Paralisação do governo dos EUA completa 20 dias e afeta pagamento de servidores do Senado

Impasse entre democratas e republicanos paralisa o governo americano e deixa servidores sem salário enquanto acordo segue sem perspectivas no Congresso

20 out, 2025
Capitólio dos Estados Unidos iluminado ao entardecer durante o shutdown do governo americano | Reprodução/ Anna Moneymaker/ Getty Images Embed
Capitólio dos Estados Unidos iluminado ao entardecer durante o shutdown do governo americano | Reprodução/ Anna Moneymaker/ Getty Images Embed

Funcionários do Senado dos Estados Unidos deixaram de receber salários nesta segunda-feira (20) devido ao shutdown do governo americano, que completou 20 dias sem perspectivas de acordo entre democratas e republicanos. A paralisação começou em 1º de outubro, quando o Congresso não conseguiu aprovar o orçamento federal que garante o financiamento das atividades públicas.

O pagamento, que seria feito nesta segunda, foi suspenso após determinação do chefe do escritório de pagamentos do Senado, Ted Ruckner. Ele informou que os vencimentos só serão retomados no terceiro dia útil após o fim da paralisação. Mesmo sem salário, servidores continuam recebendo benefícios como planos de saúde, seguro e aposentadoria, segundo o comunicado interno.

Parlamentares seguem recebendo normalmente

Enquanto servidores enfrentam o atraso salarial, senadores e deputados continuam recebendo seus vencimentos normalmente. A Constituição americana garante o pagamento dos parlamentares, que é feito diretamente pelo Tesouro Nacional, sem depender da aprovação do orçamento.

A situação vem gerando críticas entre trabalhadores e sindicatos, que apontam desigualdade de tratamento entre os servidores e os políticos. Representantes da oposição afirmam que o episódio aumenta o desgaste da imagem do Congresso diante da população, já insatisfeita com a falta de soluções.

Impasse político mantém o bloqueio

O impasse que provocou a paralisação envolve divergências sobre os gastos públicos, especialmente os recursos destinados ao programa de saúde Obamacare. Os democratas defendem a manutenção do orçamento voltado ao sistema de assistência médica, enquanto os republicanos, alinhados ao presidente Donald Trump, exigem cortes e redução de despesas federais.


Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca (Foto: reprodução/ Anna Moneymaker/ Getty Images Embed)

Hoje, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou à emissora CNBC que o governo espera encerrar o shutdown “em algum momento desta semana”. Caso o impasse continue, ele adiantou que novas medidas de contenção de gastos poderão ser adotadas.

Serviços essenciais continuam ativos

Durante o período de paralisação, apenas serviços considerados essenciais permanecem em funcionamento, como segurança pública, controle aéreo e fiscalização de fronteiras. Funcionários dessas áreas seguem trabalhando, mas muitos estão sem receber salário até que o Congresso aprove o novo orçamento. Aos demais serviços públicos permanecem fechados, e muitos funcionários foram colocados em licença não remunerada, aguardando o retorno das atividades normais.

O atual shutdown é o mais longo desde 2018, quando os Estados Unidos também enfrentaram semanas de bloqueio durante o governo Trump. Analistas políticos alertam que, quanto mais o impasse durar, maiores serão os prejuízos econômicos e a queda de popularidade das lideranças envolvidas. A estimativa é que bilhões de dólares já tenham sido perdidos em produtividade e investimentos suspensos.

 

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