja compensado com outras atividades e mudança na alimentação no dia seguinte.

Os cuidados para o dia após a ceia incluem consumir um café da manhã que equilibre bem proteínas e fontes de carboidratos, além de frutas e fibras. A nutricionista Natyelle Bonina também indica praticar pelo menos 30 minutos de exercício físico, a exemplo de atividades como caminhada, ciclismo ou musculação. Por fim, beber a quantidade correta de água por dia, calculando o peso corporal por x50ml. Já Mariana dá a dica de fazer uma atividade aeróbica em jejum após a ceia para que as calorias do dia anterior sejam queimadas.

Mariana ainda aconselha que para que o prejuízo seja diminuído, ingredientes das famosas receitas podem ser trocados por outros mais saudáveis. “Se for possível, é interessante que a pessoa tente optar por comidas com menos teor glicêmico, por uma receita com açúcar como xilitol e derivados, por exemplo. Nas sobremesas usar um chocolate 70% ao invés do ao leite. Mas caso não consiga é importante compensar no outro dia com alguma atividade aeróbica”, reforça a especialista.

“O mais importante é lembrar que a ceia é um momento em família para aproveitar com amor, comunhão e a representatividade religiosa. A comida e a bebida são coadjuvantes, portanto, não é necessário exagerar nas quantidades. Com moderação, de maneira equilibrada, vai ficar tudo bem”, assegura Debora Sena.

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Viagens de Verão: dicas para cuidar da saúde da pele

A estação mais esperada do ano, o Verão tem início no dia 21 de dezembro, junto com os recessos por conta das festividades de fim de ano e férias. O período também marca a alta temporada de viagens para curtir a praia, o sol e momentos de descanso. O dermatologista Erasmo Tokarski alerta para os riscos que o período pode apresentar à saúde da pele, como doenças e problemas com a exposição solar, e alerta para redobrar os cuidados durante o lazer.

O uso correto do protetor solar faz toda a diferença. Em períodos de lazer ao sol, principalmente quando existe a exposição nos horários entre 10h e 16h, que é o intervalo menos recomendado, o uso frequente do protetor solar é o maior aliado contra a insolação, queimaduras e um risco de câncer de pele. “A recomendação correta é usar o produto antes de sair ao sol em todo o corpo, inclusive pequenos lugares, como orelhas, nuca, dorso das mãos e pés, e também é fundamental aplicá-lo a cada duas horas ou depois de longos períodos na água. Pessoas muito brancas precisam se atentar para um fator de proteção mais alto, porque estão mais propensas a queimaduras”, explica.

Atente-se para a hidratação. A exposição ao sol e ao calor pede um cuidado maior com a hidratação interna e externa. À noite, antes de dormir, é importante cuidar da pele com um bom creme hidratante, para preservar a saúde e boa aparência da pele. Ao longo do dia, a dica do doutor Erasmo Tokarski é beber bastante água, água de coco e sucos de fruta, que também podem ser uma ajuda importante para a pele.

Evite micoses e outras doenças de pele. Micoses são fungos que atacam pele e unhas. Na areia, é importante usar chinelos sempre que possível e lavar mãos e pés com água potável assim que sair da areia ou ao chegar da praia, retirando as roupas molhadas. “O bicho geográfico, uma infecção cutânea por uma larva que penetra na pele pelo contato, também é muito comum em viagens à praia e pode ser um grande incômodo. Evite sentar diretamente na areia ou no gramado, quando possível, com o uso de toalhas ou tangas para proteger o contato da pele com o solo contaminado”, explica Erasmo Tokarski.

Quem tem melasma deve redobrar a proteção. As pessoas que tratam do melasma, as manchas acastanhadas que atingem diversos pontos do corpo, em especial o rosto, precisam ter ainda mais cuidado para o momento em que vão se expor ao sol, para não haver uma piora do quadro existente. O filtro solar precisa de um alto fator de proteção, que rebata a luz solar. Muitas pessoas podem aliar o tratamento ao uso de fitoterápicos que acalmam a pele e protegem do dano celular. O uso de chapéus, viseiras, tecidos e óculos são importantes para diminuir a incidência direta do sol na área do melasma. Se possível, vale escolher lugares com sombra e horários antes das 10h da manhã e depois das 15h para a exposição ao sol.

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Lavagem nasal: procedimento incorreto pode levar a infecções e inflamações

A lavagem nasal deve ser realizada diariamente com soro fisiológico, desde a pequena infância — a partir de um ano de idade, pois melhora o fluxo do sistema respiratório e reduz a probabilidade de infecções nas vias aéreas. No entanto, conforme o otorrinolaringologista Fabiano Haddad Brandão, do Hospital Paulista, a pressão e o volume do jato devem ser observados.

“O ideal é que seja um hábito como escovar os dentes, de duas a três vezes por dia”, recomenda o especialista. “No entanto, quando muita força é empregada no jato, ou com volume acima do indicado, especialmente em crianças (até 30 ml por cavidade), podem ocorrer otites e até crises de pneumonia”, reitera.

O médico adverte que a lavagem nasal de alto volume (120 ml), muito incentivada e divulgada, não deve ser realizada nos pequenos, chamando a atenção para o aumento de casos de infecções e inflamações no ouvido, por conta da lavagem incorreta do nariz, neste público.

Dr. Fabiano, que é especialista em rinologia e otorrino pediatria, destaca ainda que a posição correta para realizar a lavagem nasal nas crianças é sentada ou em pé, com a cabeça um pouco levantada, podendo ser realizada com conta-gotas ou seringa de até 5ml.

Quando adulto, segundo ele, a cabeça deve ser tombada para um dos lados. “O dispositivo deve ser apertado continuamente, com pouca força, até a metade do volume. A outra parte deve ser aplicada na outra cavidade, com a cabeça tombada para o lado oposto”, explica.

O médico ressalta que, somente para os adultos, a quantidade recomendada é de 120 ml, o que caracteriza a lavagem de alto volume, comprovadamente suficiente para limpar também os seios da face.

Além de aliviar a congestão nasal, a limpeza diária das vias aéreas também é uma forte aliada na prevenção da rinite, sinusites, asma e bronquite.

“Se você está lavando o nariz diariamente e continua com o nariz secretivo, gripe, resfriado, crise de rinite alérgica ou sinusites, o indicado é procurar um otorrino”, finaliza.

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