É marcado nesta quinta-feira (14), a votação de "decretaço” no senado da Argentina, pela vice-presidente Victoria Villarruel, sem consulta ao presidente Ravier Milei. Após o desentendimento público com sua vice-presidente, Milei e o gabinete de governo estão preocupados com com a decisão unilateral de setores da classe política que pretendem avançar com agenda própria, e ainda teme derrota em votações futuras.
Objetivo do governo
Com diversas indiretas à vice-presidente sem citar nomes, o gabinete do atual governo divulgou um comunicado de desconforto nas redes sociais. O governo da Argentina espera que o texto seja derrubado, pois, a estratégia do presidente é tentar negociar com os governadores que tem poder de influência com os legisladores antecedendo a medida para voto. O objetivo dos senadores da oposição era colocar o "decretaço”em discussão na casa sob pressão.
O decreto pode desregulamentar o serviço de internet via satélite, a medicina privada flexibilizando o mercado de trabalho, altera regras de locação de imóveis e de revogação de leis do país, entre outros. “Um grave retrocesso dos direitos e necessidades do povo da Argentina”, é o que escreveu o presidente Milei.
Pessoas participaram da manifestação contra o presidente no Centro de Buenos Aires e foi marcado por confrontos entre manifestantes e a polícia (Vídeo: reprodução/YouTube/Itatiaia)
Categoria argentina
Na Argentina, a vice presidência é concorrente da mesma chapa do presidente, sendo assim a pessoa que for eleita acaba exercendo a mesma função de presidência do senado, ou seja, Milei não gostaria que o decretasse fosse para o plenário. Até a medida não ser votada vigorará E então o texto pode ser derrubado e é o que o governo não deseja.
Sobre o decreto, que está em vigor em dezembro de 2023, o presidente Ravier Milei diz respeito ao Decreto de Necessidades e Urgências (DNU), que revoga uma série de leis nacionais. Sendo então, um novo plano econômico do atual governo, onde o texto trata também de privatização de estatais.
Foto destaque: Javier Milei toma posse como presidente da Argentina; ao lado, a vice-presidente Victoria Villarruel (Foto: Matias Baglietto/Reuters)
