O antidepressivo paroxetina é conhecido no mercado desde a década de 90 e é indicado para tratamentos psiquiátricos como depressão maior e resistente, em comportamento compulsivo não controlado, ataques de pânico como agorafobia, ansiedade generalizada e seguida de traumas. Pertencente à categoria dos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS), o medicamento deve ser usado pelo paciente de forma responsável, na dose e no tempo definidos pelo médico. É comercializado normalmente em farmácias, requerida pela receita médica sujeita a controle especial.
Existem pesquisas na literatura médica apontando a paroxetina no tratamento de Off-Label (em tradução “fora da bula”) tais como: da TPM (Tensão Pré-Menstrual), ejaculação precoce, ansiedade de separação e pós-parto, e fogachos em mulheres na menopausa.
Segundo o professor associado do Departamento de Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP), Leonardo Régis Leira Pereira, após ser ingerido com água, o antidepressivo é absorvido no gastrointestinal e distribuído pelo corpo através da corrente sanguínea, chegando ao sistema nervoso central. O remédio age no neurotransmissor responsável pelo humor e ansiedade sendo mais suscetível a percepção da serotonina e deve fazer efeito de 2, 4 até 6 semanas de uso. Depois de absorvido pelo fígado, é excretado pela urina.
Paciente de ansiedade generalizada roendo unha. (Foto: Reprodução/Pixabay)
As dosagens variam de caso para caso, tendo em vista que o paciente tem sintomas e tolerâncias individuais que devem ser observadas pelo profissional que está atendendo. O fármaco pode ser encontrado na versão genérica de comprimidos revestidos de 10 a 40mg, e de liberação prolongada de 12 e 25mg, e dependerá dos resultados apresentados para determinar o tempo de uso
Apesar da paroxetina não causar abstinência, o tratamento não deve ser interrompido sem a supervisão médica, pois a falta do composto ao corpo acostumado apresenta sintomas desconfortáveis como insônia, arritmia cardíaca, inquietação e desconforto gastrointestinal. Caso apresente efeitos colaterais, informe ao médico para que o medicamento seja substituído por outro mais favorável. Paroxetina pode ser uma excelente escolha, caso encaixe nas necessidades do paciente. No entanto, deve ser observada a lista de efeitos colaterais que vai desde enjoo até dificuldade de ereção.
De acordo com o Emerson Arcoverde Nunes, médico psiquiatra do Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o fármaco é contra indicado para pacientes menores de 18 anos, grávidas, que estejam amamentando, com histórico de glaucoma, convulsões, problemas ósseos, problemas de coagulação, fígado e rins. Também não é indicado a idosos acima de 65 anos.
De acordo com Aníbal de Freitas Santos Júnior, farmacêutico e docente pleno da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), raramente apresenta alterações nos resultados laboratoriais, mas alerta que o mesmo pode acontecer nos contagem de plaquetas de glóbulos vermelhos ou brancos, níveis de eletrólitos e até no exame de fezes. O especialista informa que se esquecer de tomar uma dose, o mais recomendado é aguardar pelo próximo horário, e de forma alguma dobrar a dose do medicamento.
Foto destaque: Comprimidos de antidepressivos. Reprodução/Pinterest.