A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta sexta-feira (11/09) novas medidas no plano de retomada de atividades na cidade, entre elas a que proíbe bares, lanchonetes e restaurantes de venderem bebidas alcoólicas para o consumo externo de clientes, a partir de 22h.
A proibição também se aplica a ambulantes. As punições passam a ser mais rigorosas: o estabelecimento comercial que desobedecer às regras e promover aglomerações, o que inclui os quiosques, será interditado por sete dias, e não mais 24 horas. O valor da multa será de R$ 13 mil e, em caso de reincidência, dobrará para R$ 26 mil.
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O estacionamento na orla da cidade também será proibido aos sábados, domingos e feriados. Ao anunciar as medidas, o prefeito frisou que todas foram tomadas em parceria com o Governo Estadual e visam a conter as aglomerações sem o uso de máscaras, o que pode elevar a curva de contágio da Covid-19. Ele afirmou que equipes de fiscalização estarão nas ruas, mas apelou à população que se conscientize sobre a gravidade deste momento e colabore:
“Quero fazer um apelo veemente à população do Rio de Janeiro: não vamos aglomerar sem máscara. Você pode ter saúde perfeita, ser jovem, mas pode ser um portador assintomático e levar involuntariamente vírus para uma pessoa de grupo de risco. Faço um apelo à consciência das pessoas. E há aglomeração sem máscaras nos bares e nas praias. Nesses locais, é preciso ter cuidado extraordinário”, afirmou o prefeito Marcelo Crivella.
Reabertura de cinemas e teatros no Rio de janeiro (Foto: Reprodução/Pinterest)
Reabertura dos cinemas e teatros
As novas regras para a fase 6A liberam o horário de funcionamento do comércio de rua, incluindo galerias e centros comerciais, desde que seguidas as chamadas regras de ouro.
A partir de segunda-feira (14/9), cinemas, teatros e anfiteatros poderão voltar a funcionar, mas respeitando o limite de 50% de sua capacidade e com lugares marcados. Estão proibidos o consumo e a venda de bebidas e alimentos nestes estabelecimentos.
Brasil, laboratório perfeito para testes de vacinas contra a Covid-19
O país, que tem mais de 4 milhões de casos confirmados da Covid-19, é considerado pelos cientistas que estudam imunização como uma "oportunidade de ouro".
Duas das vacinas consideradas as mais promissoras e avançadas contra o coronavírus estão sendo testadas no país: a da Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e a da empresa chinesa Sinovac. E outras duas, das farmacêuticas norte-americanas Johnson & Johnson e Pfizer receberam, recentemente, autorização das autoridades brasileiras para começar os ensaios clínicos no país.
Nesta semana, os testes com a vacina de Oxford foram suspensos após o adoecimento de um paciente que vinha recebendo a imunização em estudo, não foram divulgados detalhes das adversidades. Neste sábado, a farmacêutica AstraZeneca, que desenvolve a vacina junto à universidade, anunciou a retomada dos testes. Em um comunicado, a companhia afirma que a Autoridade Sanitária do Reino Unido (MHRA na sigla em inglês) teria atestado ser seguro continuar os experimentos.
Diante dos testes com diferentes vacinas, autoridades esperam que os brasileiros possam estar entre os primeiros imunizados contra o coronavírus. Até cogitam a possibilidade de produzir internamente essas vacinas e exportá-las para o resto da América Latina.
Especialistas desaconselham a volta às aulas
Especialistas do Grupo Técnico Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desaconselharam a volta às aulas presenciais nas escolas do município do Rio de Janeiro. Os pesquisadores se posicionaram hoje, em uma nota técnica de duas páginas, apontando os motivos para discordarem do retorno do ensino presencial na capital do estado.
"O retorno presencial das atividades escolares ainda representa grande risco à saúde pública devido ao aumento da vulnerabilidade de grande número de indivíduos da população associada às dificuldades de preparação e resposta a esta situação emergencial", avaliaram os cientistas da UFRJ.
Os pesquisadores atestaram que depois das medidas de flexibilização das determinações de isolamento na capital, houve um aumento do número de casos. Citaram um recente estudo da Universidade de Harvard comprovando que a carga viral encontrada nas vias aéreas superiores de pessoas de zero a 22 anos de idade é maior que a de adultos diagnosticados e internados em UTIs com coronavírus. O estudo demonstra que crianças e adultos jovens transmitem covid-19, mesmo sem sintomas.
Os cientistas da UFRJ avaliaram que "medidas protocolares de checagem de temperatura, sinais e sintomas, utilização de tapetes sanitizantes, entre outros, na admissão de alunos nas escolas podem não impedir, efetivamente, a transmissão do vírus nesses ambientes, colocando em risco a saúde de todos".
Conforme cálculos dos pesquisadores, o número básico de reprodução no município do Rio de Janeiro, segundo dados recebidos até o dia 6, é de 1,16. Ou seja, 100 pessoas contaminadas podem contaminar outras 116, o que ainda representa expansão da doença. O ideal é que o número esteja abaixo de 1.
"Portanto, o retorno presencial das atividades escolares ainda representa grande risco à saúde pública devido ao aumento da vulnerabilidade de grande número de indivíduos da população associada às dificuldades de preparação e resposta a esta situação emergencial", concluíram os cientistas da UFRJ.
Decreto do governo do estado estabeleceu a possibilidade de volta às aulas na rede particular a partir do próximo dia 14 e do ensino estadual, incluindo universidade, a partir de 5 de outubro. O sindicato de professores e funcionários se posicionou contrário ao retorno.
(Foto destaque: Coronavírus e os destaques da semana. Reprodução/Forbes)