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Cientistas criam tatuagem eletrônica capaz de medir atividades cerebrais

As e-tattoos captam ondas cerebrais, dando maior conforto e agilidade nos exames de eletroencefalografia ; tecnologia oferece alternativa em diagnósticos de doenças neurológicas

04 Dez 2024 - 16h00 | Atualizado em 04 Dez 2024 - 16h00
Cientistas criam tatuagem eletrônica capaz de medir atividades cerebrais Lorena Bueri

Cientistas americanos da Universidade do Texas criaram uma "e-tattoo", um tipo de tatuagem eletrônica, capaz de substituir eletrodos utilizados em exames de eletroencefalografia (EEG). Por meio de uma tinta líquida criada com polímeros condutores, uma impressão é realizada na pele do paciente. A tatuagem age como um sensor, sendo capaz de captar atividades cerebrais quando aplicada no couro cabeludo e oferece alternativa no diagnóstico de doenças neurológicas.

O estudo científico foi publicado na revista científica americana Cell Press Cell Biomaterials, nessa segunda-feira (2). Conforme apontam os resultados, as "e-tattoos" podem detectar ondas cerebrais com ruído reduzido, podendo garantir a estabilidade da conectividade por pelo menos 24 horas.

Alternativa não invasiva ao diagnóstico de doenças cerebrais

A tecnologia oferece uma alternativa promissora ao complicado processo usado para monitorar ondas cerebrais e diagnosticar condições neurológicas. Além disso, a tatuagem eletrônica possui potencial de aprimoramento das aplicações não invasivas.

"Nossas inovações em design de sensores, tinta biocompatível e impressão em alta velocidade abrem caminho para a futura fabricação de sensores eletrônicos de tatuagem no corpo, com amplas aplicações dentro e fora dos ambientes clínicos", destacou o cientista coautor da pesquisa, Nanshu Lu, em comunicado.

Eletroencefalografia tradicional

A eletroencefalografia (EEG) é um exame utilizado no diagnóstico de diversas patologias neurológicas, incluindo tumores e lesões cerebrais, convulsões e epilepsia. No teste tradicional, os profissionais colam eletrodos no couro cabeludo do paciente, que são conectados, por meio de fios, ao equipamento de coleta de dados para o monitoramento das atividades cerebrais. Esse método demanda um tempo e complexidade maiores, podendo causar grande desconforto.



 Tatuagens eletrônicas têm potencial de substituírem os eletrodos, possibilitando maior conforto e agilidade nos diagnósticos clínicos (Foto: reprodução/Nanshu LuCell Press Cell Biomaterials/O Globo)


Tatuagens eletrônicas

A tinta das tatuagens eletrônicas possui polímeros condutores, possuindo fluidez no couro cabeludo. Após ser aplicada e seca, é capaz de medir as atividades cerebrais. O processo é rápido e não gera desconforto aos pacientes.

"Nosso estudo pode potencialmente revolucionar a forma como os dispositivos não invasivos de interface cérebro-computador são projetados", explicou o pesquisador da Universidade do Texas em Austin, José Millán.

Ainda segundo os pesquisadores, as tatuagens eletrônicas têm, a longo prazo, grande potencial de substituírem definitivamente os eletrodos, possibilitando maior conforto e agilidade nos diagnósticos clínicos.


Foto destaque: Equipe médica realizando eletroencefalografia (Reprodução: BSIP/Universal Images Group/Getty Images Embed)

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