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Conclave aproxima antiguidade e tradição à modernidade tecnológica

A secreta eleição para definição do novo papa recorre até a bloqueadores de celulares a fim de garantir o sigilo e evitar interferências externas na votação

07 Mai 2025 - 22h19 | Atualizado em 07 Mai 2025 - 22h19
Conclave aproxima antiguidade e tradição à modernidade tecnológica  Lorena Bueri

Em contraste com a aura genuína de antiguidade e de tradicionalismo de uma instituição religiosa de mais de dois mil anos, para momentos de eleição papal contemporânea a Igreja Católica recorreu ao que o mundo atual tem de mais moderno em tecnologia quando se trata de segurança das comunicações. 

Para este conclave, que começou nesta quarta (7) e elegerá o novo pontífice romano a qualquer momento por meio de votação, foram adotadas medidas como a instalação de bloqueadores de sinal de celular pela Santa Sé. 

A ação preventiva visa a impedir vazamentos de informações e interferências externas no processo, como mostrado em matéria do site da CNN da última terça-feira (6).

O Conclave — do latim “cum Clave”, significa “fechado à chave” — é uma reunião secreta do Colégio de Cardeais convocada para eleger o papa a portas fechadas no Vaticano. De acordo com a apuração da CNN, um total de 133 cardeais eleitores participarão da votação. Todos eles permanecerão totalmente incomunicáveis e isolados do mundo externo até que a igreja tenha um novo papa.

Na tradução para o português da mensagem abaixo publicada no X diz: “Uma tradição que começou em 1276. A Capela Sistina é trancada e o conclave começou. Que o Espírito Santo os guie.”


Vídeo que exibe imagens do momento em que a porta da Capela Sistina é trancada para o conclave começar (Vídeo: reprodução/X/@greg_price11)


Tecnologias usadas no Conclave

Já na segunda-feira (5) passada, o escritório do governador da Cidade do Vaticano havia comunicado que, no dia do início do conclave, quarta-feira (7), as torres de telefonia celular seriam desativadas às 15h, no horário local (10h de Brasília) e que permaneceriam assim até o término definitivo dos ritos da votação.

Segundo a publicação da CNN baseada na apuração da agência de notícias Reuters, bloqueadores de sinal de celular estão instalados sob um piso elevado para proporcionar uma plataforma até o altar.

Como ninguém de fora pode acessar o local onde ocorre o conclave, as fontes que já têm conhecimento dos protocolos de segurança para esse tipo de reunião restrita revelam o esquema geralmente adotado pela Igreja.

Acredita-se que esses aparelhos também tenham sido colocados perto das janelas superiores da capela, ou seja, posicionados a uma altura de cerca de 20 metros.

Outra providência para garantir que ninguém espione ou tente obter informações inclui a instalação de filme na janela para bloquear câmeras de drones.

Mas não é só às tecnologias modernas que o conclave recorre para proteção das informações. A exemplo do que ocorreu no último conclave, em 2013, foi amplamente divulgado o uso de um dispositivo cuja origem data do século XIX: a gaiola de Faraday, inventado em 1836. Na ocasião, que resultou na escolha por Jorge Bergoglio como novo papa (Francisco), a gaiola tinha sido instalada e está lá desde então.

Obviamente que a versão utilizada atualmente está modernizada em sua forma e também quanto ao manuseio, mas o princípio e a aplicação antiquíssimos continuam lá de modo funcional até os tempos de hoje.

O aparelho, que carrega o sobrenome de seu inventor (Michael Faraday em 1836), ajuda a aumentar a segurança das comunicações, já que protege contra campos elétricos e eletromagnéticos.

Protocolos de segurança para cardeais e assistentes

Os “assistentes”, além de padres, cozinheiros, faxineiros, motoristas e outros atendentes, já fizeram o juramento de manter sigilo absoluto e perpétuo sobre tudo o que virem ou ouvirem.

De acordo com uma fonte da Reuters, os cardeais estão protegidos de qualquer interferência externa em tempo integral.

“Se eles decidirem caminhar pelos jardins ou fumar do lado de fora, ninguém poderá se aproximar deles”, revelou uma fonte à Reuters.

Os clérigos não acessam nada do mundo exterior ao conclave. De modo consensual e em obediência às normas do rito do Conclave, nenhum dos votantes acessam jornais e revistas enquanto estiverem reclusos para eleição papal a portas fechadas.


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A procissão do Colégio dos Cardeais segue para a Capela Sistina, onde foram trancados para dar início ao conclave para eleger o sucessor do Papa João Paulo I (Foto: reprodução/Bettman/Getty Images Embedded)


A penalidade, caso os participantes violem as regras de manter o segredo sobre o que se passa no local e a reclusão absoluta temporária com o mundo externo, é a excomunhão sumária da Igreja. Isto é, a pena é aplicada imediatamente após identificação da grave transgressão, conforme o critério da Santa Sé, sem a necessidade de se passar pelas formalidades de um processo penal.

Foto Destaque: cardeais em procissão entram na Capela Sistina, no Vaticano (reprodução/X/@Sanothomas)

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