O presidente Donald Trump defendeu neste sábado (26) que navios dos Estados Unidos tenham passagem gratuita pelos canais do Panamá e de Suez. Segundo ele, essas vias só existem por causa dos EUA.
“Navios americanos, tanto militares quanto comerciais, deveriam ter permissão para navegar gratuitamente pelos Canais do Panamá e de Suez!”, escreveu em sua rede Truth Social. “Esses canais não existiriam sem os Estados Unidos”, completou, afirmando ter solicitado ao Secretário de Estado, Marco Rubio, que intervenha imediatamente.
Críticas antigas e tensões diplomáticas
Não é a primeira vez que Trump levanta a pauta. Em janeiro, ele descreveu como um erro grave o acordo assinado em 1977 por Jimmy Carter e Omar Torrijos, que deu início ao processo de devolução do controle do Canal do Panamá ao país latino-americano, após décadas de administração norte-americana. Segundo ele, a decisão custou aos EUA “o equivalente a um trilhão de dólares” em perdas econômicas e estratégicas.
Em fevereiro, o Secretário de Defesa Pete Hegseth chegou a afirmar que os EUA haviam conseguido um acordo com o Panamá para isentar navios de guerra americanos de tarifas de passagem, mas o presidente panamenho, José Raúl Mulino, negou a existência de tal acerto e reforçou que o controle do Canal pertence exclusivamente ao Panamá.
Trump e seus aliados também vêm manifestando preocupação com uma suposta influência chinesa na região, principalmente por conta de um consórcio de Hong Kong que opera portos nas duas extremidades do canal.
Importância econômica das rotas
O Canal do Panamá, operado pelo governo panamenho desde 1999, conecta o Atlântico ao Pacífico e é responsável por cerca de 40% do tráfego de contêineres dos EUA. Já o Canal de Suez, administrado pelo Egito, liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho e concentra de 10% a 12% do comércio global.
Navio navegando ao longo do Canal de Suez (Foto: reprodução/Mahmoud Khaled/Getty Images Embed)
Ambas as rotas cobram tarifas de passagem, prática comum no transporte marítimo internacional.
Foto destaque: presidente dos EUA, Donald Trump, durante uma entrevista coletiva (Reproduçao/Andrew Harnik/Getty Images Embed)