Embora, para muitos, o fim do ano seja sinônimo de comemorações e renovação de ciclos, para outros pode ser mais estressante, pois também é um período de muitos gastos, excesso de compromissos e o momento de colocar na balança o que foi realizado no ano que passou. Essa retrospectiva, algumas vezes, pode trazer frustações, além de aumentar as expectativas e as cobranças para o ano seguinte.
Segundo uma pesquisa recente da Isma-Brasil, (Internacional Stress Management Association -- Brasil), o nível de estresse aumenta, em média, 75% em dezembro. A pesquisa, com mais de 600 pessoas entre 25 e 55 anos, revela que 75% ficam mais irritadas, 70% mais ansiosas, 80% sentem a tensão no corpo e 38% têm problemas para dormir.
A coordenadora e professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Facens, Carolina Antonelli dos Santos, chama a atenção ainda para pessoas com quadro depressivo. “Dezembro pode ser corrido, cheio de pendências que queremos resolver ainda neste ano. Ao final de um ciclo, pode ficar aquela sensação de que falta algo ou que o ano poderia ter sido melhor. Para quem sofre de depressão, esses sentimentos de cobrança costumam ser ainda mais intensos”, comenta.
A cultura de fazer listas e traçar metas no início de cada ano não é ruim, mas a psicóloga ressalta que elas precisam ser pensadas de acordo com a realidade de cada um, avaliando condições e prioridades. “Isso pode evitar frustações por não ter realizado algo, independentemente do motivo. As metas são válidas desde que as pessoas entendam que os cenários e das vidas mudam e não há como prever como será o ano”, orienta Carolina.
Por isso, a coordenadora e professora do curso de Psicologia da Facens dá algumas dicas para enfrentar o fim de ano com a cabeça mais tranquila:
Seja gentil consigo mesmo e reconheça seus sentimentos
É impossível agradar a todos, então lembre-se sempre que você deu o seu melhor e não se cobre tanto. Além disso, não precisa se forçar para mostrar que está feliz apenas por ser época de comemorações. Não há problema algum em expressas seus sentimentos e desabafar com familiares e amigos.
Trace metas, mas com limites
As metas são importantes para motivar as conquistas durante o ano seguinte, mas é preciso reconhecer os limites e entender até onde você consegue chegar, sem se cobrar demais.
Adapte as confraternizações
As confraternizações de fim de ano podem tomar a agenda. Para um encerramento mais tranquilo, vale buscar novas maneiras de estar com a família e amigos. Procure por alternativas que proporcione o encontro e a troca entre as pessoas, a experiência da partilha, independente do meio em que isso ocorrer, seja de forma presencial ou por videochamada. Valorize as relações.
Foque em coisas positivas
Não deixe que coisas pequenas causem estresse. Foque no lado bom e agradeça o que tem ou conseguiu neste ano que se encerra.
Reserve um tempo para você
Encontrar um equilíbrio entre as responsabilidades e o lado pessoal é importante para o autocuidado. Se concentre em fazer algo para você, que eleve seu bem-estar, como ler um livro, assistir um filme ou outros hobbies que goste. Essas são ótimas maneiras de reduzir o estresse.
Por fim, Carolina orienta que falar sobre o assunto com familiares e amigos e, caso necessário, buscar ajuda profissional, ajuda a evitar problemas mais graves. No mês de dezembro, por exemplo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) registra um aumento de 20% na procura por atendimentos
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