Nesta quarta-feira (22), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é irrelevante nas negociações para o fim do conflito entre seu país e a Rússia. Para Zelensky, o Brasil não é mais um "jogador" nas tentativas de cessar-fogo.
Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente ucraniano deu esta resposta à pergunta feita pela jornalista internacional Bianca Rothier, da TV Globo.
“Hoje eu acho que o trem do Brasil, para ser sincero, passou. Falei com Lula, nos encontramos e pedi que ele fosse um parceiro para acabar com a guerra, etc. Agora ele não é mais um 'player'. Ele também não será um 'player' para Trump”, disse.
Fórum Mundial Econômico 2025 (Foto: reprodução /Getty Images Embed/Anadolu)
Lula x Zelensky
Desde o início do conflito, em 2022, o petista assumiu a postura de mediador em uma articulação com a China. No entanto, sem avanços, o presidente Lula recebeu críticas do chefe de Estado ucraniano pela falta de posicionamento a favor do país.
Em agosto de 2024, considerando que o Brasil priorizava uma aliança com a nação russa, segundo Zelensky, as falas de Lula são "apenas retórica política". Ele relatou que o presidente brasileiro não foi honesto com ninguém, nem mesmo com o seu próprio povo, já que "todo mundo sabe quem iniciou essa guerra.”
Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro do ano passado, o presidente ucraniano disse que o interesse do Brasil e da China em moderar o diálogo entre Kiev e Moscou foi posto em xeque mais uma vez. Desta vez, sem proposta definida, Lula rebateu afirmando que "a solução é diplomática, não militar.”
Luiz Inácio Lula da Silva falando (Foto: reprodução Getty Images Embed/Bloomberg)
Posição do conflito
Com a nova posse do presidente note-americano, Donald Trump, um prazo especial foi estipulado para o fim da guerra: 100 dias. Embora haja dúvidas sobre a efetividade do pedido feito pela Casa Branca Keith Kellogg, a Rússia sinalizou uma janela de oportunidade para acordos após Trump estabelecer novas sanções se não houver um cessar-fogo.
Em contrapartida, o governo ucraniano solicitou que o acordo de paz seja feito sob acompanhamento militar com 200 mil soldados para monitoramento da harmonia.
Foto destaque: Zelensky discursa no Fórum Econômico Mundial (reprodução Getty Images Embed/Anadolu)