A Rússia se irritou com a Turquia após acusação de violação dos termos de troca de prisioneiros. A troca de cinco militares ucranianos que estavam detidos na Turquia desde o ano passado aconteceu neste sábado (08). Dentre eles estavam o tenente-coronel Denys Prokopenko e seu vice, Svyatoslav Palamar, além de Serhiy Volynsky, comandante da Brigada de Fuzileiros Navais que deveriam permanecer na Turquia até o fim da guerra. A transação irritou o Kremlin que alegou violação dos termos do acordo mediado por Recep Tayyip Erdogan, presidente turco.
Os comandantes têm fama de heróis na Ucrânia e lideraram a defesa do porto, mas se renderam em maio do ano passado durante a fase inicial de invasão da Rússia à cidade portuária de Mariupol perante um grupo de mais de 1.000 combatentes do regime de Azov. Na época, a Rússia prometeu julgamento aos homens. Porém, como parte da troca ministrada pela Turquia em setembro, libertou 215 prisioneiros.
O Batalhão de Azov foi criado como uma forma de milícia, mas ganhou força ao reconquistar a cidade de Mariupol de separatistas russos ainda em 2014. Hoje na guerra, a unidade militar que luta ao lado das Forças Armadas ucranianas se transformou em um movimento político relevante.
Troca de comandantes do regime Azov à Ucrânia. Reprodução: Folheto / SERVIÇO DE IMPRENSA PRESIDENCIAL DA UCRÂNIA / AFP
Dmitry Peskov, o porta-voz russo do Kremlin, disse à agência de notícias estatal russa que o país não foi informado sobre a transferência e que o retorno dos líderes marcou, em suas palavras, "uma violação direta dos termos dos acordos existentes".
Peskov destacou ainda que existe uma tensão durante os preparativos para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na próxima semana na cidade de Vilna. A Turquia como membro da Otan está sendo solidária em estreitar laços com o país.
Já em Istambul, Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia, discutiu uma “fórmula da paz” para a situação do país com o diplomata Bartolomeu, bem como o regresso de prisioneiros e crianças.
Foto destaque: Presidente Ucraniano em discurso ao lado de soldados. Reprodução: STR/Ukrainian presidential press-service/AFP