Um subtenente do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro foi preso nesta segunda-feira (16) em Campo dos Goytacazes, durante uma operação da Polícia Federal. Roberto Henrique de Souza Júnior, que atua em Guarus, é investigado pela participação na organização e no financiamento dos atos golpistas que ocorreram em 8 de janeiro no Distrito Federal.
"Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível", afirma o coronel Leandro Monteiro, secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ.
Na operação, a PF apura atuação dos suspeitos diante da acusação de associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais. Os atos golpistas em frente aos quartéis de Campos Goytacazes e os bloqueios anti-democráticos de estradas após o 2º turno eleitoral também são investigados.
Na tarde de domingo (8), bolsonaristas radicais furaram o bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e invadiram as sedes dos Três Poderes. Dentre as estruturas e objetos depredados, estavam vidraças, móveis, documentos, obras de arte e peças históricas. Ao todo, 1,8 mil pessoas foram detidas e 1,3 mil permanecem presas.
Parte da destruição feita por ataques ao Palácio do Planalto (Foto: Reprodução/ Ricardo Stuckert)
Além de Souza Júnior, Ana Priscila Azevedo foi outra enquadrada pela corporação, apontada como uma das organizadoras no ataque contra o Congresso, o Palácio do Planalto e o edifício sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Presa na terça-feira (10), Azevedo foi filmada participando dos atos golpistas em Brasília.
O ministro do STF Alexandre de Morais ainda deu ordem de prisão para Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça, e para Fábio Augusto, ex-comandante da PMDF. Ambos são suspeitos de terem uma conduta omissa com os ataques.
Recentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também se tornou alvo no inquérito que investiga os “autores intelectuais” por trás da tentativa golpista. Na alegação apresentada, Bolsonaro teria incitado publicamente a prática dos crimes.
Foto Destaque: bolsonaristas destroem estruturas, móveis e peças históricas nas sedes dos Três Poderes em Brasília. Reprodução/ Ricardo Stuckert