O Telegram, fundado pelo empresário russo Pavel Durov, decidiu nessa quarta-feira (25) bloquear o acesso a canais associados ao Hamas e ao seu braço armado, as Brigadas al-Qassam, para usuários do Android. A medida ocorre em meio à pressão internacional para controlar a disseminação de desinformação, particularmente em relação ao conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Outros canais afiliados ao Hamas continuam acessíveis
O Telegram limitou o acesso para usuários de Android a canais relacionados às Brigadas al-Qassam, o braço armado do grupo palestino Hamas. No entanto, outros canais como Gaza Now, com mais de 1,6 milhões de assinantes, permanecem acessíveis.
Canal do Telegram Gaza Now segue acessível nesta quinta-feira (Foto: reprodução/Telegram/Vinicius G. Melo)
Em uma postagem feita em 13 de outubro no seu canal na plataforma, Durov questionou se o bloqueio desses canais seria benéfico ou prejudicial.
“No início desta semana, o Hamas usou o Telegram para alertar civis em Ashkelon para deixar a área antes de seus ataques de mísseis. Fechar o canal deles ajudaria a salvar vidas ou colocaria mais vidas em risco? [...] Ao contrário de outros aplicativos que promovem conteúdo chocante com algoritmos para desavisados, no Telegram, usuários recebem apenas o conteúdo para o qual se inscreveram. É improvável que os canais do Telegram possam ser usados para aumentar a propaganda [de guerra].”
Em 8 de outubro, Durov também afirmou no canal que "centenas de milhares" se inscreveram no Telegram em Israel e nos territórios palestinos com o início do conflito.
Grandes plataformas são pressionadas por autoridades no combate à desinformação
Meta, Google e X (ex-Twitter) também enfrentam uma crescente pressão por parte de autoridades para combater a desinformação e a propaganda de guerra.
A legislação está mudando em relação à responsabilidade das gigantes da tecnologia: neste mês, a União Europeia deu início a uma investigação do X e emitiu avisos de que o não cumprimento do Digital Services Act pode resultar em multas.
Foto destaque: Pavel Durov, CEO do Telegram, e o xeque Mohammed bin Zayed al-Nahyan, dos Emirados Árabes Unidos (Reprodução/X/@nexta_tv)