A Ucrânia exibiu ao público mundial neste domingo (24), restos do que seria o míssil hipersônico russo Oreshnik. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou na última semana que o artefato seria usado no conflito contra os ucranianos caso os Estados Unidos autorizassem Kiev a utilizar mísseis de longo alcance de fabricação estadunidense.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ordenou que os restos de um dos mísseis disparados pelos russos fossem mostrados a um grupo reduzido de jornalistas, entre eles, a agência AFP, e divulgassem as imagens para o mundo. Segundo o veículo de imprensa, o encontro foi em um lugar secreto e mantido em sigilo por questões de segurança dos presentes.
Sem confirmação oficial
Tanto Rússia quanto a Ucrânia não confirmaram oficialmente que os fragmentos apresentados aos jornalistas eram do míssil Oreshnik, porém militares ucranianos afirmaram que não haviam visto este tipo de artefato anteriormente durante estes mais de dois anos de conflito.
Segundo um investigador do serviço secreto da Ucrânia, identificado apenas como Oleg, é a primeira vez que são encontrados restos de um míssil deste tipo em território ucraniano.
Oleg confirmou que este objeto não havia sido catalogado antes por nenhum investigador do serviço secreto ucraniano e que pode realmente ser do novo míssil hipersônico russo de longo alcance, Oreshnik.
Ucrânia apresenta detalhes do míssil russo Oreshnik (Foto: reprodução/ROMAN PILIPEY/AFP/Getty Images Embed)
Putin autoriza fabricação em massa do Oreshnik
O presidente russo, Vladimir Putin, disse em pronunciamento na última sexta-feira (22) que estava ordenando naquele momento a produção em massa do Oreshnik, que possui médio a longo alcance, podendo atingir velocidade de 2,5 a 3 quilômetros por segundo, por volta de 12.350 km/h.
Putin também afirmou que já existia uma reserva destes armamentos prontos para uso e ordenou que eles fossem usados no conflito.
Ucrânia deve utilizar armas francesas
Neste domingo (24), o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, disse à BBC de Londres que a Ucrânia deve usar mísseis de longo alcance franceses contra a Rússia, após os recentes ataques russos, como uma autodefesa.
Além do armamento francês, a Ucrânia tem utilizado mísseis de longo alcance dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Joe Biden autorizou na última semana a utilização deste tipo de armamento pela Ucrânia contra território russo, principalmente na região de Kursk, que tem cidades ocupadas pelo exército ucraniano.
Esta autorização aumentou ainda mais a tensão entre os dois países do leste europeu e o restante da Europa, após Putin afirmar que poderia utilizar armamento nuclear caso fosse atacado pela Ucrânia com este armamento.
Zelensky teme que, com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, a Rússia possa aumentar seus ataques e que numa futura negociação para o fim do conflito, o presidente eleito dos Estados Unidos apoie a resolução russa em manter os territórios já ocupados desde o início do conflito em fevereiro de 2022.
Foto Destaque: Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Reprodução/Ihor Kuznietsov/Novyny LIVE/Getty Images Embed)