Dias Toffoli, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o inquérito para investigação do ex-juiz Sergio Moro e procuradores da República do Paraná. A solicitação foi concedida após requerimento da Polícia Federal (PF). O processo trata-se de quando os supostos envolvidos atuaram em conjunto em delação premiada na operação Lava Jato. Sergio Moro atuava como juiz na Vara Federal de Curitiba.
Supremo Tribunal Federal (Foto: reprodução/Poder 360)
O processo causador do inquérito
Após investigações, a Polícia Federal (PF) entendeu a urgência de averiguar a verdade sobre o veredito do caso Consórcio Nacional Garibaldi, no início dos anos 2000. Tony Garcia, ex-deputado estadual do Paraná, era o principal envolvido no processo e foi convocado pela PF para fazer declarações sobre o julgamento da época em que Moro era o juiz responsável. Segundo o relato de Tony Garcia, neste processo houve um acordo de colaboração premiada firmado em 2004, depois da sua condenação na prisão pela Polícia Federal, e que a chantagem que ocorreu em seu processo, supostamente, teria ocorrido na Operação Lava Jato tempos depois. A decisão da retomada dessa investigação foi dada pelo ministro Dias Toffoli. As informações foram reveladas pela Globonews e boa parte do processo permanece em sigilo.
“Mostra-se necessária a instauração de inquérito neste Supremo Tribunal Federal para investigação sobre os fatos narrados, nos exatos termos em que pleiteados, na medida em que demonstrada a plausibilidade da investigação de condutas, em tese, tipificadas como crime”, pronunciou Toffoli.
Moro nega as irregularidades apontadas
Sergio Moro negou as acusações feitas pelo Supremo Tribunal Federal (STF): “Não houve qualquer irregularidade no processo de quase vinte anos atrás”. Tony Garcia disponibilizou um longo relato detalhado sobre os processos e aponta sobre a chantagens e fraudes cometidas por Moro durante as investigações. O ex-deputado Garcia entregou para Moro uma grande lista de informações e afirmou para os policiais que trabalhava como “agente duplo” dentro do meio político enquanto ocorria o seu julgamento.
Foto em destaque: Sergio Moro (Reprodução/ Agência Brasil)