A luta começou nos anos 70, após vários abusos cometidos dentro de unidades de alas psiquiatras, que isolavam as pessoas do convívio humano e os tratando como pessoas incapacitadas para tal ou como dizem alguns escritos: “Tratados como animais”.
O movimento buscou o convívio democrático dentro das alas psiquiátricas com respeito, atenção. O intuito desse movimento, era acabar com os manicômios, o projeto era reformar e o tratamento seria serviços comunitários e não uma internação forçada. Sendo assim, o Estado não mais obrigaria o tratamento, mas o paciente/familiares que buscariam o melhor tratamento sendo assim, a família seria responsável por buscar ajuda e não seria forçada e o papel do Estado seria ajudar a esta família.
Este movimento constitui o diálogo de conscientização de instituições legais com o paciente e assim seria dado a recuperação. Contudo para isso acontecer, seria necessária uma reeducação. ou seja, compreender verdadeiramente sobre a saúde mental, não como um estigma, mas como um modo de ver e pensar o mundo.
Como toda luta, sempre tem um responsável e no brasil, este responsável foi o psiquiatra Franco Basaglia, que nasceu em Veneza nos anos 60 e foi diretor Hospital Psiquiátrico de Gorizia, onde presenciou vários abusos. E com isso, ele percebeu que o isolamento, o afastamento da presença familiar, piorava a situação em vez de melhorá-la e foi de onde surgiu a ideia de convivência com as demais pessoas.
Franco Basaglia. (Foto: Reprodução/Wikipédia)
Na década de 90, o Brasil, propõe a reestruturação do sistema de assistência psiquiátrica, e, em 2001 é aprovada a lei 10.216 que dispõe sobre a proteção e os direitos de pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo de assistência de saúde mental.
Dessa lei, origina-se a Política de Saúde Mental que, basicamente, visa garantir o cuidado ao paciente com transtorno mental em serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos, superando assim a lógica das internações de longa permanência que tratam o paciente isolando-o do convívio com a família e com a sociedade como um todo.
Foto destaque: Basaglia. Reprodução/wikipédia/breakinglatest.