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Marinha teria se preparado para um golpe de Estado, apontam investigações

A Marinha tinha tanques prontos para um possível golpe de Estado. Um documento chamado "142" revela as ações golpistas planejadas durante o período

26 Nov 2024 - 19h41 | Atualizado em 26 Nov 2024 - 19h41
Marinha teria se preparado para um golpe de Estado, apontam investigações Lorena Bueri

A Polícia Federal teve acesso às mensagens que revelam que o ex-comandante da Marinha, Almirante Almir Garnier, teria se envolvido em um plano golpista articulado durante o mandato do Presidente Jair Bolsonaro. De acordo com um contato identificado como 'Riva', o almirante era visto como um aliado estratégico. Em suas mensagens, Riva afirmou que 'tinham tanques no arsenal prontos', sugerindo uma preparação militar para a execução de um ato golpista. O emissor, também envolvido na trama, mencionou a Bolsonaro, referido no grupo como '01', que ele deveria ter sido mais decisivo com a Marinha. Segundo ele, se isso tivesse ocorrido, o Exército e a Aeronáutica o seguiriam, ou seja, se alicerçariam nas ações da Marinha para dar início ao golpe. As mensagens são claras e deixam nítido que existia uma articulação militar entre os componentes das Forças Armadas para que, assim que fosse dada a ordem, assumissem o controle militar do país.

Investigação: indiciamento de Bolsonaro e mais 36 pessoas

O material divulgado pela Polícia Federal faz parte das investigações que indicam o planejamento de um golpe de Estado por bolsonaristas, que usariam alegações de fraude eleitoral como justificativa para medidas extremas e ilegais. Segundo o ex-comandante das Forças Armadas, havia suporte logístico e militar para sustentar o golpe, caso ele fosse desencadeado. As novas provas agravam a situação dos envolvidos e levantam sérias dúvidas sobre o papel das Forças Armadas na tentativa de atentado contra a democracia.

O material obtido pela Polícia Federal também inclui um documento intitulado 'Operação 142', que descreve as ações golpistas planejadas. O relatório final do caso, que foi tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes, pede o indiciamento de Bolsonaro e mais 36 pessoas. Esses elementos foram encaminhados para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que agora irá fazer uma análise aprofundada para entender se apresentará denúncia contra os envolvidos.


Ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)



Tanques postos

Em 2021, o Almirante Almir Garnier assumiu o comando da Marinha. Em agosto daquele ano, o então comandante enviou ao Palácio do Planalto blindados e outros veículos militares com o objetivo de entregar ao presidente Bolsonaro um convite para o exercício militar. O 'desfile' desses veículos ocorreu no dia 10 de agosto, coincidentemente, no mesmo dia em que os deputados da Câmara votariam contra a proposta do voto impresso – votação que resultou em números favoráveis à derrubada da proposta.

Foto Destaque: o ex-comandante da Marinha, Almirante Almir Garnier (Reprodução/Instagram/@comandante.mb) 

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