Nos últimos anos notou-se um aumento abrupto na venda de medicamentos para indução do sono, tal como o burburinho sobre casos frequentes de insônia.
A insônia, incapacidade de conciliar o sono, ou dificuldade anormal de adormecer, possui via de mão dupla, sendo estimulada por causas físicas e/ou psicológicas.
Segundo especialistas da Associação Brasileira do Sono (ABS), após severas incitações de crises de ansiedade propagadas pela pandemia Covid-19, despontou-se um número crescente de brasileiros que sofrem de insônia, assim como mecanismos mercadológicos para tratá-la. Estudos mostram um aumento nas vendas de medicamentos, como Zolpidem (psicotrópico) e Melatonina (hormônio), ambos comprovadamente eficazes no tratamento para insônia.
O Zolpidem, também conhecido por Stilnox®, é um medicamento não benzodiazepínico de curta duração que age no centro do sono (sistema nervoso central), embora possua efeitos adversos característicos: episódios de interrupção da respiração durante o sono (apneia do sono) e perda da memória de curto prazo (pode causar sonambulismo). Já a Melatonina é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo humano, mas que pode ser consumido de forma exógena (medicamento) para ajudar a regular o relógio biológico.
Veja 5 fatos sobre o sono. (Vídeo: Reprodução/Youtube)
Porém, mesmo que a indústria farmacêutica tenha desenvolvido métodos para objetivar resultados terapêuticos, ainda assim, deparamo-nos com pessoas que optam por não consumir produtos químicos, e aderem aos velhos ditos populares. Dentre eles “contar carneirinhos” é o mais antigo, e, de certa forma, possui um cunho de verdade. Há indução do sono quando o cérebro é "forçado a trabalhar", assim como ler um livro.
Consumir alimentos que contém Triptofano (por exemplo, queijo e vinho) auxiliam na produção de melatonina. Contudo, embora o álcool produza efeitos sedativos, ele proporciona um sono de baixa qualidade.
Exercícios físicos e bons hábitos alimentares são importantes no combate a insônia, tanto quanto isentar-se do celular e outros aparelhos digitais antes de dormir. A luz captada pelos olhos transmite ao cérebro um sinal de vigilância, mantendo o indivíduo acordado.
Foto destaque: Mitos e verdades sobre insônia. Reprodução/CPAPS.