Bem Estar

Música, exercícios e natureza ajudam a diminuir quadros de ansiedade

Estudos atestam eficácia de práticas como ouvir música, fazer exercícios e interagir na natureza na redução de sintomas de ansiedade. De acordo com especialistas, as alternativas conseguem enriquecer os tratamentos padrões de depressão e ansiedade

16 Jan 2023 - 16h31 | Atualizado em 16 Jan 2023 - 16h31
Música, exercícios e natureza ajudam a diminuir quadros de ansiedade  Lorena Bueri

Não é de hoje que especialistas recomendam atividades como a prática de exercícios, ouvir música e estar em contato com a natureza e o ar livre.


Atividades ao ar livre contribuem para a redução de ansiedade e estresse. (Foto: Reprodução/Designi)


Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da universidade de Hong Kong reafirmou os benefícios de tais práticas. Responsáveis por avaliar 21 estudos, com 2.441 participantes no total, sendo 47% do sexo masculino e 53%, do feminino — com idade média de 14 anos, os cientistas chegaram à conclusão de que uma rotina não sedentária está associada a reduções significativas dos sintomas de depressão. Mas, tais práticas não são restritas à infância; adultos, idosos e adolescentes também são beneficiados.

As análises ainda apontam que a prática regular das atividades mencionadas, por um período mínimo de três vezes por semana, pode influenciar de maneira positiva o resultado geral do tratamento contra a doença.

De acordo com a associação sem fins lucrativos de São Paulo, CVV (Centro de Valorização da Vida), ouvir música é considerado uma boa opção para tentar lidar com as emoções e até mesmo controlá-las, principalmente quando há dificuldades de expressar e comunicar o que está se pensando e sentindo.

De acordo com a mestra em Musicoterapia pela Universidade do Colorado, Molly Warren, a música é uma grande aliada durante as etapas de recuperação de traumas e luto, além de servir como calmante e agente regulador de emoções.


Especialistas defendem o uso de musicoterapia para fins de tratamento. (Foto: Reprodução/União Brasileira das Associações de Musicoterapia)


“Se ouvir música já é parte da sua rotina, é possível encontrar nela um mecanismo para equilibrar mudanças de humor. Por conta das características rítmicas e repetitivas, a música age no neocórtex, uma região do cérebro onde estão as áreas mais desenvolvidas do córtex, acalmando e reduzindo a impulsividade,” disse a especialista.

Agora, se você é igual a mim, que muitas vezes escolhe a música que vai ouvir de maneira que “case” com seu estado emocional atual, provavelmente, escuta aquela música triste, que te faz chorar, em um momento de profunda tristeza; ou aquela que te lembra de momentos felizes e é animada, em um momento de felicidade. Quanto a essa preferência, Molly faz um alerta.

“Escolher a música que nos representa em um momento de tristeza, solidão, angústia ou ansiedade, pode influenciar de maneira negativa, mantendo-nos mergulhados no sentimento ruim por um período de tempo maior que o necessário, dependendo da situação. Para tornar essa atividade mais benéfica para a mente, uma sugestão é ir mudando, aos poucos, o tipo de música que estiver ouvindo em um momento de catarse para algo mais sereno e otimista,” aconselha.

Já a prática de exercício físico aumenta a produção de endorfina e serotonina no corpo, que são os hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar, vitalidade e satisfação. A manutenção destes hormônios, de forma saudável, impacta significativamente na qualidade de vida física e mental, dizem especialistas.


Prática de exercicios físicos contribuem para a manutenção da saúde mental e física de crianças à idosos. (Foto: Reprodução/Unimed)


Estar próximo de áreas verdes, segundo cientistas da Espanha, está ligado à melhora na saúde mental, à redução do uso de medicamentos e de visitas a psicólogos. A equipe do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) chegou à conclusão em uma análise baseada no método 3-30-300. O método aponta que todos devem poder ver, de casa, pelo menos três árvores, ter 30% de cobertura de copa da árvore em sua vizinhança e não morar a mais de 300 metros de um parque ou de um espaço verde.

Estudos apontam que quando estamos em um espaço verde, a frequência cardíaca diminui, reduz o estresse, revigora o humor, melhora a concentração e até tem o potencial de estimular nosso sistema imunológico. Pesquisas sugerem que passar um total de 120 minutos por semana na natureza é a chave para maximizar seus benefícios em longo prazo.

 

Foto destaque: Atividades ao ar livre ajudam a diminuir níveis de ansiedade e depressão. Reprodução/Portal Dia de Aprender Brincando.

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