Nesta quinta-feira (2), o presidente russo Vladimir Putin assinou uma lei que revoga a ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares pela Rússia. De acordo com Putin, isso foi feito para alinhar Moscou aos Estados Unidos.
Apesar disso, a Rússia afirmou que retomará testes nucleares somente caso os Estados Unidos também o faça. Apesar de Washington ter assinado esse mesmo tratado, nunca o ratificou, o que provocou Moscou a buscar paridade.
A revogação preocupa especialistas em controle de armas do Ocidente, que acreditam na possibilidade de um teste nuclear russo como forma de intimidação. Essa é uma ideia incentivada por especialistas em segurança russos desde o início da Guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Apesar das ameaças dos altos funcionários russos quanto ao uso desses armamentos, o presidente Putin continua mostrando cautela sobre o assunto.
A lei de desratificação já foi aprovada pelas duas câmaras do Parlamento russo e, segundo o site do governo, ela tem efeito imediato, o que aumenta ainda mais a preocupação internacional.
Presidente russo, Vladimir Putin, em reunião do Conselho Militar da Rússia, em Moscou (Foto: reprodução/ Folha de S. Paulo)
Sobre o acordo
O Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares foi criado em 1996 e ratificado por 178 países, incluindo Reino Unido e França. No entanto, o acordo é criticado por não incluir algumas das principais potências nucleares do mundo, como os Estados Unidos.
Último teste nuclear da Rússia
O último teste nuclear realizado pela Rússia foi feito em 1990, quando país ainda fazia parte da União Soviética. A Rússia pós-soviética, portanto, nunca executou um teste nuclear. Já os Estados Unidos o fez pela última vez em 1992, dois anos depois dos soviéticos.
Foto Destaque: Presidente russo, Vladimir Putin, revoga ratificação do Tratado de Proibição Complete de Testes Nucleares, preocupando o Ocidente (Reprodução/CNN Brasil)