O clima não é um sistema linear e completamente previsível, mas sim um sistema complexo. Desde a década de 1970, os cientistas tentam entender os processos associados aos fatores ambientais que contribuem para as mudanças climáticas.
As atividades humanas alteraram a composição da atmosfera, criando o efeito estufa que causa o aquecimento global. O aquecimento global é parcialmente atribuído à atividade humana através do uso de combustíveis fósseis, desmatamento e poluição.
O aquecimento global levou a um aumento de eventos extremos, que costumavam ser raros ou pouco além da faixa normal. Essas emergências são problemas sérios quando afetam territórios e economias locais. Esses eventos são:
- Calor extremo (aumento da temperatura média global da superfície, ondas de calor);
- Inundações relacionadas com as alterações climáticas (níveis do mar, inundações, furacões e tempestades costeiras);
- Secas;
- Queimadas;
- Frio Extremos, tempestades de inverno, neve extrema;
- Tempestades severas (supercélulas, furacões e tornados).
Todos esses eventos podem afetar a saúde mental das pessoas.
Há muitos trabalhos sobre saúde mental e mudanças climáticas sendo publicados. Os efeitos na saúde mental podem ocorrer após ou mesmo antes de eventos extremos.
Os efeitos das mudanças climáticas na saúde mental variam de sintomas mínimos a graves. Podem gerar estresse, sentimento de angústia, crises de ansiedade, distúrbios do sono, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, abuso de substâncias e pensamentos suicidas.
As constantes notícias sobre mudanças climáticas fazem as pessoas se sentirem inseguras e estressadas, até mesmo frustradas e desamparadas. Como resultado, as pessoas apresentam diferentes tipos de respostas psicopatológicas a esses eventos.
A eco-ansiedade
É natural que o cérebro humano responda a situações de perigo ou ameaça liberando hormônios do estresse, como adrenalina e cortisol. Mas quando, após o perigo, esses níveis hormonais continuam altos, isso pode levar a um quadro de alerta constante, ou seja, um transtorno de ansiedade. Várias situações podem agir como gatilhos para a ansiedade.
A mudança climática afeta a saúde mental. (Foto: Reprodução/Freepik)
As pessoas que estão mais conscientes de proteger o meio ambiente, mas que se preocupam constantemente com essas questões, podem apresentar sintomas de ansiedade, a eco-ansiedade. Essa condição ainda não é considerada uma doença, mas tem sido associada a preocupações contínuas sobre a emergência climática.
O medo crônico sobre a saúde do meio ambiente e a falta de perspectivas de um futuro melhor e sustentável para si e seus descendentes, pode ser um gatilho. Essas preocupações, unidas a outros gatilhos, têm levado as pessoas a desenvolverem Transtorno de Ansiedade Generalizada.
Um médico deve ser consultado se os sintomas de eco-ansiedade evoluírem ou passarem a interferir na vida diária. O tratamento pode incluir terapia cognitivo-comportamental, como discutir pensamentos e crenças sobre as mudanças climáticas e o meio ambiente e desenvolver estratégias individuais de enfrentamento.
A maioria dos graus de eco-ansiedade pode ser resolvida por meio de ajustes de comportamento pessoal e estilo de vida.
Foto destaque: Mudança climática. Reprodução/Freepik.