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Ativistas se manifestam contra software da Apple

Ativistas se dizem contra software da Apple de combate a fotografias de abuso sexual infantil alegando que a proteção dos demais dados dos usuários esteja ameaçada.

23 Ago 2021 - 20h09 | Atualizado em 23 Ago 2021 - 20h09
Ativistas se manifestam contra software da Apple Lorena Bueri

Grupos de ativistas do mundo todo se manifestaram por meio de uma carta aberta contra o desenvolvimento de uma nova tecnologia da Apple, que faria o escaneamento de mensagens e imagens relacionadas ao abuso sexual infantil. O motivo da contrariedade com o novo sistema, é que isso possa colocar em risco a segurança de crianças e não somente delas, mas também dos demais usuários.



A tecnologia começaria a ser implantada nos dispositivos dos EUA (Reprodução/ Pexels)


A intenção inicial é garantir a segurança dos menores, o "NeuralMatch” faria uma análise das imagens contidas nos dispositivos e uma comparação com um banco de imagens de abuso sexual infantil, criado por instituições que visam assegurar os direitos das crianças. Caso algo explícito e ilegal fosse localizado, automaticamente a conta do usuário seria bloqueada e autoridades policiais seriam acionadas para fazer investigações.  As mensagens recebidas com fotografias inapropriadas para menores, por meio do software seriam embaçadas; impedindo que o conteúdo fosse acessado, em casos dos smartphones serem compartilhados entre pais e filhos.

 

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No entanto, na carta aberta especialistas e instituições alegam ser impossível que o software não faça a análise dos demais conteúdos que estiverem nos dispositivos.  Dizem que essa pode se tornar uma nova ferramenta de censura radical e vigilância invasiva, ao ser implementada por outras empresas, que tenham outros ideais. Afirmam até mesmo que os governos podem fazer desta ferramenta um instrumento para arruinar a democracia. Acrescentam que crianças homossexuais originadas em famílias conservadoras podem sofrer homofobia porque o algoritmo irá sinalizar como impróprias as fotos de transição de gênero das mesmas.

Além dessas afirmações, na carta a Apple também é acusada de ir contra seus próprios princípios pois já havia se declarado como defensora da criptografia, ou seja, se ofereceu como garantidora de que somente o próprio usuário pode acessar as informações de sua conta. Em defesa, a Apple apresentou explicações e documentos que garantem que o risco de falsas detecções é baixo.

(Foto Destaque: Pexels/Reprodução)

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