A China prevê que ausência de mão de obra qualificada será agravada, mesmo que a parcela de profissionais qualificados tenha subido aproximadamente 30%, ainda é um número baixo ao comparar com outras potências. O governo já desenvolve setores de tecnologia e foca na necessidade de melhorar o ensino e capacitação.
Segundo Gao Gao, vice secretário-geral da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, "a incompatibilidade entre os empregos disponíveis e as habilidades das pessoas se tornará o principal problema do mercado de trabalho". O vice-secretário fez essa declaração a imprensa após apresentar um novo planos de cinco anos para os empregos, que vai até 2025.
A falta de trabalhadores qualificados e o aumento do desemprego, especialmente entre os jovens, indicam que a economia chinesa enfrenta uma contradição estrutural. Enquanto a taxa de desemprego entre a população de 16 a 24 anos triplicou em relação a taxa nacional de 5,1% , empresas na costa leste do país relatam dificuldades para contratar novos funcionários.
Baixa qualificação profissional afeta economia e empregabilidade. (Foto reprodução/Pixabay)
Impulsionar os níveis de qualificação na economia por meio de educação vocacional será um dos principais objetivos, de acordo com plano publicado na noite da última sexta-feira (27), pelo Conselho de Estado - principal órgão executivo do país. O tempo médio de escolaridade da população em idade ativa aumentará de 10,8 anos para 11,3 anos. Dos 10 objetivos listados, a única meta obrigatória é aprimorar o setor manufatureiro e avançar na cadeia de valor.
"A escassez de mão de obra no setor de manufatureiro é proeminente", diz Gao, "especialmente à medida que a demanda por pessoal qualificado aumenta e os operários da indústria envelhecem. A China precisa de aceleração nos treinamentos de talentos urgentemente necessários em áreas importantes e atender à demanda de mão de obra no setor manufatureiro", concluiu ele.
O governo chinês tem planos de criar 55 milhões de empregos urbanos até 2025 e limitar a taxa de desemprego em 5,5%.
Pequim, capital chinesa, prometeu que a questão da empregabilidade será prioridade na política econômica. Essa meta ganhou importância com todas as autoridades, fazendo esforço para reduzir a taxa de desigualdade a fim de alcançar a "prosperidade comum".
Um novo plano de emprego ainda inclui a promessa de ampliar a parcela dos salários na economia como um todo, o que diminuiria a desigualdade de renda. Pequim prometeu aumentar a remuneração dos trabalhadores ao mesmo tempo em que eleva os salários e a produtividade, especialmente daqueles que trabalham na linha de frente.
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DIREITOS TRABALHISTAS
A respeito dos direitos trabalhistas, o governo se comprometeu a supervisionar o enquadramento das regras de jornada de trabalho e folgas. O combate a discriminação também fez parte das promessas, incentivando empregadores a implementar a flexibilidade para quem cuida de bebês e capacitação profissional para mulheres que deixam o trabalho para ter filhos.
Como parte do objetivo da "prosperidade comum", a melhoria dos direitos dos trabalhadores também está dentre as metas.
(Foto destaque: Falta de qualificação afeta avanço tecnológico na China. Reprodução: Brett Sayles/Pexels)