Nesta quinta-feira (14), em São Vicente e Granadinas, os presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e Irfaan Ali, da Guiana, anunciaram em declaração conjunta concordar em prevenir a escalada do conflito pela região de Essequibo. O Brasil havia se oferecido para sediar um novo encontro, através do assessor internacional do presidente Lula, Celso Amorim, conforme adiantado pela CNN.
Diálogo
Além disso, os líderes acertaram que se reunirão novamente no Brasil nos próximos três meses, “ou em outro momento acordado”
Dentro das notabilidades do texto assinado por ambas as nações encontra-se o pacto de abster-se de ameaçar ou empregar força mutuamente em qualquer situação, inclusive aquelas derivadas de disputas entre as duas entidades.
Venezuela aprova anexar Guiana (Foto:reprodução/g1)
As nações concordaram em manter diálogo sobre questões pendentes e estabeleceram comunicação em casos que possam aumentar a tensão. O acordo suavizou o discurso de Nicolás Maduro após um referendo na Venezuela sobre a anexação de Essequibo. Enquanto Maduro busca criar um estado na região, a Guiana destaca que o assunto não é negociável, enfatizando a importância do respeito aos recursos do país.
Começo de tudo
Uma disputa do século XIX remonta à reivindicação recente da Venezuela sobre a região de Essequibo, na fronteira, após a descoberta de uma reserva com potencial para produzir cerca de 11 bilhões de barris de petróleo e gás offshore. Em 1899, uma sentença arbitral de Paris concedeu ao Reino Unido a soberania sobre toda a área em disputa, reservando à Venezuela parte da terra próxima ao rio Orinoco, no sul, enquanto a Guiana era, na época, uma colônia britânica.
Disputa de fronteiras entre Guiana e Venezuela por Essequibo desde 1899. Referendo em 2023 revelou mais de 95% de votos a favor da anexação, desencadeando tensões. Essequibo, abrangendo 70% do território guianense, ostenta recursos abundantes, incluindo petróleo. A descoberta da ExxonMobil em 2015 impulsionou o crescimento econômico. A produção atual alcança 400 mil barris diários de petróleo e gás em 2023. As tensões resultaram na convocação do Conselho de Segurança da ONU.
Foto destaque: Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e Irfaan Ali, presidente da Guiana (reprodução/Manaure Quintero/Reuters/CNN)