Qualquer pessoa pode ser um colecionador, mas o consumo desenfreado de objetos aleatórios não se enquadram nisso. Moedas, figurinhas, celos, discos são coisas que se enquadram no ato de colecionar e não há problema nisso. Exemplo, a moda agora é colecionar figurinhas da copa para o álbum (que acontecerá no início de novembro no Catar), mas o consumismo ultrapassa esse ato. A necessidade de acumular coisas é um dos problemas do século XXI.
Alguns colecionadores, por conta disso, acabam sendo confundidos com acumuladores. Há grandes diferenças entre um e outro, então é possível diferenciar um consumidor compulsivo de um colecionador facilmente. Afinal, uma é um hobby e a outra é um transtorno mental que provoca problemas de saúde. Seguem agora 5 ações que diferenciam um colecionador de um consumista:
Coleção de álbum de figurinhas (reprodução: YouTube)
1- Apreço aos objetos
Um ponto-chave dessa diferença é a forma como eles lidam com os objetos. Colecionadores sabem exatamente o que estão comprando, além de dedicar um certo cuidado com suas compras. Os acumuladores, por outro lado, juntam qualquer coisa, até mesmo as que não tem valor aquisitivo, e no geral os objetos não possuem utilidade para eles.
2- Capacidade de se desfazer deles
Um colecionador tem afeição por cada item de sua coleção, diferente dos acumuladores, que dificilmente lembram-se de todos os itens que possuem. Mas na hora de desapegar os papeis se invertem: enquanto colecionadores não se importam de passar para frente itens repetidos ou que não geram mais curiosidade a eles, os consumidores compulsivos não conseguem se desapegar de nada, eles ficam extremamente bravos quando alguém quer livrar-se de qualquer um de seus itens.
3- Jeito de organizá-los
Os colecionadores costumam catalogar os objetos: separar por cor, valor aquisitivo, origem, entre muitas outras combinações. Além de serem guardados em lugares seguros, como armários específicos para eles ou até mesmo um cômodo inteiro.
Quem tem o transtorno de acumulação convive em ambiente desorganizado e sujos, que, em alguns casos, são insalubres. Muitas das vezes, ao verem o acumulo de poeira, sujeira e no pior dos casos, barata, são os vizinhos que acabam chamando a família do indivíduo ou a vigilância sanitária.
4- Maneira como se autoidentifica
Um colecionador tem orgulho do que é. Esse é o principal motivo das pessoas mais próximas contribuírem com as coleções. Existem até grupos de colecionadores com carteirinha e tudo.
Já os acumuladores têm dificuldade de perceber o que são. Geralmente são pessoas próximas que identificam o problema, quando se deparam com o enorme acumulo de objetos. Os indivíduos perdem a noção de que essa situação é inadequada e perigosa.
5- Interações sociais
Podemos pegar o exemplo das figurinhas da copa: colecionadores se reúnem para trocar figurinhas. Eles têm grupos que se reúnem para discutir o interesse em comum, no geral, são bem sociáveis.
No caso dos acumuladores, eles costumam ser sozinhos, estarem reclusos em casa com suas pilhas e mais pilhas de objetos parece ser mais "confortável" para eles. Geralmente isso está relacionado a idade e o afastamento dos familiares.
Para os casos de acumulação procure ajuda. É indicado terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia, além de medicamentos que ajudam a regular uma rotina mais saudável. Não é um processo fácil, a família deve apoiar e insistir que a pessoa se cuide.
Foto destaque: Jornalista visita pessoa em situação grave de acúmulo de objetos/Reprodução: Blog Lineup